Passageiros que precisam de �nibus do Move na Esta��o Venda Nova (foto: Jair Amaral/EM/DA Press)
A greve dos motoristas do transporte p�blico coletivo de Belo Horizonte encheu nesta segunda-feira (22/11) as grandes esta��es e os pontos de �nibus nas ruas. A reportagem do Estado de Minas esteve nesta manh� na Esta��o Venda Nova, na regi�o de mesmo nome, a situa��o era semelhante e deixou v�rios passageiros "ilhados", no aguardo do �nibus municipal.
V�rios deles, sem �nibus, sa�ram da esta��o e buscam solu��es para chegar ao destino. � o caso de Franciele Caldeira, de 37 anos, que aguardava um �nibus para ir at� o Bairro Savassi, Regi�o Centro-Sul da cidade belo-horizontina.
"A gente at� sabia que ia ter a greve, ent�o n�o pegou muito de surpresa. Vim mesmo para pagar para ver, e o patr�o j� at� tinha conversado que, qualquer coisa, a gente podia pegar o transporte por aplicativo. � o que estou fazendo", disse a atendente de clientes.
Franciele Caldeira desistiu de pegar um �nibus e tentava chamar um carro de aplicativo nesta manh� (foto: Jair Amaral/EM/DA Press)
J� Roneison Ricardo de Souza, de 55 anos, est� desde �s 5h na esta��o no aguardo de �nibus. Ele, que � vigia do Col�gio Batista, na Regi�o Leste de BH, afirma que, somente em �ltimo caso, vai recorrer ao transporte por aplicativo.
"Estou aqui desde �s 5 horas da manh� e nada de �nibus. Por conta da greve, me informaram que a linha 62, que eu pego, n�o vai passar, ent�o estou esperando o 61, que me atende parcialmente. Estou esperando o �nibus porque tem muita gente da escola pegando transporte de aplicativo, a� s� vai ser em �ltimo caso", disse.
Roneison Ricardo de Souza estava na esta��o desde as 5h (foto: Jair Amaral/EM/DA Press)
Roneison tamb�m comentou a movimenta��o grevista. "Eu apoio, acho justo reivindicar, est� na lei, mas acho que eles deveriam pensar no cidad�o. � a gente quem paga o pato".
O vigia conseguiu embarcar logo ap�s conversar com a reportagem. O �nibus ficou cheio, e o motorista, que preferiu n�o se identificar, comentou o ato grevista.
"Tem a porcentagem que tem que trabalhar, fiquei sabendo que s�o 60%, mas n�o sei se realmente � esse n�mero. � uma movimenta��o leg�tima, eu apoio, digo que � leg�tima pois � meu sal�rio. N�o sei a situa��o das empresas, mas est� dif�cil para a gente", comentou.
Outra parte importante da greve s�o os motoristas de aplicativos, que "socorrem" os usu�rios de �nibus e, ao mesmo tempo, lucram. Gilmar Maia, de 49 anos, aguardava um passageiro na Esta��o Venda Nova e comentou que o movimento est� bom.
Motorista de aplicativo, Gilmar Maia esteve na Esta��o Venda Nova para buscar passageiros (foto: Jair Amaral/EM/DA Press)
"Eu sempre trabalho pela manh� e saio 7h. Hoje sa� um pouco mais cedo e j� tive retorno. Normalmente, tenho quatro corridas pela manh�zinha. S� at� aqui j� foram oito, com pre�o de 40% a 60% maior. A gente lamenta toda a situa��o, mas tamb�m precisamos trabalhar e prestar nosso servi�o, que � mais do que legal", disse.
A greve, que n�o pegou os usu�rios de surpresa, encheu o metr� - com menos profundidade que o transporte p�blico municipal, por ter somente uma linha. Na Esta��o Vilarinho, tamb�m em Venda Nova, onde h� uma larga �rea de embarque e desembarque de �nibus, h� conex�o com a esta��o ferrovi�ria. A movimenta��o foi intensa e chegou a ser at� maior que a parte exclusiva dos �nibus.
Passageiros em ponto do lado de fora da Esta��o Vilarinho (foto: Matheus Muratori/EM/DA Press)
Os motoristas de �nibus cobram reajuste salarial que, segundo a categoria, n�o � concedido h� dois anos. A greve foi acordada pelo Sindicato dos Trabalhadores Rodovi�rios de Belo Horizonte (STTRBH) em 11 de novembro e anunciada na �ltima quinta-feira (18).
A Prefeitura de Belo Horizonte organizou, na sexta-feira (19), uma reuni�o com Empresa de Transportes e Tr�nsito de BH (BHTrans), Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de BH (SetraBH) e Tribunal Regional do Trabalho (TRT). Do encontro, originou-se uma reuni�o de concilia��o agendada para esta segunda.
A expectativa era de que, com o an�ncio da reuni�o de concilia��o no TRT, os motoristas suspendessem a greve nesta segunda at�, pelo menos, o fim do encontro. Contudo, a classe informou nesse domingo (21) que manteria o movimento grevista.
A paralisa��o n�o � de toda a frota e segue as diretrizes da lei n�mero 7.783, que disp�e sobre o direito � greve no pa�s. Ao menos 30% dos �nibus continuam circulando neste per�odo em Belo Horizonte, capital de Minas Gerais.