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Estado de Minas PARALISa��O DOS �NIBUS EM BH

Marcada para as 10h, audi�ncia no TRT � decisiva para greve de �nibus

Tribunal tenta conciliar motoristas e Setra. MPT apura den�ncia dedesrespeito ao m�nimo de viagens na quinta-feira


03/12/2021 04:00 - atualizado 03/12/2021 11:09

Greve
Passageiros se amontoam em esta��o de �nibus pela manh�, quando a BHTrans registrou a realiza��o de somente 32% das viagens programadas (foto: Ed�sio Ferreira/EM/D.A Press)
Popula��o sem �nibus, acusa��es de descumprimento da escala m�nima das viagens e tens�o em alta marcaram o dia de greve no transporte p�blico de Belo Horizonte ontem, depois de os motoristas retomarem a paralisa��o a partir da zero hora.

A expectativa hoje gira em torno de uma audi�ncia de emerg�ncia convocada pelo Tribunal Regional do Trabalho de Minas Gerais (TRT-MG) para as 10h, em busca de concilia��o entre o Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodovi�rio (STTR-BH) e a entidade que representa as empresas do setor (o Setra-BH) para tentar encerrar de vez a greve.

De acordo com a BHTrans,  foram realizadas 37,1% das viagens programadas entre as 16h e as 17h. Entre a 0h e as 9h, o percentual foi ainda menor, de 32%. O percentual m�nimo estipulado pelo TRT na quarta-feira era de 60%.
 
A situa��o pode se complicar, uma vez que a C�mara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL) denunciou o STTR-BH ao Minist�rio P�blico do Trabalho (MPT) por descumprimento da determina��o do TRT de que a circula��o m�nima de 60% da frota fosse mantida. O MPT informou que foi instaurado procedimento administrativo em car�ter de urg�ncia para a “devida apura��o e solu��o do problema”.  Os motoristas se defendem: "Estamos procurando respeitar sim.

A orienta��o � que respeite os 60% acordado",  disse o presidente do STTR-BH, Paulo C�sar. “Da nossa parte estamos fazendo o poss�vel para que essa greve n�o v� pra frente”, afirmou ainda, ao comentar a convoca��o para audi�ncia hoje na Justi�a do Trabalho.
 
No in�cio da tarde, o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), j� havia afirmado que “mais uma vez n�o foi cumprida a decis�o da Justi�a” e que esperava que situa��o fosse resolvida entre os sindicatos patronal e dos trabalhadores. O prefeito disse ainda que n�o vai "assentar em nenhuma mesa de discuss�o nem falar sobre aumento de tarifas enquanto houver estado de greve".

Kalil afirmou que a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) reconhece a legalidade do que foi estabelecido na Justi�a e espera que alguma provid�ncia seja tomada. Na quarta-feira, o TRT determinou uma escala m�nima de 60% da frota em circula��o. "Estamos muito preocupados e � importante que seja colocado de forma clara. Temos que trabalhar pela cidade, o povo est� precisando", acrescentou.
 

A escala 

Se fosse cumprida a escala m�nima determinada pelo TRT, ao menos 912 dos 2.281 coletivos dispon�veis na capital – dados da BHTrans –, j� parariam de circular, certamente provocando transtornos para cerca de 1,2 milh�o de pessoas que comp�em a m�dia di�ria de passageiros que utilizam os �nibus do munic�pio. O descumprimento da decis�o judicial acarreta multa de R$ 50 mil ao sindicato.

Os grevistas tamb�m n�o podem promover depreda��es no patrim�nio das empresas concession�rias ou impedir a entrada e a sa�da dos empregados que queiram ocupar seus postos de trabalho.
 
Entretanto, pelos c�lculos da Empresa e Transportes e Tr�nsito de Belo Horizonte (BHTrans), em toda a cidade, apenas 32% das viagens previstas haviam sido cumpridas entre a 0h e as 9h de ontem. O que se viu pela manh� na cidade foi um movimento desigual nas esta��es de �nibus, com algumas completamente paradas e outras com movimento de at� 75% dos �nibus.

