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Estado de Minas FOGO

Inc�ndios em MG batem recorde e chegam a prejudicar fornecimento de energia

De janeiro at� o momento, mais de 4.500 focos foram registrados no estado. Quase 400 mil pessoas ficaram sem luz por causa de interfer�ncias na rede el�trica


14/09/2021 21:31 - atualizado 14/09/2021 22:09

Cortina de fumaça proveniente de incêndios pode chegar até os fios e prejudicar fornecimento de energia elétrica
Cortina de fuma�a proveniente de inc�ndios pode chegar at� os fios e prejudicar fornecimento de energia el�trica (foto: Marcello Casal Jr./Ag�ncia Brasil)
Alta nas temperaturas em Minas Gerais e tamb�m nas  queimadas . Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) indicam que de janeiro at� agosto o estado teve 4.514 focos de inc�ndio, o que representa um recorde. A quantidade de queimadas � mais que o dobro do que foi registrado no mesmo per�odo de 2020, quando 2.198 ocorr�ncias foram registradas. Al�m da degrada��o do meio ambiente, a quantidade de fogos tamb�m acende o alerta para outro problema: o fornecimento de energia.

No estado, a principal respons�vel por distribuir a energia at� o consumidor final � a Companhia Energ�tica de Minas Gerais (Cemig). De janeiro a agosto deste ano, a empresa p�blica j� registrou 305 ocorr�ncias na rede el�trica relacionadas � queimadas. Isso fez com que 386.646 clientes fossem prejudicados no fornecimento de energia. Somente no m�s passado, foram 161 casos, que causaram problemas para cerca de 111 mil clientes da companhia. S� entre janeiro e julho, o n�mero de clientes afetados aumentou 6,4 vezes em rela��o ao mesmo per�odo de 2020, saltando de 43 mil para 277 mil pessoas.


"Normalmente, esses locais s�o de dif�cil acesso e em �reas muito amplas. Al�m disso, levar estruturas pesadas, como torres e postes, em �reas acidentadas torna ainda mais desafiadora a manuten��o das redes prejudicadas pelas queimadas. Nosso estado � muito grande, com muitos relevos e isto dificulta muito os trabalhos de nossas equipes", afirma o gerente de Sa�de e Seguran�a do Trabalho da Cemig, Jo�o Jos� Magalh�es Soares.

O sistema de Furnas, por exemplo, possui 3.199 quil�metros em linhas de transmiss�o em Minas, com nove subesta��es: Barro Branco, Itutinga, Po�os de Caldas, Batalha, Furnas, Itumbiara, Marimbondo, Mascarenhas de Moraes, Porto Col�mbia. De janeiro de 2020 at� agosto deste ano, a empresa contabilizou 124 desligamentos provocados por queimadas em seu sistema de transmiss�o em todo o Brasil, sendo que 25 deles foram registrados no estado, o que representa 20% dos casos. Tr�s aconteceram somente neste ano. Goi�s, Mato Grosso, S�o Paulo e Tocantins s�o outras localidades que tamb�m sofrem com o problema.

Ricardo Abdo, gerente de Linhas de Transmiss�o de Furnas, diz que as ocorr�ncias no sistema da empresa s�o amenizadas por conta da robustez das liga��es, chamadas de Sistema Interligado Nacional. Ou seja, a interliga��o de sistemas faz com que a energia chegue nas distribuidoras por outros caminhos, sem que o consumidor final seja afetado. Abdo, no entanto, alerta que se houver uma quantidade grande de interfer�ncias de queimadas nas linhas de transmiss�o de forma simult�nea, a popula��o pode ser afetada.

"Gra�as a essa robustez do sistema que dificilmente desligamentos pontuais v�o afetar diretamente o consumidor final. Mas por que isso � prejudicial? Porque podem ter outras ocorr�ncias simultaneamente e ter esse problema de queimada de desligamento da linha e, a� sim, ter um problema mais cr�tico que afete o consumidor. A transmissora de energia entrega a energia direto para o distribuidor", explica o gerente.


Como os inc�ndios afetam os sistemas?


Os sistemas s�o afetados pela fuma�a proveniente dos inc�ndios. Al�m disso h� a presen�a da fuligem, que � um elemento condutor e que ajuda no aquecimento dos cabos. Com isso, abre-se um curto-circuito nos fios, uma vez que o ar, que faria o isolamento em situa��es normais, perde espa�o para o material das queimadas.

"Aquele fogo produz fuma�a e fuligem. Toda aquela cortina de fuma�a chega at� os fios condutores. Em condi��es normais, voc� tem um isolamento natural do ar, do cabo condutor onde est� passando a energia. Quando a fuma�a entra naquele ambiente e preenche o espa�o, por ela e a fuligem terem elementos condutivos, o ar perde sua caracter�stica de isolamento e com isso se abre um curto-circuito na linha de transmiss�o, entre o solo e aquela fuma�a. Isso ocorre na transmiss�o e na distribui��o", destaca Ricardo Abdo.

Furnas, por ser respons�vel por levar a energia da usina at� o distribuidor, opera com torres e linhas com dist�ncias mais elevadas, inclusive do solo, uma vez que o sistema opera com fios de alta tens�o. J� o sistema de distribui��o da Cemig, por exemplo, tem fios mais pr�ximos do solo se comparado com a transmiss�o, justamente pela tens�o ser menor.

"Na distribui��o isso acaba sendo mais cr�tico, por causa da dist�ncia. Furnas opera com sistema de alta tens�o. Ent�o s�o torres e linhas com dist�ncias mais elevadas. A distribui��o � um n�vel menor, opera com estruturas menores. A� fica ainda mais vulner�vel em rela��o �s queimadas", completa o gerente de Linhas de Transmiss�o de Furnas.

A��es preventivas


Tanto Furnas quanto a Cemig elaboram a��es preventivas para preservar os sistemas de transmiss�o e distribui��o, respectivamente, com limpeza nos corredores. No entanto, os riscos n�o s�o eliminados totalmente, uma vez que a fuma�a pode chegar aos fios por meio de um inc�ndio distante dos sistemas e causar preju�zos, mesmo em uma �rea que as equipes tenham limpado.

Furnas utiliza, tamb�m, o sistema do INPE, que monitora as �reas de forma espacial. Al�m disso, h� um sistema de localiza��o de focos de calor, al�m de uma equipe de meteorologia que faz previs�es de estiagem, de ventos fortes ou de algo at�pico que pode afetar a transmiss�o.

A Cemig, por sua vez, criou um sistema de alerta de queimadas, que tamb�m utiliza dados de sat�lite e de modelos meteorol�gicos para identificar, monitorar e prever o deslocamento de focos de queimadas nas proximidades de suas linhas de distribui��o e transmiss�o, permitindo �s equipes de campo realizar inspe��es em pontos espec�ficos para avaliar os riscos de poss�veis desligamentos.

Vale lembrar que provocar queimadas em mata ou floresta � crime ambiental, previsto na Lei 9.605/98, podendo gerar uma pena de dois a quatro anos de reclus�o, al�m de multa.


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