
Uma comunidade terap�utica foi interditada pela Vigil�ncia Sanit�ria em S�o Gon�alo do Par�, no Centro-Oeste de Minas, ap�s a fuga de alguns internos. A interdi��o cautelar foi confirmada pela procuradoria do munic�pio, que fica a 120 quil�metros de Belo Horizonte, nesta quinta-feira (4/11).
Os pacientes da reabilita��o fugiram na ter�a-feira (2/11) e procuraram acolhimento no servi�o social do munic�pio alegando maus-tratos. Na noite do mesmo dia, com apoio da Pol�cia Militar, eles foram levados para as cidades de origem e entregues a familiares pela assist�ncia social.
Sobrinha de um dos internos que escaparam na cl�nica, que preferiu ter o nome preservado, disse que o tio, de 49 anos, relatou ter ficado at� oito dias trancado em um quarto.
Medicamentos de uso cont�nuo tamb�m n�o eram fornecidos ao paciente, mesmo com o envio pela fam�lia a cada 15 dias. “Ele ficou 40 dias sem rem�dio”, relatou. Ele � cardiopata e ex-paciente oncol�gico.
Diariamente, eram enviados aos familiares v�deos gravados durante o momento de louvor. “�s vezes, meu tio n�o aparecia e minha tia perguntava onde ele estava. A� eles falavam que ou ele estava no
banheiro ou de castigo por descumprir as normas”, contou.
O interno ainda contou que era obrigado a lavar roupas de todos os internos e �s vezes era dopado.
Ele estava internado desde o dia 17 de julho. A interna��o ocorreu ainda em Concei��o do Par�, onde a cl�nica funcionava. Entretanto, houve a mudan�a para S�o Gon�alo do Par�, a 34 quil�metros.
Interdi��o
A vistoria pela Vigil�ncia Sanit�ria foi realizada na noite de ontem com o apoio da Pol�cia Militar (PM). O procurador do munic�pio, Marcelo Daldegan, disse que n�o houve nenhum flagrante de maus-tratos e que a pr�pria cl�nica j� havia providenciado a entrega �s fam�lias dos internos que ainda estavam l�.
Sem flagrante, a institui��o foi interditada por extrapolar a capacidade e por acolher idosos. O alvar� de funcionamento permite at� 42 internos e estavam com cerca de 50 homens.
A assist�ncia social tamb�m ouviu os pacientes. “Vamos enviar o relat�rio ao Minist�rio P�blico para que as provid�ncias necess�rias sejam tomadas. O munic�pio, agora, acompanhar� at� que todas as pessoas sejam levadas para casa”, explicou.
Detalhes dos depoimentos n�o foram divulgados por serem sigilosos.
Como a interdi��o foi cautelar e n�o houve flagrante, a institui��o poder� funcionar caso fa�a as adequa��es necess�rias.
A reportagem tentou contato com a cl�nica pelos telefones dispon�veis nas redes sociais e tamb�m pelo n�mero fornecido pela fam�lia, por�m, as liga��es n�o foram atendidas.
*Amanda Quintiliano - Especial para o EM