
A regi�o recebeu 3 mil orqu�deas nativas e puras da Mata Atl�ntica e Cerrado. Entre elas, nove s�o consideradas esp�cies amea�adas de extin��o. A iniciativa � do projeto Orqu�deas Brasileiras, que, desde fevereiro deste ano, vem introduzindo as flores nas �rvores e rochas da regi�o.
As esp�cies, al�m da exuber�ncia, contribuem para a preserva��o e valoriza��o das esp�cies t�picas do local. De acordo com o projeto, as flores atraem insetos que polinizam as pr�prias orqu�deas e outras plantas. Esses insetos, por sua vez, atraem predadores, ativando o ecossistema e mantendo o equil�brio natural da �rea.
A expectativa � de que as flores se reproduzam. “Certo � que a meta de 3 mil plantas ser� facilmente ultrapassada”, comemora o respons�vel t�cnico pelo projeto, Reginaldo de Vasconcelos Leit�o, que � ge�grafo especialista em orqu�deas.
Entenda as etapas do projeto

Na sequ�ncia, uma sele��o das esp�cies foi realizada em orquid�rios profissionais. A prefer�ncia foi dada �s esp�cies nativas e puras da regi�o, bem como a poliniza��o e reprodu��o em laborat�rio. Foi observada, tamb�m, a boa intera��o com a flora local.
A terceira etapa contempla o processo de aclimata��o, para o desenvolvimento e fortalecimento das mudas geradas. A quarta, por sua vez, foi a introdu��o das esp�cies � natureza, em fevereiro deste ano.
A quinta e �ltima ainda est� em andamento. “A quinta fase ser� monitorar o desempenho dessas orqu�deas at� que estejam totalmente independentes de cuidados como limpeza, regas, aduba��o e controle de pragas”, explica Reginaldo.
Conhe�a algumas esp�cies do projeto
Entre as adotadas para reintegrar a flora local, de acordo com o ge�grafo, est� a orqu�dea considerada s�mbolo do projeto, a Hoffmannseggella milerii (ex Laelia milerii). Esp�cie oficialmente amea�ada de extin��o, ela � simb�lica das serras mineiras.
“Foi necess�rio buscarmos plantas adultas, que seriam as matrizes, com colecionadores para fazermos a poliniza��o e gerar frutos. A previs�o � que uma nova gera��o de mudas seja iniciada ainda neste ano”, pontuou.
Outras esp�cies que est�o sendo reproduzidas em laborat�rio s�o a Cattleya walkeriana e a Cattleya warneri. “As mudas j� est�o prontas e vamos busc�-las para aclimata��o j� na regi�o do Vale da Serra da Moeda”, ressaltou. Al�m destas, outras dezenas de esp�cies fazem parte do projeto, veja:
- Cattleya walkeriana: esp�cie identificada na regi�o do Vale da Serra da Moeda. Encontra-se amea�ada de extin��o, na categoria vulner�vel. Floresce no outono. � reconhecida como a orqu�dea-s�mbolo do Brasil.
- Cattleya bicolor: Minas Gerais � o estado com maior profus�o dessa esp�cie, sendo oficialmente reconhecida como sendo de interesse para pesquisa e conserva��o. Floresce no ver�o.
- Cattleya warneri: sua ocorr�ncia � rara na natureza devido � alta coleta. A destrui��o de seus habitats naturais tem levado � amea�a de sua extin��o na categoria vulner�vel. Floresce na primavera.
- Cattleya labiata: s�mbolo maior das orquid�ceas, foi a primeira esp�cie do g�nero Cattleya a ser descoberta. Na natureza, encontra-se amea�ada de extin��o na categoria vulner�vel. � amplamente cultivada para fins comerciais. Floresce entre o ver�o e o outono.
- Cattleya amethystoglossa: s�o plantas altas e bifoliadas, podendo chegar a mais de um metro de altura. S�o muito resistentes e florescem no inverno.
- Cattleya guttata: Est� na lista oficial das esp�cies amea�adas de extin��o, na categoria vulner�vel. Produz cachos com at� 15 flores entre o ver�o e outono.
- Hadrolaelia pumila: atualmente amea�ada de extin��o, s�o plantas de porte pequeno que produz flores grandes e vistosas. Florescem no ver�o.
- Brassavola tuberculata: Cresce em �rvores ou em rochas e floresce entre a primavera e o ver�o.
- Oncidium crispum: crescem sobre �rvores e florescem entre o ver�o e o outono.
- Epidendrum secundum: � de f�cil adapta��o e floresce durante todo o ano.
- Epidendrum cristatum: vive nas matas de galeria e �reas de afloramentos rochosos, pode crescer em �reas de sol direto ou em �reas com sombreamento moderado. Floresce na primavera e no ver�o.
- Brasilaelia tenebrosa: esp�cie da Mata Atl�ntica do Esp�rito Santo e Minas Gerais, em risco de extin��o em seu habitat natural, na categoria ‘em perigo’. Floresce na primavera e no ver�o.
- Cattleya loddigesii: natural das matas de galeria e �reas paludosas de Minas Gerais e S�o Paulo, encontra-se em amea�a de extin��o na categoria ‘perigo cr�tico’. Antigamente, existiam popula��es dessa esp�cie na regi�o que compreende a �rea metropolitana de BH. Floresce no inverno.
- Sophronitis cernua: antes comum nas matas e cerrados que circundam a Serra da Moeda, est� praticamente extinta nesta regi�o. Floresce no outono.
- Catasetum lanciferum: crescem em �rvores da mata atl�ntica mineira, sendo muito comum na regi�o do vale da Serra da Moeda, com uma flora��o peculiar em tons de verde-amarronzado, na primavera e ver�o.
- Hoffmannseggella rupestris: apresenta crescimento lento. Suas flores de cor lil�s aparecem no auge do inverno.
- Hoffmannseggella crispata: esp�cie de flores amarelas, vive diretamente nas rochas e floresce no inverno.
- Hoffmannseggella caulescens: esp�cie muito comum nas serras de Minas Gerais, especialmente nas redondezas de Belo Horizonte, suas flores de cor lil�s, s�o cintilantes e florescem no outono. � uma esp�cie amea�ada de extin��o, na categoria ‘em perigo’.
- Zygopetalum maculatum: vive nas matas ralas e altitude elevada. Floresce no ver�o e outono.
- Hoffmannseggella milerii (ex Laelia milerii): Esp�cie simb�lica das serras mineiras, de grande beleza e raridade, end�mica do Quadril�tero Ferr�fero, no entorno de Itabirito. � oficialmente considerada amea�ada de extin��o, em perigo cr�tico, tanto pela coleta ilegal quando pela destrui��o do seu habitat. Essa esp�cie � rara em cultivo, devido a dificuldade de reprodu��o.
- Bifrenaria tyrianthina: orqu�dea extremamente resistente, vegeta diretamente nas rochas e floresce na primavera.