Na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) Leste, no Bairro Vera Cruz, Regi�o Leste da capital, relatos de pacientes contam que a previs�o de atendimento chega a 10 horas de espera, com muitas crian�as de colo, algumas delas chorando por conta dos sintomas da gripe, tais como tosse, febre e dor de garganta.
A confeiteira Nara Regis, de 33 anos, esteve na unidade com a filha de 1 ano em prantos. Mesmo assim, uma enfermeira teria lhe dito que choro n�o era motivo para dar prioridade. “Demorou 40 minutos pra passar na triagem. Minha filha acordou chorando, eu fui l� dentro e eles falaram que n�o podia atender ela s� pelo choro. E ela n�o � de chorar”, conta.
“S� mandaram esperar. N�o � a primeira nem a segunda vez que vou l� dentro. Pedi pra ver se falta muita gente na minha frente e falaram que n�o podem olhar”, reclama.
“S� mandaram esperar. N�o � a primeira nem a segunda vez que vou l� dentro. Pedi pra ver se falta muita gente na minha frente e falaram que n�o podem olhar”, reclama.
A previs�o que funcion�rios da UPA deram para atender a filha da cabeleireira Aline Martins, de 35 anos, � de oito horas, sem contar a demora para a triagem. “A demora no atendimento � porque a UPA est� muito cheia. E est� cheio de crian�a aqui esperando com sintoma de gripe”, relata Aline.
A filha, de 7 anos, sofre com os sintomas de gripe desde o Natal, que se agravaram nos �ltimos dias com a ocorr�ncia de febre. “Fiquei com medo e tive que trazer ela aqui. N�o tinha nem lugar pra sentar, agora que come�ou a ter lugar porque tem muita gente desistindo e voltando pra casa.”
Embora as crian�as estejam em maioria, elas n�o s�o as �nicas sofrendo com o surto. Rosana Gomes, de 55 anos, levou a m�e, idosa, em busca de solu��o para os problemas respirat�rios. “Minha m�e est� sentindo muitos sintomas de gripe. Todo mundo aqui � gripe e a maioria � crian�a”, observa.
Hospital infantil
Enquanto as UPAs s�o palco do desespero de quem necessita de sa�de, tem hospital com cen�rio parecido. A reportagem encontrou um grande n�mero de m�es procurando o Hospital Infantil Jo�o Paulo II, no Bairro Santa Efig�nia, tamb�m na Regi�o Leste de BH.
Thais Oliveira Santos, de 27 anos, foi atr�s de uma consulta para o filho Theo, de 1 ano e 9 meses, e descreve a situa��o: “est� um caos”. At� o momento em que conversou com a reportagem, ela j� estava a sete horas aguardando atendimento. “E tem gente que chegou bem antes de mim. Est� muito grave. S� tem um m�dico atendendo no meio de tanta urg�ncia. A gente n�o tem nem ideia de que hor�rio a gente vai conseguir”, diz, pessimista.
O filho est� gripado, com febre, garganta inflamada e dor de ouvido. “Ele estava gritando de dor”, menciona a moradora de Santa Luzia, que tamb�m tentou atendimento por l� durante a madrugada. “Tentei na UPA de Santa Luzia, cheguei l�, n�o atenderam direito e resolvi buscar ajuda em BH. Como deixo meu filho nesse estado? N�o sei se essa gripe pode piorar”, explica o desespero.
Em nota, a Funda��o Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) informou que a demanda por atendimento aumentou devido � sazionalidade de doen�as respirat�rias, mas est� tomando medidas. Leia na �ntegra:
Em nota, a Funda��o Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) informou que a demanda por atendimento aumentou devido � sazionalidade de doen�as respirat�rias, mas est� tomando medidas. Leia na �ntegra:
"A Funda��o Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) esclarece que o aumento da demanda por atendimentos pedi�tricos, por conta da sazonalidade de doen�as respirat�rias, ocasionou uma espera maior do que a habitual no pronto-atendimento do Hospital Infantil Jo�o Paulo II (HIJPII). A escala de profissionais da unidade encontra-se completa e a capacidade de atendimento foi ampliada."
Atendimento em BH
O caos n�o � surpresa para as autoridades. A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), por meio da Secretaria Municipal de Sa�de, admitiu que nas �ltimas semanas as unidades de sa�de t�m apresentado um aumento na demanda.
Conforme j� anunciado, a PBH est� ampliando o hor�rio de funcionamento de nove Centros de Sa�de – um por regional, de forma escalonada. No s�bado (1º/1), os Centros de Sa�de Santa Terezinha (Pampulha) e Jardim Europa (Venda Nova) iniciaram o funcionamento com hor�rio ampliado para atender a pacientes com sintomas respirat�rios.
Neste domingo (2/1), o Centro de Sa�de Floramar (Norte) tamb�m atendeu com o hor�rio estendido. Neste final de semana, excepcionalmente, as tr�s unidades funcionaram das 7h �s 19h. J� a partir de amanh� (3/1), o funcionamento ser� das 7h �s 22h30 durante a semana, e das 7h �s 22h aos finais de semana e feriados.
Pr�ximas a��es
At� a pr�xima ter�a-feira (4/1), deve estar 100% implantada a estrat�gia da prefeitura de ampliar hor�rio de atendimento e acesso a servi�os de sa�de para a popula��o com sintomas de doen�as respirat�rias.
Na segunda-feira (3/1), os Centros de Sa�de Francisco Gomes Barbosa/Tirol (Barreiro), Nossa Senhora Senhora Aparecida (Centro Sul), Vera Cruz (Leste), Cachoeirinha (Nordeste) e Calif�rnia (Noroeste) iniciam o atendimento com hor�rio ampliado.
J� na ter�a-feira (4/1) � a vez do Centro de Sa�de Vila Imperial (Oeste), completando todas as nove regionais com unidades com hor�rio de atendimento estendido.
Atendimento pedi�trico
Os atendimentos pedi�tricos nos Centros de Sa�de com hor�rio ampliado ser�o realizados de segunda a sexta, das 7h �s 19h. Ap�s este hor�rio e nos finais de semana e feriados, os atendimentos pedi�tricos ser�o realizados nas UPAs.
“A estrat�gia tem o objetivo de desafogar as UPAs, disponibilizando para a popula��o mais acesso ao atendimento m�dico”, afirma a Secretaria Municipal de Sa�de.
N�o haver� aplica��o de vacina contra a COVID-19 nas unidades com hor�rio ampliado. O atendimento nessas unidades ser� preferencialmente a pacientes com sintomas respirat�rios leves e moderados (tosse, coriza, febre, dor no corpo, mal-estar geral).
As UPAS continuam atendendo normalmente, todos os dias, 24 horas. A orienta��o � que sejam procuradas para casos de maior gravidade, como queda com tor��o ou fratura, forte dor no peito, v�mito constante, dor abdominal, sangramento intenso e outras queixas cl�nicas mais complexas.