
O “Chame a Frida” - ou simplesmente “Frida” - j� funciona nas delegacias de Pol�cia Civil em Manhua�u, Ipatinga, Coronel Fabriciano, Betim e Lagoa Santa. Em breve, tamb�m ser� implantado em Barbacena e Ouro Preto. Com a aprova��o do PL (ainda precisa passar em segundo turno), os deputados e deputadas da ALMG esperam que este atendimento virtual seja implantado em todo o Estado, facilitando e desburocratizando as den�ncias.
O deputado Marquinho Lemos (PT), autor do projeto, est� otimista em rela��o � expans�o da Frida. “A maior parte da popula��o de Minas Gerais, inclusive nas �reas rurais, faz uso de aparelhos celulares que contam com o aplicativo do WhatsApp. Desse modo, a possibilidade de utilizar-se da tecnologia para denunciar a viol�ncia passa a ser mais um meio de a mulher em situa��o de viol�ncia buscar ajuda”, diz.
Ele explica que ainda � alto o n�mero de mulheres que n�o formaliza a den�ncia por n�o ter como sair de casa, por n�o querer se expor, por sentir envergonhada com a situa��o e/ou por outros tantos motivos. Neste caso, segundo o deputado, a Frida vir� em boa hora.
'A Frida mudou minha vida'
Reconhecido por pr�mios estaduais e at� nacional (veja mais abaixo), o aplicativo tamb�m tem o reconhecimento de todas as mulheres v�timas de agress�es e que foram atendidas por meio desse atendimento virtual. “A Frida mudou a minha vida”, diz a m�dica Sylvia Prata, tetrapl�gica, v�tima de uma s�rie de agress�es verbais e psicol�gicas, feitas pelo seu ex-marido, que aproveitava de sua condi��o de cadeirante para praticar as mais diversas agress�es.

Para ela, a Frida � um divisor de �guas na vida de muitas mulheres v�timas de viol�ncia e que foram acolhidas com respeito pelos policiais civis. “A agress�o marca um momento de muita ang�stia para todas as mulheres. A Frida resgatou muitas mulheres em situa��es cr�ticas. Eu mesma consegui contatar a pol�cia pelo celular, sei de mulheres cegas que usam o WhatsApp", afirma.
"Esse projeto � inclusivo e alcan�a todas as mulheres”, complementa a m�dica.
Criadora da Frida comemora
Ana Rosa Campos, a criadora do Projeto Frida, comemorou a aceita��o inicial do PL na ALMG. “A aprova��o do projeto de lei 2149/20, em primeiro turno, demonstra o comprometimento dos nossos deputados e deputadas com o enfrentamento da viol�ncia dom�stica. Sonho em ver a “Frida” em todas as delegacias de pol�cia de Minas Gerais. E esse sonho est� cada vez mais perto de virar realidade”, disse.
Criado h� quase 2 anos, o Projeto Frida coleciona resultados pr�ticos e reconhecimento p�blico. Em 2020, recebeu o Pr�mio Inova, do Governo de Minas. Em 2021, concorre a dois pr�mios nacionais e j� conquistou a gl�ria de ser finalistas do Pr�mio Patr�cia Acioli, da Associa��o dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro (Amaerj). A grande final ser� no dia 8 de novembro, no Rio de Janeiro.
Tamb�m � finalista do Pr�mio Innovare, do Instituto Innovare, que tem na sua comiss�o julgadora ministros do STF, STJ, TST, desembargadores, promotores e ju�zes. A final ser� no Supremo Tribunal Federal, em Bras�lia, em cerim�nia marcada para 7 de dezembro.
Aliada da Pol�cia Civil
“Eu vejo o 'Chame a Frida' como algo que humaniza as rela��es da Pol�cia Civil com a sociedade, e mostra o rigor da PC com os agressores. Tem um valor incomum”, diz o delegado regional de Pol�cia Civil, de Manhua�u, Felipe de Ornelas.
Ele explica que a viol�ncia contra as mulheres � praticada, na maioria dos casos, dentro dos lares. E � comum o agressor vigiar a mulher agredida, observando se ela vai ligar para a pol�cia. O delegado disse que � comum a mulher denunciar o agressor nos dias seguintes �s agress�es, quando a vigil�ncia termina.

“Mas com a Frida, usada no WhatsApp, por meio de um chatbot, a mulher envia as mensagens relatando o caso e a Pol�cia Civil age. E ainda temos a parceria com a Pol�cia Militar para chegar ao agressor”, explica.
O atendimento virtual proporcionado pela Frida oferece �s mulheres a oportunidade de denunciar, acionar a pol�cia ou esclarecer d�vidas, por meio de mensagens de texto e �udio. Os policiais fazem uma avalia��o preliminar e, em casos de situa��es de risco � v�tima, v�o at� ela.