
O denunciado – que tamb�m � vereador sob a alcunha de Elton Detetive, pelo PSD, em Santana do Para�so, na mesma regi�o do interior mineiro – j� esteve preso em 2013, suspeito de envolvimento em um duplo homic�dio em 3 de julho de 2010, no C�rrego Boa Vista, localizado nessa mesma cidade. No fim, ele foi solto pela Justi�a por falta de provas.
Agora, novamente na mira da Justi�a, a pe�a acusat�ria – endere�ada na �ltima segunda-feira (22/11) � 1ª Vara Criminal de Ipatinga pelo promotor de Justi�a Jonas Junio Linhares Costa Monteiro – mostra que as condutas criminosas aconteceram em mar�o e abril deste ano, quando o policial e tamb�m parlamentar “caluniou, injuriou, difamou e amea�ou os servidores p�blicos”.
Nesse sentido, as amea�as e ofensas contra a honra das v�timas teriam sido feitas por meio de mensagens de �udio enviadas em um grupo de WhatsApp de servidores da Pol�cia Civil e tamb�m atrav�s de outras redes sociais.
O Minist�rio P�blico mineiro sustenta que as condutas imputadas t�m como motiva��o o fato de Elton n�o ter sido convocado para integrar a equipe da Pol�cia Civil respons�vel por buscar um preso cautelar, no Esp�rito Santo, por assassinato cometido em Santana do Para�so e de grande como��o social na regi�o do Vale do A�o.
“Apesar de estar lotado no plant�o da Delegacia Regional de Ipatinga, o denunciado passou a demonstrar grande interesse em participar das investiga��es do crime, com intuito de aproveitar-se politicamente do fato, uma vez que exerce o cargo de vereador na cidade de Santana do Para�so”, explica o promotor.
Os ataques
Conforme consta na den�ncia, Alexandre Silveira Caetano, delegado da Pol�cia Civil de Santana do Para�so � �poca, era o respons�vel pela investiga��o do homic�dio, bem como foi a autoridade que proibiu a participa��o do denunciado na viagem para o Esp�rito Santo.
Em suposta repres�lia, Elton acusou o delegado de praticar o crime de prevarica��o, questionando sua idoneidade no comando das investiga��es. Segundo a promotoria, ele teria chamado o delegado de “vagabundo” e o acusado de ser omisso em rela��o � apura��o do desaparecimento de quatro crian�as, em 2012, em Santana do Para�so.
“Cumpre pontuar que o inqu�rito policial n�o est� sob a compet�ncia da Delegacia de Santana do Para�so, de modo que foi avocado por alguma especializada de Belo Horizonte, na �poca dos fatos”, refor�a o promotor Jonas Junio Linhares, em rela��o � den�ncia de omiss�o feita pelo r�u.
O policial e parlamentar tamb�m teria imputado falso crime � v�tima El�i Carlos Pereira, inspetor da Pol�cia Civil na mesma cidade, ao narrar que este teria participado do desaparecimento das quatro crian�as na cidade do interior mineiro.
As ofensas tamb�m foram direcionadas ao policial civil Marco Ant�nio D�vila. “De forma insistente, o denunciado proferiu diversas ofensas, com intuito de injuriar Marco, ao cham�-lo de ‘vagabundo’, ‘bandido’, ‘pilantra’, ‘sem-vergonha’, ‘x9’, ‘safado’, entre outros nomes pejorativos."
Pol�cia Civil envia nota � reportagem
Em nota encaminhada � reportagem, a Pol�cia Civil enfatiza que n�o compactua com condutas il�citas, ainda que o envolvido perten�a ao seu quadro de funcion�rios. Por essa raz�o, a institui��o abriu inqu�rito para apurar as condutas do investigado – documento que embasou a den�ncia oferecida � Justi�a pelo Minist�rio P�blico.
"O Minist�rio P�blico, ap�s analisar as investiga��es da Pol�cia Civil, concordou com o relat�rio do Delegado de Pol�cia, formalizando a den�ncia. O servidor p�blico exercia, na �poca dos fatos, o cargo de investigador de Pol�cia em Ipatinga e de vereador na cidade vizinha (Santana do Para�so), havendo compatibilidade para o ac�mulo conforme normas legais", afirmou a institui��o.
"Cabe observar que o servidor tamb�m responde administrativamente pelas condutas infracionais praticadas", complementou, em trecho de posicionamento (leia a �ntegra abaixo).
A reportagem tamb�m entrou em contato, por telefone, com a C�mara Municipal de Santana do Para�so e com o parlamentar e policial Elton Pereira da Costa, mas n�o obteve nenhum pronunciamento sobre o caso at� o fechamento desta reportagem. T�o logo o retorno aconte�a, este texto ser� atualizado.
Nota da Pol�cia Civil de Minas Gerais
“A Pol�cia Civil de Minas Gerais informa que, em rela��o � mat�ria veiculada no site do Minist�rio P�blico (24/11/2021), noticiando a den�ncia de um Investigador de Pol�cia de Santana do Para�so, conforme a pr�pria nota afirma, a den�ncia teve como fonte informativa o Inqu�rito Policial produzido pela pr�pria Pol�cia Civil.
A den�ncia teve sustenta��o em Inqu�rito Policial instaurado, conclu�do e relatado pelo n�cleo correcional do 12º Departamento de Pol�cia em Ipatinga, originando seu formal indiciamento pelos crimes previstos nos artigos 139 (Difama��o), 140 (Inj�ria) e art. 147 (amea�a), todos do CPB.
O Minist�rio P�blico, ap�s analisar as investiga��es da Pol�cia Civil, concordou com o relat�rio do Delegado de Pol�cia, formalizando a den�ncia. O servidor p�blico exercia, na �poca dos fatos, o cargo de investigador de Pol�cia em Ipatinga e de vereador na cidade vizinha (Santana do Para�so), havendo compatibilidade para o ac�mulo conforme normas legais. Cabe observar que o servidor tamb�m responde administrativamente pelas condutas infracionais praticadas.
A Pol�cia Civil n�o coaduna com condutas il�citas, sempre desempenhando sua fun��o investigativa com denodo, ainda que envolva funcion�rios de seus quadros.”