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Estado de Minas PANDEMIA

Pediatra sobre suspens�o da vacina��o de adolescentes: 'Sem fundamento'

M�dica da UFMG diz que medida anunciada pelo Minist�rio da Sa�de compromete o Plano Nacional de Imuniza��o e escancara neglig�ncia � sa�de do adolescente


16/09/2021 15:28 - atualizado 17/09/2021 18:42

Em BH, prefeitura diz que vai manter a vacinação de adolescentes apenas para o público com comorbidades, deficiências permanentes e com privação de liberdade.
Em BH, prefeitura diz que vai manter a vacina��o de adolescentes apenas para o p�blico com comorbidades, defici�ncias permanentes e com priva��o de liberdade. (foto: Leandro Couri/EM/D.A.Press)
Para a pediatra e professora da Faculdade de Medicina da UFMG, Cristina Alvim, a decis�o do Minist�rio da Sa�de de suspender a vacina��o de adolescentes sem comorbidades �, "no m�nimo, equivocada".

A medida foi divulgada por meio de nota t�cnica emitida pela Secretaria Extraordin�ria de Enfrentamento � COVID-19 (SEI/MS) na noite dessa quarta-feira (15/9). At� ent�o, a imuniza��o ampla de jovens de 12 a 17 anos estava oficialmente recomendada.


“N�o vejo fundamento nos argumentos apresentados pelo Minist�rio da Sa�de. Suspender a prote��o dos adolescentes compromete n�o s� a sa�de deles, como a pr�pria efetividade do Plano Nacional de Imuniza��o”, diz a especialista

OMS

Como justificativa para revogar a prote��o ampla do grupo, o governo federal afirma que a "Organiza��o Mundial de Sa�de n�o recomenda a imuniza��o de crian�a e adolescente, com ou sem comorbidades". 

A afirma��o � parcialmente verdadeira. No fim de agosto, a diretora-geral assistente para Medicamentos e Vacina��o da ag�ncia, Mari�ngela Sim�o, de fato, pediu cautela na imuniza��o deste p�blico, alegando que a rela��o de benef�cio ainda n�o est� comprovada. Na mesma ocasi�o, por�m, a dirigente refor�ou que adolescentes com doen�as associadas precisam ser vacinados contra o coronav�rus, uma vez que s�o mais vulner�veis � forma grave da COVID-19.

Cristina acrescenta que os alertas da OMS tamb�m precisam ser considerados no contexto da escassez de vacinas enfrentada por muitos pa�ses ao longo da pandemia. 

“Desde o in�cio do ano, a OMS chama aten��o para o descompasso da vacina��o no mundo. Pa�ses ricos come�aram a proteger crian�as e adolescentes j� em mar�o, enquanto os menos desenvolvidos mal conseguiam iniciar suas campanhas. O �rg�o, ent�o, passou a alertar que a vacina��o de jovens de 12 a 17 anos era menos urgente, sugerindo uma coopera��o entre os governos para um avan�o global no combate � pandemia”, afirma a pediatra.

“Mas isso n�o se aplica ao Brasil neste momento. Nas cidades onde os adultos j� foram todos protegidos com ao menos uma dose, o mais sensato � avan�ar para a imuniza��o de adolescentes, tal como foi feito  nos EUA, no Canad�, em Israel, na Fran�a, no Chile e muitos outros lugares”, complementou.

Segundo a pediatra, as vacinas aprovadas pela Anvisa s�o comprovadamente seguras para os adolescentes e proteg�-los contribui para o sucesso da campanha como um todo. 
Pessoas vacinadas, afinal, t�m at� 49% menos probabilidade de transmitir o v�rus nos ambientes que frequentam. Por outro lado, pondera a m�dica, adolescentes n�o imunizados podem se tornar nicho de novas variantes, inclusive mais adaptadas e nocivas a eles.

Neglig�ncia

Outro ponto defendido pela m�dica � que a sa�de dos jovens de 12 a 17 anos, apesar de pouco debatida durante a pandemia, foi significativamente impactada pela doen�a e n�o deve ser negligenciada.

Cristina diz que a situa��o foi constatata em um estudo desenvolvido por pesquisadores da UFMG, cuja conclus�o � de que o n�mero de �bitos pelo Sars-Cov-2 em crian�as e adolescentes no Brasil foi sete vezes maior do que no Reino Unido em decorr�ncia de situa��es de vulnerabilidade socioecon�mica. 

“Temos tamb�m dados da Sociedade Brasileira de Pediatria: 2 mil adolescentes morreram de COVID-19 desde o in�cio da pandemia. Esse n�mero supera a soma de mortos por todas as doen�as imunopreven�veis na inf�ncia no pa�s. O peso da COVID sobre esses jovens, portanto, � significativo e merece aten��o. A sa�de do adolescente, mais uma vez, est� sendo negligenciada”, conclui a pequisadora.


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