Espera sem fim

Na Esta��o Venda Nova, situada na Rua Padre Pedro Pinto, o intenso barulho de motores de ve�culos e catracas girando deu lugar ao canto de passarinhos. O interior e a garagem do ponto de embarque estavam completamente desertos por volta das 9h30. � beira das catracas, alguns passageiros ainda aguardavam a chegada de coletivos. A espera da massoterapeuta Sabrina Ara�jo j� durava mais de tr�s horas.
 
"Trabalho na Savassi. Cheguei aqui �s 6h. Acabei de mandar uma mensagem para os meus patr�es perguntando se devo seguir esperando ou se volto para casa. Sem chance de eu pegar carro de aplicativo. A corrida est� o triplo do pre�o, quase R$ 100", relatou.
 
A auxiliar de servi�os gerais Camila Bianca saiu bem cedo de casa, �s 4h, para evitar chegar atrasada ao trabalho. A estrat�gia n�o funcionou. "Acordei �s 3h40, sa� �s 4h, mas s� consegui �nibus para chegar at� a Esta��o Venda Nova �s 5h20. Cheguei aqui �s 6h30 e n�o tinha �nibus. Meu expediente come�a �s 8h. Avisei � empresa onde trabalho da situa��o e eles devem mandar uma van para me buscar. Se n�o mandarem, n�o tem como eu ir", disse a jovem, que mora no Bairro Mantiqueira, na Regi�o de Venda Nova, e trabalha no Centro.

Excesso de trabalho

Adair Motorista, como � conhecido entre os colegas, trabalha na linha 3052, Diamante – BH Shopping e estava de bra�os cruzados em apoio � categoria. Segundo o condutor, al�m das quest�es ligadas � remunera��o, h� “excesso de trabalho” dele e dos colegas. "Dirigimos, cobramos passagem, temos que acionar o elevador de cadeirantes. J� vai para t�s anos sem qualquer reajuste de sal�rio. Enfrentamos �nibus com excesso de passageiro, um tr�nsito intenso. Empresas n�o valorizam o profissional e quando terminamos o dia ficamos com dor de cabe�a."
 
Depois de rodada de negocia��es malsucedida com os donos das empresas de �nibus que prestam o servi�o em Belo Horizonte, os rodovi�rios decidiram, em duas assembleias na quarta-feira, retomar a greve a partir da madrugada de ontem. Eles alegam estar sem aumento h� dois anos e reivindicam aumento salarial de 9%, mais corre��o dos vencimentos pelo �ndice Nacional de Pre�o ao Consumidor (INPC). Outras pautas do movimento s�o: retorno do t�quete-alimenta��o durante as f�rias, pagamento do abono 2019/2020 e fim da limita��o do passe livre.

A categoria chegou a cruzar os bra�os em 22 de novembro, mas suspendeu a greve 24 horas depois, ap�s a sinaliza��o de um acordo pelo Sindicato das Empresas de Transporte P�blico de Belo Horizonte (Setra-BH). A proposta apresentada pelo Setra-BH, no entanto, n�o agradou aos motoristas, j� que contempla o aumento de 9%, mas exclui a reposi��o salarial pela infla��o, principal bandeira do movimento grevista.

*Estagi�ria sob supervis�o do subeditor Frederico Teixeira

Enquanto isso...T�xis e aplicativos embolsam lucros

Abordada pelo Estado de Minas em um ponto de t�xi da Rua Padre Pedro Pinto, na Regi�o de Venda Nova, a aposentada Regina Siqueira reagiu com impaci�ncia. "Estou muito atrasada, preciso sair, n�o estou com tempo para conversar", disse a senhora. Ela � uma das dezenas de passageiros que passaram pela parada entre as 6h e as 11h de ontem. O movimento animou os taxistas. "Sa� de casa �s 9h e j� fiz umas sete corridas, quase o dobro do que normalmente faria. Nem vou almo�ar, vou aproveitar a mar� boa para rodar", disse o taxista Gilson Filho. Outra sa�da dos passageiros, os aplicativos, significou pagar at� 380% mais caro do que o normal na tarifa din�mica. Por volta das 9h30, por exemplo, uma viagem da Esta��o Venda Nova at� o Centro da cidade, que normalmente custa R$ 25, estava cotada em aproximadamente R$ 120. 


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