
O registro do momento em que a m�e chora foi feito pela fot�grafa Paula Beltr�o. Ela faz trabalhos volunt�rios em maternidades e foi convidada pela coordenadora de obstetr�cia do Hospital Risoleta Neves, dra. Patr�cia Magalh�es, para fazer o ensaio gestacional da paciente.
Com 15 semanas de gesta��o, �rika Cl�ia Soares, de 25 anos, chegou ao hospital se queixando de uma fraqueza muscular. Foi avaliada pelas equipes de obstetr�cia e neurologia e teve diagn�stico de uma doen�a inflamat�ria rara chamada Adem, que causa paralisia e perda da fala.
A gestante ficou internada na UTI, em estado vegetativo. De acordo com Paula, a equipe m�dica acreditava que a gravidez da paciente n�o fosse evoluir, j� que estava muito no in�cio e o quadro dela era muito grave.
Mas as semanas foram passando e, com 30 semanas de gesta��o, a fot�grafa foi convidada para fazer o ensaio. Ela conta que ao receber o convite, a m�dica disse que “era uma fam�lia e um hospital inteiros mobilizados pela hist�ria de dedica��o da paciente que bravamente estava sobrevivendo a uma doen�a rar�ssima e que estava reagindo para querer viver pela beb�.”
Al�m disso, Paula lembra que toda m�e sonha em fazer um ensaio gestante e ter esse momento da gravidez registrado.
A fot�grafa afirma que os registros foram feitos para a fam�lia e a m�e poder ver quando estiver recuperada.
“Para ela poder lembrar de uma fase dif�cil da vida que ela passou, mas superou e, principalmente, para lembrar da filha dela pequenininha. Quero que a �rika tenha o maior n�mero de fotos poss�vel, uma lembran�a (...) do momento de amor entre a fam�lia, de conex�o do casal (ela e o marido), da chegada da filha dela, da gesta��o, do encontro. A fotografia tem esse poder.”
Reencontro e parto de emerg�ncia
O ensaio da gestante foi feito quando ela estava com 33 semanas. Paula conta que neste dia, o filho mais velho de �rika reencontrou a m�e pela primeira vez, ap�s 5 meses de interna��o.
“Ele n�o teve a percep��o da doen�a, queria contar as novidades, pedia para a m�e responder.”
A previs�o da equipe era de que o parto fosse feito na 37ª semana de gesta��o, para que a crian�a nascesse com mais seguran�a.
Mas com 35 semanas, �rika teve uma eleva��o de press�o e um descolamento de placenta grave. Diante do quadro, ela precisou ser submetida a uma cesariana para que m�e e filha pudessem ser salvas.
“� impressionante a luta pela vida, essa beb� ter sobrevivido.”
Maria Cec�lia nasceu em 6 de setembro, pesando 2,160kg. Mas, a m�e s� conheceu a filha no dia 13. Paula voltou ao hospital para registrar o momento do encontro.
“Nesse dia, a equipe m�dica, o pai, todas as pessoas come�aram a perceber a melhora gradativa da �rika. Quando a beb� foi colocada em cima dela, o batimento dela acelerou, a respira��o dela mudou. E quando o pai falou que ia tirar a bebezinha para se alimentar, a m�e chorou. � justamente a foto da l�grima escorrendo.”
Veja o v�deo
Ajuda para a reabilita��o
A fot�grafa conta que �rika est� evoluindo a cada dia. Mas, com o problema de sa�de da m�e, a fam�lia passou a enfrentar dificuldades financeiras. E, ao tomar conhecimento da situa��o, Paula decidiu criar uma vaquinha para ajudar nas despesas.
O marido de �rika, Weverton Pereira da Silva, de 29 anos, � porteiro e trabalhava em dois turnos. Mas precisou deixar um dos empregos para cuidar da esposa no hospital.
A m�e de �rika tamb�m precisou parar de trabalhar para cuidar do filho mais velho do casal, Arthur, de 6 anos.
“Com isso, a renda familiar, que era de tr�s sal�rios e meio caiu para um sal�rio. Eles passaram necessidade, n�o tinham dinheiro para transporte. Ele ia a p� para o hospital, almo�ava e jantava a comida que era servida pelo hospital. Foi uma �poca muito dif�cil para eles.”
A fot�grafa explica que �rika vai precisar de cuidados durante sua recupera��o.
“O tratamento dela vai ser muito prolongado. Vai precisar de uma cadeira de rodas at� voltar a andar, muitos cuidados fisioter�picos, fonoaudi�logo. Eles, provavelmente, v�o precisar ter essa estrutura hospitalar em casa.”
A fam�lia mora no apartamento da m�e de �rika, em um conjunto habitacional. O im�vel fica no segundo andar do pr�dio e a inten��o, com a vaquinha, � que a fam�lia consiga se mudar para o t�rreo, para facilitar a locomo��o da paciente.
“A log�stica seria muito dif�cil, subir dois lances de escada com cadeira de rodas.”
Quem quiser contribuir com a vaquinha e ajudar a fam�lia,
pode fazer sua doa��o clicando
aqui
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*Estagi�ria sob supervis�o do subeditor Jo�o Renato Faria