Igrejinha da Pampulha come�a celebra��es da eleva��o a santu�rio

Come�am hoje  (1º/10), em Belo Horizonte, as festividades na Capela Curial S�o Francisco de Assis, mais conhecida como Igrejinha da Pampulha, que na segunda-feira (4/10), dia consagrado ao seu padroeiro, ser� elevada a Santu�rio Arquidiocesano S�o Francisco de Assis. Cart�o-postal da capital e �cone do patrim�nio mundial, o templo projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer (1907-2012) chega a essa condi��o para valorizar ainda mais o espa�o sagrado, destacar o conjunto moderno e fortalecer a peregrina��o.

“Vamos celebrar esses dias com alegria e programa��o religiosa e cultural”, disse, ontem, o futuro reitor do santu�rio, padre Ednei Almeida Costa. Reaberta completamente restaurada h� dois anos, a singela capela dedicada ao protetor da natureza e dos animais passar� a ser santu�rio na segunda-feira, durante missa celebrada pelo arcebispo metropolitano de BH e presidente da Confer�ncia Nacional dos Bispos dos Brasil (CNBB), dom Walmor Oliveira de Azevedo. (Veja o quadro.) Hoje, est� sendo lan�ado um concurso de fotografia, com resultado e premia��o no encerramento das festividades.

De acordo com a Arquidiocese de BH, uma igreja ou outro local sagrado se torna santu�rio quando os fi�is, em grande n�mero, por algum motivo especial de piedade, fazem peregrina��es, com aprova��o da autoridade da Igreja local (bispo ou arcebispo). No territ�rio da Arquidiocese de BH, que re�ne 28 munic�pios, h� 12 santu�rios, sendo seis na capital – Nossa Senhora da Boa Viagem, S�o Paulo da Cruz, Nossa Senhora da Concei��o dos Pobres, da Sa�de e da Paz (Padre Eust�quio), S�o Jos� e S�o Judas Tadeu – e em Caet�, Brumadinho, Confins, Contagem, Santa Luzia e Sabar�.

Hor�rios

Para quem quiser conhecer e visitar a capela ou assistir �s missas, padre Ednei informa que a igreja fica aberta todos os dias das 8h �s 17h, com missas aos domingos �s 7h, 10h e 18h. Se o interesse for apenas visitar, s�o cobrados R$ 6 (metade do valor para idosos e estudantes). No caso da missa, a entrada � livre, com respeito � capacidade do templo e protocolos sanit�rios nesses tempos de pandemia.

“Em 4 de outubro, teremos a tradicional b�n��o dos animais no santu�rio”, avisa o padre. Nos dias 2 e 3, �s 14h, ser�o distribu�das mudas, com orienta��es ao p�blico para preserva��o dos jardins da Pampulha. As plantas s�o do Viveiro Burle Marx, criado no Jardim Bot�nico, na Pampulha, pela Funda��o de Parques Municipais e Zoobot�nica. “Temos recebido apoio da Prefeitura de Belo Horizonte para manuten��o do jardim, em especial da paisagista Laura Mour�o, disc�pula de Burle Marx.”

Al�m de reconhecido como Patrim�nio Mundial pela Organiza��o das Na��es Unidas para a Educa��o, a Ci�ncia e a Cultura (Unesco), o Conjunto Moderno da Pampulha � tombado pelo Instituto do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico Nacional (Iphan), Instituto Estadual do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico de Minas Gerais (Iepha) e Conselho Deliberativo do Patrim�nio Cultural Municipal de Belo Horizonte.

Hist�ria

A qualquer hora do dia, h� sempre algu�m, brasileiro ou estrangeiro, fotografando ou admirando os detalhes, ou contemplando as formas concebidas por Niemeyer. Com certeza, imposs�vel visitar Belo Horizonte sem ir � Pampulha – e de maneira bem especial � Igreja S�o Francisco de Assis, um dos s�mbolos do conjunto reconhecido pela Unesco, em 17 de julho de 2016, como patrim�nio mundial.

Reaberto em 4 de outubro de 2019, ap�s um ano e tr�s meses de obras de restaura��o, o templo foi a �ltima constru��o do complexo arquitet�nico. Na �poca (d�cada de 1940), o visual moderno causou grande impacto e a S�o Francisco de Assis n�o foi compreendida como espa�o religioso. Durante 14 anos (1945-1959), ficou sem b�n��o oficial devido �s formas criadas pelo arquiteto carioca Niemeyer.

Mesmo com os 14 pain�is da via-sacra de C�ndido Portinari (1903-1962), autor tamb�m do painel externo em azulejos, homenageando o santo padroeiro, houve reprova��o de parte da comunidade cat�lica, principalmente do ent�o arcebispo de BH dom Ant�nio dos Santos Cabral (1884-1967).

Um dos pontos pol�micos dizia respeito ao santo padroeiro, no interior da igreja, ao lado de um cachorro. Dom Cabral n�o gostou do que viu e n�o fez a sagra��o do templo. Somente em 1958, foi entregue ao culto cat�lico, sendo a primeira missa celebrada no ano seguinte.

Na parte externa, podem ser admirados, al�m dos jardins de Burle Marx, o revestimento em pastilhas de Paulo Werneck (1903-1962). Dentro, destacam-se os baixos-relevos em bronze do batist�rio, do escultor Alfredo Ceschiatti (1918-1989), al�m do trabalho de Portinari.