
A ferramenta foi desenvolvida por especialistas da Funda��o Oswaldo Cruz (Fiocruz), Instituto Federal do Cear� (IFCE) e Universidade de Bras�lia (UNB) para auxiliar a tomada de decis�es do poder p�blico e de institui��es, levando em conta que as aglomera��es contribuem para a dissemina��o da doen�a em qualquer est�gio da pandemia.

De acordo com os dados, neste ano, o esfor�o de afastamento j� caiu 43%, para um IPD m�dio de 17,63. Em MG, a queda foi de 36%, de 23,26 para 12,94, sendo que em Belo Horizonte o afastamento caiu 30,9%, mas ainda � superior � m�dia do estado, tendo passado de um IPD de 37,2 em 2020 para 25,7 em 2021 (o dobro do registrado no estado).
Agosto foi o m�s com menos afastamento p�blico, de acordo com as medi��es do IPD. Em Belo Horizonte, o registro foi de 6,6, com 11 capitais brasileiras se retraindo mais, sendo Florian�polis a com o procedimento mais restritivo delas, com uma marca de 37,8. No estado de Minas Gerais como um todo, a situa��o � diferente. O IPD mineiro chegou a -6,4 no m�s, ou seja, h� mais pessoas circulando do que antes da pandemia, sendo que outros 14 estados est�o praticando mais isolamento, com destaque para Santa Catarina, com 12,8. Com isso, a marca de BH � praticamente o dobro da mineira e se a capital fosse um estado, seria o segundo a mais praticar isolamento, acima de S�o Paulo (5,7) e atr�s apenas de Santa Catarina.
De acordo com o estudo que resultou no desenvolvimento do IPD, denominado “Colapso na Sa�de em Manaus: o fardo de n�o aderir �s medidas n�o farmacol�gicas de redu��o da transmiss�o da COVID-19”, o isolamento � medida crucial para controle enquanto se estiver mergulhado na pandemia. “O IPD � um �ndice relativo e visa comparar a efetividade das medidas de distanciamento social coordenadas pelo poder p�blico entre localidades. Quanto maior o �ndice, maior a perman�ncia residencial e menor a circula��o de pessoas em �reas p�blicas, sugerindo uma diminui��o da probabilidade de exposi��o de pessoas suscet�veis ao novo coronav�rus”, indica o estudo cient�fico.
Atualmente, de acordo com o IPD, apenas seis estados brasileiros seguem fazendo isolamento social, com os demais registrando em agosto movimentos superiores a �ndices pr�-pand�micos. Os que ainda conseguem afastamento em meio a retomadas e flexibiliza��es de atividades, al�m de Santa Catarina e S�o Paulo, s�o Rio Grande do Sul (5,07), Rio de Janeiro (4,5), Bahia (3,4) e Par� (2,5).
Os pesquisadores que desenvolveram o IPD afirmam que a ferramenta tem se provado suficientemente fiel para demonstrar as situa��es atuais e com isso apontar tend�ncias de relaxamento ou de ades�o das popula��es avaliadas. “A validade e sensibilidade desse novo indicador foi evidente, pois o mesmo responde, de modo r�pido, �s determina��es legais de isolamento e de relaxamento”, avalia o estudo.
TEMPO DE REA��O
Apoiado em outros estudos e com as an�lises dos efeitos de eventos como as medidas de restri��o de circula��o e atividades tomadas pelo poder p�blico, esse estudo indica qual o tempo de rea��o das pessoas e da doen�a a esses movimentos. “Medidas n�o farmacol�gicas isoladas, incluindo fechamento de escola, fechamento de local de trabalho, proibi��o de eventos p�blicos, proibi��o de reuni�es de mais de 10 pessoas, condi��es espec�ficas para sair de casa e limites de movimento interno, est�o associadas � transmiss�o reduzida de SARS-CoV-2. Entretanto, os efeitos da introdu��o e da intensifica��o destas medidas n�o farmacol�gicas s� se manifestam depois de 1–3 semanas de sua implementa��o. Da mesma forma, o aumento na taxa de transmiss�o do v�rus tamb�m sofre um atraso ao se suspender as medidas n�o farmacol�gicas, sendo esse efeito ainda mais demorado”, indica o trabalho cient�fico.
