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Estado de Minas CRIME

Pol�cia indicia suposto PM por agress�o e mulher dele por inj�ria racial

Caso ocorreu em Juiz de Fora, envolvendo motoristas de aplicativo, no dia 10/10; companheira do suspeito teria chamado mulher de 'macaca'


22/10/2021 19:02 - atualizado 23/10/2021 15:03

Confusão em rua durante a noite. Viatura da PMMG em primeiro plano
Crime de inj�ria racial aconteceu na noite do dia 10 de outubro, em Juiz de Fora, durante atendimento pela PM de ocorr�ncia de um caso de agress�o (foto: Arquivo pessoal)
A Pol�cia Civil em Juiz de Fora, na Zona da Mata, indiciou nesta sexta-feira (22/10) um suposto policial militar, de 38 anos, suspeito de agredir um motorista de aplicativo no dia 10 de outubro. A companheira dele, de 37, responder� pelo crime de inj�ria racial contra uma condutora. No entanto, apesar dos questionamentos da reportagem, a Pol�cia Militar n�o se manifestou sobre a omiss�o – relatada pelas v�timas – de PMs, que, suspostamente, teriam presenciado a esposa do militar chamando a motorista de “macaca” e nada fizeram.
 
 
O suspeito n�o teria gostado de ser repreendido pelo motorista e, j� fora do ve�culo, entrou em luta corporal com Michael, que foi atingido com um soco no rosto. O carro dele tamb�m foi danificado pelo agressor. A PM foi acionada, mas disse, ap�s varredura, n�o ter localizado o autor.
 
Logo, a v�tima e cerca de dez colegas de profiss�o decidiram ir at� o endere�o do suspeito – que foi descoberto por meio do aplicativo de corrida. O grupo acionou a PM novamente, que foi at� o local. Na sequ�ncia, as v�timas relatam que tiveram a confirma��o dos pr�prios policiais de que o suspeito seria policial militar.
 
Na ocasi�o, Ada de Souza Bastos, de 42 anos, uma das colegas de profiss�o de Michael, teria sido chamada de “macaca” pela mulher do suspeito na presen�a dos PMs, que, segundo as v�timas, foram omissos diante do flagrante de inj�ria racial. A mesma agress�o verbal tamb�m teria acontecido antes da chegada dos policiais. 

Suspeitos indiciados

 
A delegada do caso, Mariana Veiga, disse que o inqu�rito j� foi relatado com o indiciamento da autora por inj�ria racial. “O autor tamb�m foi identificado, e n�s estamos aguardando a conclus�o do laudo pericial de dano ao ve�culo para encaminhamento ao Juizado Especial Criminal”, explica a titular da 6ª Delegacia de Pol�cia Civil, acrescentando que o suspeito tamb�m foi indiciado por agress�o.
 
Sobre o homem ser ou n�o policial militar, a Pol�cia Civil disse que n�o vai se pronunciar. Tal identifica��o n�o estaria, segundo a institui��o, no rol de atribui��es estabelecidas nos procedimentos de pol�cia judici�ria.
 
O Estado de Minas entrou em contato novamente, nesta sexta-feira (22/10), com a motorista Ada de Souza, que informou ter relatado � delegada todo o ocorrido no dia do crime de inj�ria. “Disse que ela [a companheira do suspeito] me chamou de macaca na frente dos policiais e que eles n�o fizeram nada. Ela me orientou a procurar a corregedoria da PM para ver essa quest�o da omiss�o dos policiais diante do flagrante.”
 
Questionada sobre essa orienta��o passada � motorista, a delegada Mariana Veiga n�o quis se pronunciar.

O motorista Michael Braga Machado, v�tima da agress�o, confirmou a inj�ria sofrida pela colega de trabalho. “Ela foi chamada de macaca antes da chegada da pol�cia e tamb�m na presen�a deles. Eu testemunhei isso e falei durante meu depoimento”, conta.
 
Sem fornecer muitos detalhes, a assessoria da institui��o policial disse que “durante os trabalhos investigativos foram ouvidos os envolvidos e as testemunhas”.

 
Relembre o caso

 
Conforme o boletim de ocorr�ncia, o motorista de aplicativo Michael Braga Machado disse que pegou um homem e uma mulher na Avenida Sete de Setembro, na regi�o Central da cidade, por volta das 21h30, no dia 10 de outubro.
 
Durante o percurso, o casal iniciou uma discuss�o e, com um copo de vidro na m�o, o autor come�ou a bater no banco do carro. O motorista, ent�o, pediu que ele parasse, pois o ve�culo poderia ficar danificado.
 
Logo, o suposto autor xingou a v�tima e ordenou que ele parasse o carro – o que foi atendido por Michael. Ainda conforme o registro oficial da PM, o homem entrou em luta corporal com o motorista, deu um soco em seu rosto e chutou a porta traseira do carro, que ficou amassada. Ele tamb�m teria quebrado um dos retrovisores do autom�vel.
 
Conforme a v�tima, em relato � reportagem, pessoas que passavam pela rua interviram e seguraram o autor, o que possibilitou sua sa�da do local. Ao chegar em um posto de gasolina, ele acionou a pol�cia e seus colegas de trabalho. Segundo a ocorr�ncia registrada pela PM, a viatura realizou o rastreamento na tentativa de localizar o suspeito, contudo n�o obteve �xito. 
 
Diante do exposto pela autoridade policial, a v�tima e cerca de dez colegas de profiss�o decidiram ir at� o endere�o do agressor – que foi descoberto por meio do aplicativo de corrida. “Ao chegar l�, n�s fizemos contato com a PM de novo e informamos que t�nhamos encontrado o local onde ele mora. A�, cerca de oito viaturas chegaram l�. Quando questionamos o motivo de tantas viaturas, descobrimos que o agressor era policial militar”, disse Michael ao Estado de Minas � �poca.
 
“Quem for v�tima, permanece. Quem n�o for, mete o p�! Agora! Quero que saiam daqui agora!”. Assim teria sido – conforme Michael – a abordagem inicial da PM ao visualizar o grupo na rua, pr�ximo � resid�ncia do casal. “E assim foi feito. Nossos colegas de trabalho sa�ram de l�”.
 
As inj�rias
 
A motorista de aplicativo Ada de Souza Bastos foi uma das colegas de profiss�o que, em apoio a Michael, esteve no endere�o onde reside o casal. “Diante da nossa movimenta��o na rua, ela [referindo-se � esposa do suspeito] apareceu na janela e disse: ‘N�o acredito que voc�s vieram aqui!’. Ent�o eu respondi: ‘N�s viemos para voc� responder pelo ocorrido’. A�, ela come�ou as inj�rias”, explica Ada, tamb�m em entrevista � reportagem, destacando que a mulher teria exclamado: “Sua macaca. Sai da porta da minha casa”.
 
“Na presen�a da pol�cia, eu falei pra ela: ‘Voc� me desrespeitou’. A�, ela respondeu: ‘Chamando voc� de macaca? N�o, voc� � uma macaca’. Ela falou isso na frente de todos os policiais, que n�o fizeram nada. O companheiro dela � amigo deles; � da pol�cia. Ent�o, ficou por isso mesmo.”


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