
Em um v�deo divulgado pela v�tima, o homem afirma que, por ser fot�grafo, tinha autoridade em falar sobre a forma com que ela usa o cabelo. "Ent�o meu cabelo assusta?”, ela pergunta. “Assusta. Sempre quis falar isso pra voc�. Eu sou fot�grafo, eu posso falar”, o homem dispara em v�deo. Ludmila reagiu o chamando de racista e o homem negou.
A situa��o n�o � um caso isolado e Ludmila afirma que o cabelo negro � sempre alvo de cr�ticas. No v�deo, a modelo se indigna com o esvaziamento da simbologia da cultura negra: “Nosso cabelo n�o � um elemento est�tico, e sim um elemento pol�tico. Faz parte do nosso corpo enquanto exist�ncia pol�tica". Ludmila Cassimiro afirmou que ir� levar a den�ncia ao Minist�rio P�blico, como foi instru�da, e posteriormente ir� fazer o boletim de ocorr�ncia: “Quero penaliz�-lo pela atitude que ele teve”.
Conforto ao ofender
Al�m do tom de conforto do homem, Ludmila disse ao Estado de Minas que percebeu a satisfa��o dele ao fazer o coment�rio: “Ele falou de um modo muito tranquilo. Esbo�ou felicidade por estar falando que meu cabelo assustava as pessoas”.
Al�m disso, a modelo afirma que a naturalidade do coment�rio era acompanhada pela certeza de que ele ficaria impune: “Ele falou como se n�o fosse ‘dar nada’ pra ele”. Ela completa dizendo que o homem se sentiu muito � vontade, e agiu como se a inj�ria fosse uma opini�o.
"As pessoas veem isso como uma opini�o pessoal que est�o exprimindo inocentemente, mas, na verdade, � o pensamento racista velado"
Ludmila Cassemiro
No v�deo, a jovem explicou que essas atitudes afetam a sa�de mental e autoestima da popula��o negra: “Isso al�m de nos desumanizar, tira nosso lugar de conforto, de caminhar em paz.” Ela conta que sua imagem sempre foi colocada � frente do conte�do e capacidade intelectual, e conclui: “Eu n�o vou desistir de ter voz, de lutar pelo meu povo. Continuo levando nas minhas costas, na minha mente, corpo, cora��o e alma, a ideia de que enquanto ferirem a minha exist�ncia, eu vou resistir.”