Dia de jogo marcou drible no afastamento
O dia de menor isolamento registrado em Belo Horizonte neste ano foi 18 de agosto, uma quarta-feira, data em que o Mineir�o recebeu mais de 17 mil pessoas e os bares da capital mineira lotaram para torcedores do Galo assistirem � vit�ria do Atl�tico sobre o River Plate, por 3 a 0, pela Copa Libertadores da Am�rica, primeira partida liberada depois de mar�o de 2020, quando tiveram in�cio as restri��es devido � pandemia do novo coronav�rus. O �ndice de Perman�ncia Domiciliar (IPD) medido naquele dia foi de 4,84 (zero seria a m�dia antes da pandemia e n�meros negativos acima do normal pr�-pand�mico). Mas esse n�o foi o �nico evento da data, que registrou, ainda, protestos dos servidores p�blicos contra a reforma administrativa. Os jogos com p�blico acabaram suspensos pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) depois das aglomera��es desta e da partida seguinte, do Cruzeiro, no Est�dio Independ�ncia, dois dias depois.
J� a data de menor isolamento de Belo Horizonte no em 2020 a partir do in�cio da pandemia, com 4,6 pontos no IPD, foi 21 de mar�o, dia seguinte aos decretos de restri��es de atividades e com as aulas j� suspensas. Nas primeiras horas daquele s�bado, quando entravam em vigor as normas de isolamento, as pessoas esvaziavam as prateleiras de supermercados e farm�cias, buscando estocar produtos e sem saber por quanto tempo deveriam se recolher, principalmente porque a Europa j� estava em crise provocada pela pandemia havia meses e por l� muitas cidades enfrentavam lockdown.
O m�s seguinte – quando empresas adotaram o teletrabalho e a apreens�o frente ao desconhecimento em torno da COVID-19 tomava conta dos lares – foi o de maior isolamento dos belo-horizontinos. De acordo com o IPD, a m�dia de afastamento atingiu um �ndice de 68,23 em abril de 2020, sendo que no mesmo m�s deste ano, em pleno colapso hospitalar devido � a��o da variante de Manaus, esse esfor�o de afastamento foi 32,5% menor, ficando em 46,04.
Os dias de abril tamb�m foram, disparados, os de maior isolamento registrado pelo IPD quando se considera datas separadamente. O IPD mais alto foi alcan�ado em 3 de abril de 2020, quando se chegou, em Belo Horizonte, a um patamar de 73,8 pontos. Esse dia caiu em uma sexta-feira. Naquele per�odo, o cen�rio era assustador no Brasil.
Cart�rios registraram mais mortes por novo coronav�rus do que por qualquer outra causa, houve congestionamentos de sepultamentos e centenas de covas sendo abertas nos cemit�rios deixaram a opini�o p�blica estarrecida. O Minist�rio da Sa�de convocou �s pressas 14 categorias para refor�ar a��es sanit�rias pelo pa�s e ainda se divergia sobre o uso de m�scaras, sobretudo caseiras, o que elevava a sensa��o de inseguran�a para sair �s ruas.
Cart�rios registraram mais mortes por novo coronav�rus do que por qualquer outra causa, houve congestionamentos de sepultamentos e centenas de covas sendo abertas nos cemit�rios deixaram a opini�o p�blica estarrecida. O Minist�rio da Sa�de convocou �s pressas 14 categorias para refor�ar a��es sanit�rias pelo pa�s e ainda se divergia sobre o uso de m�scaras, sobretudo caseiras, o que elevava a sensa��o de inseguran�a para sair �s ruas.
Em 2021, o dia com maior isolamento em 2021, em Belo Horizonte, foi 4 de abril, um domingo de P�scoa at�pico, sem os tradicionais tapetes de serragem nas cidades hist�ricas, que permaneciam fechadas aos turistas. Nos templos de BH, cultos s� podiam ocorrer virtualmente. Naquele dia, a capital mineira conseguiu marca de 52,6 no IPD.
ALERTAS P�BLICOS
Tanto a PBH, por meio da Secretaria Municipal de Sa�de (SMSA), quanto a Secretaria de Estado de Sa�de de Minas Gerais (SES-MG) consideram o afastamento fundamental enquanto os mineiros estiverem vivendo sob a pandemia do novo coronav�rus. “A SES-MG tem refor�ado as recomenda��es sanit�rias como o uso correto de m�scaras, lavagem das m�os com frequ�ncia e evitar aglomera��es”, afirma a pasta estadual. Como preven��o, � imprescind�vel que a popula��o mantenha as recomenda��es sanit�rias, como o uso correto de m�scaras, evitar aglomera��es e lavar as m�os com frequ�ncia”, orienta a SMSA.