
“Todo mundo fugiu de casa.” A frase resume o desespero de quem tem que sair �s pressas para sobreviver, como Ladimar Porfirio, de 45 anos. O comerciante mora em frente a um c�rrego que em dias normais � como um “fio d’�gua”, ele descreve. Como a chuva ininterrupta n�o tem dado descanso para moradores de Divin�polis, no Centro-Oeste de Minas, o c�rrego virou um grande rio e transbordou, atingindo casas no Bairro Campina Verde.
J� s�o mais de dez dias com precipita��es, mas foi na sexta-feira (7/1) que a inquieta��o aumentou. C�rregos transbordaram, ve�culos foram arrastados e as pessoas tiveram que correr para preservar a vida. Segundo a Defesa Civil do munic�pio, pelo menos 16 fam�lias foram assistidas e 13 ficaram desalojadas. Tr�s se negaram a deixar a casa mesmo ciente do risco de novas enchentes. Sete pessoas – tr�s adultos e quatro crian�as – foram levadas para Associa��o do Bairro Campina Verde.
A fam�lia de Ladimar – ele, a esposa e cinco filhos – est�o abrigados em uma igreja pr�xima de casa, no bairro mais atingido. “Ontem inundou as casas por volta de meio-dia e n�s perdemos m�veis e tudo que tinha dentro de casa. Eu j� suspeitava que isso ia acontecer porque o n�vel do c�rrego come�ou a subir era cedo, umas 9 da manh�”, lembra. “As motos e carros arrastaram com a correnteza.”
O comerciante que foi no in�cio da manh� de s�bado visitar a casa, ainda a encontrou com �gua por todo lado. “Voltei com medo de inundar de novo. Ontem no fim do dia come�ou a descer o n�vel da �gua, mas agora parece que est� aumentando de novo. Estamos angustiados aqui, esperando o c�rrego abaixar”, disse.

Televis�o, geladeira, sof� e roupas s�o alguns itens essenciais que ele perdeu com a inunda��o. Como ele se mudou para o local h� apenas cinco meses, a casa nova foi uma conquista fruto do suor do trabalho que espera recuperar com o seguro. “N�o sei se a gente vai perder, vamos correr atr�s do seguro agora. Daqui pra frente, agora � pelejar e correr atr�s de novo.”
O prefeito Gleidson Azevedo e a vice Janete Aparecida, ambos do PSC, visitaram o local. Uma m�quina fez uma limpeza na rua. Na pr�xima semana, dever�o ser realizadas reuni�es com outras lideran�as e moradores para definir o que poder� ser feito.
Medo de perder
Embora os moradores saibam que a vida � o bem mais precioso, o medo de perder a casa e tudo que h� nela n�o deixa de estar presente. Em outro ponto da cidade, j� no Bairro Esplanada, autoridades monitoram o C�rrego Flecha que j� chegou a transbordar e corre o risco de atingir casas a qualquer momento.

Marcele Fernanda, de 29 anos, foi at� o local ver o n�vel e correnteza do vale para analisar os poss�veis riscos para a casa da sogra, que pode ser inundada em caso de maiores eleva��es. “A minha sogra conta que do jeito que est� aqui j� � preocupante demais e o medo � a chuva cont�nua”, afirma observando o c�rrego.
A moradora relata que quando o c�rrego enche de repente as pessoas perdem seus bens e hoje est�o traumatizadas. “Quando enche vai de uma vez, por isso o pessoal j� est� juntando as coisas, os m�veis e tudo. Estamos a� vigiando… tem que ficar monitorando por que � dif�cil perder as coisas e a chuva j� tem 10 dias sem parar. A situa��o est� bem dif�cil.”
O n�vel do Rio Itapecerica que corta a cidade estava 98cm acima do normal, segundo a �ltima medi��o. A situa��o ainda � de alarme e observa��o. A Defesa Civil mant�m o monitoramento. Para transbordar, o volume de �gua deve chegar a 1,2 metro acima do normal.
A �ltima enchente de grande propor��o registrada no munic�pio foi em 2008.
A Defesa Civil est� atuando com seis engenheiros nas vistorias. Dois telefones foram disponibilizados, o 199, para hor�rio comercial e o (37) 98825-2379 (WhatsApp) nos demais. Em casos de urg�ncia tamb�m pode ser acionando o Corpo de Bombeiros pelo 193.
O decreto autoriza contrata��es para fornecimento de bens e/ou servi�os mediante dispensa de licita��o e tamb�m a ocupa��o e uso tempor�rio de bens e servi�os, como escolas e gin�sios, por exemplo, para pronto atendimento da popula��o vitimada por desastres ou em situa��o de risco.
As autoridades administrativas e os agentes de defesa civil, em caso de risco iminente ou desastre, autorizados a entrar nas casas, a qualquer hora do dia ou da noite, com ou sem o consentimento do morador, para prestar socorro ou para determinar a imediata evacua��o.
(Com informa��es de Amanda Quintiliano)
Outras �reas atingidas
Tamb�m houve pontos de alagamento nos bairros Planalto e Bela Vista. Todas as fam�lias desalojadas foram para casas de fam�lias ou amigos.
O n�vel do Rio Itapecerica que corta a cidade estava 98cm acima do normal, segundo a �ltima medi��o. A situa��o ainda � de alarme e observa��o. A Defesa Civil mant�m o monitoramento. Para transbordar, o volume de �gua deve chegar a 1,2 metro acima do normal.
A �ltima enchente de grande propor��o registrada no munic�pio foi em 2008.
A Defesa Civil est� atuando com seis engenheiros nas vistorias. Dois telefones foram disponibilizados, o 199, para hor�rio comercial e o (37) 98825-2379 (WhatsApp) nos demais. Em casos de urg�ncia tamb�m pode ser acionando o Corpo de Bombeiros pelo 193.
Situa��o de emerg�ncia
O prefeito decretou situa��o de emerg�ncia, em situa��o anormal, em decorr�ncia das chuvas. O decreto ser� publicado na pr�xima segunda-feira (10/1) no Di�rio Oficial dos Munic�pios. Durante 30 dias est� autorizada � ado��o de medidas emergenciais destinadas ao imediato atendimento �s pessoas necessitadas.
O decreto autoriza contrata��es para fornecimento de bens e/ou servi�os mediante dispensa de licita��o e tamb�m a ocupa��o e uso tempor�rio de bens e servi�os, como escolas e gin�sios, por exemplo, para pronto atendimento da popula��o vitimada por desastres ou em situa��o de risco.
As autoridades administrativas e os agentes de defesa civil, em caso de risco iminente ou desastre, autorizados a entrar nas casas, a qualquer hora do dia ou da noite, com ou sem o consentimento do morador, para prestar socorro ou para determinar a imediata evacua��o.
(Com informa��es de Amanda Quintiliano)