
O corpo de Marilda foi encontrado pelo marido no porta-malas do carro da v�tima, que estava estacionado na garagem de casa. De acordo com a Pol�cia Civil, a psic�loga estava como os p�s e as m�os amarradas. Por�m, o inqu�rito aponta que a v�tima pode ter sido amarrada sozinha.
“No laudo preliminar consta algumas escoria��es no pulso e no tornozelo, mas isso � em virtude das amarras. Mas o corpo n�o tinha sinais de viol�ncia. N�o tem nada que indica que esse corpo tenha sido manipulado. N�o s�o amarras que ela mesma n�o pudesse ter feito sozinha”, afirma o advogado da fam�lia.
Ainda segundo F�bio Costa, o inqu�rito traz documenta��es de interna��es anteriores da Marilda, o que revela que ela tinha um hist�rico depressivo. “S�o documenta��es que foram juntadas, que o marido deve ter fornecido para a pol�cia, pra comprovar todo esse hist�rico depressivo que ela tinha. Pela linha de investiga��o que est� sendo adotada no inqu�rito policial, h� sim uma grande chance de ser dito como um suic�dio mesmo”, afirma.
Al�m disso, o advogado contou que ela fez uso de medicamentos, tomou bebida alco�lica, e que isso pode ter potencializado os medicamentos.
N�o h� ind�cios de homic�dio
Um dos suspeitos pela morte de Marilda, de acordo com a opini�o p�blica, era o marido da v�tima. Por�m, a Pol�cia Civil informou que tudo o que ele disse no depoimento foi checado e confirmado. Al�m disso, segundo o advogado da fam�lia, no inqu�rito n�o h� ind�cios de que Marilda tenha sido agredida, e por isso n�o h� evid�ncias que ela tenha sido v�tima de homic�dio.
“� normal em crimes dessa natureza a suspeita recair sobre marido. Mas o depoimento dele � bem extenso, bem detalhado. Ele disse onde estava, nos hor�rios em que estava. Isso tudo, posteriormente, foi confirmado pela pol�cia. Ele foi atr�s, em um hotel, de umas c�maras. Tudo isso para colaborar. Ent�o, pela experi�ncia que n�s temos, quem comete esse tipo de crime n�o vai ser t�o solicito assim, como foi”, explica F�bio Costa.
Nessa semana, o caso completou um m�s, e segue sem repostas. A causa da morte ainda � desconhecida. A Pol�cia Civil informou que aguarda o resultado de exames toxicol�gicos, feitos no IML em Belo Horizonte. Contudo, ainda n�o h� previs�o de quando o resultado ficar� pronto.
Relembre o caso
A psic�loga Marilda Matias Ferreira dos Santos, de 37 anos, foi encontrada morta dentro do porta-malas do pr�prio carro no dia 22 de agosto, em Pouso Alegre. O ve�culo estava estacionado na garagem da casa Quem encontrou o corpo e chamou a pol�cia foi o marido da v�tima, um m�dico veterin�rio de 62 anos.

De acordo com a Pol�cia Civil, Marilda estava como os p�s e as m�os amarradas, com roupa e capacete de ciclismo, e sem sinais de viol�ncia. Na casa onde ela morava tamb�m n�o havia ind�cios de arrombamento.
O corpo da psic�loga foi enterrado em Bauru (SP), cidade natal da v�tima e onde mora a fam�lia.
Depoimento do marido
Em depoimento prestado � pol�cia, o marido da v�tima disse que estava trabalhando no dia 21 de agosto, em uma fazenda em Carea�u, quando recebeu uma mensagem da esposa dizendo que iria pegar uma bike speed emprestada com um amigo para pedalar at� Borda da Mata.
Mais tarde, quando chegou em casa, ele n�o encontrou a esposa e achou que ela ainda n�o teria chegado do passeio. Pouco tempo depois, como a esposa n�o apareceu, ele come�ou a procur�-la em hospitais e delegacia, mas n�o teve not�cias.
O homem ainda relatou que ficou a noite preocupado, j� que os pertences da v�tima estavam em casa, como celular, bolsa e outros objetos. Na manh� do dia seguinte, o marido resolveu abrir o carro da esposa, que estava na garagem de casa, e encontrou Marilda sem vida no porta-malas.
No dia 29 de agosto, o delegado regional, Renato Gavi�o afirmou que nenhuma hip�tese foi descartada. “A v�tima foi localizada sem nenhum sinal de viol�ncia, nenhum sinal de arranh�o, nenhum sinal de inje��o ou qualquer coisa do tipo. Ent�o, hoje a Pol�cia Civil trabalha com todas as hip�teses. N�o podemos falar em crime de homic�dio, n�o podemos falar em suic�dio at� a conclus�o da investiga��o,” disse o delegado.
Fam�lia n�o acredita em suic�dio
A m�e da psic�loga Marilda, Luzia Matias, disse que n�o acredita que a filha tenha tirado a pr�pria vida. A m�e relatou que Marilda era cheia de vida e muito querida por todos.
No entanto, Luzia tamb�m confirmou que a filha n�o estava feliz no Sul de Minas e queria voltar a morar com ela em Bauru, no interior de S�o Paulo.
“A fam�lia tinha ci�ncia que ela [Marilda] estava passando por problemas, mas ainda n�o acredita que ela tenha tirado a pr�pria vida. A m�e est� muito mal”, afirma o advogado F�bio Costa.
(Gabriella Starneck / Especial para o EM)