Equipes v�o analisar fratura em duto de barragem em Par� de Minas

O alerta continua no entorno da barragem da Usina do Carioca, em Par� de Minas, na Regi�o Centro-Oeste do estado. Neste domingo (9/1), os moradores de comunidades abaixo da usina hidrel�trica tiveram que sair de casa diante do risco de rompimento da estrutura, afetada pelo grande volume de �gua ocasionado pelas chuvas.

Hoje (10/1), em entrevista coletiva, o prefeito de Par� de Minas disse que uma das principais tarefas do dia � avaliar uma fratura em um duto da barragem. 

O prefeito Elias Diniz (PSD) abriu entrevista coletiva desta manh� refor�ando que a barragem n�o se rompeu e segue monitorada por equipes do Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, pol�cias civil e Militar e pela prefeitura da cidade.

Foi montado um QG no centro da cidade para acompanhar a situa��o. Em seguida, ele deu um panorama da situa��o no local. 

“No s�bado foi previsto 70 mil�metros de chuva, mas tivemos o dobro desse volume. N�o s� no per�metro urbano, mas nos nossos distritos e povoados. (No distrito de) Carioca n�s temos uma contribui��o de volume de �gua que envolve Ita�na, as barragens de Benfica e dos Britos. Essas duas barragens contribuem na chegada ali no Carioca. Esse volume foi muito expressivo. H� anos e anos que n�o se via tanta �gua como vimos neste final de semana”, explicou o prefeito. 

Segundo ele, o grande volume de �gua fez a represa da usina transbordar e resultou em um dano. “Com isso, nas laterais come�ou a fazer eros�o. O duto principal fraturou. Essa fratura, obviamente, estamos consultando com a equipe da Santanense (empresa respons�vel pela usina) para fazer em conjunto uma an�lise, pois a barragem em si est� vertendo. N�o temos condi��o de fazer uma an�lise visual, � imposs�vel. Temos que fazer um estudo t�cnico, qual � a capacidade dela em termos de esfor�o mec�nico. E, ao mesmo tempo, analisar a fratura junto ao duto que vai at� o grupo gerador. O resultado disso ser� analisado agora pela manh�, pois na madrugada n�o tivemos condi��es de fazer uma an�lise mais perfeita. Outro procedimento que ser� feito agora na parte da manh� � a possibilidade de um sobrevoo na barragem para que a gente possa monitorar as laterais para ver se n�o existe um processo de ‘desbarrancar’ e levar as laterais, que � o que nos preocupa significativamente”, detalhou Elias Diniz. 

Al�m da zona rural de Par� de Minas, um eventual rompimento da barragem pode afetar comunidades em Pitangui, On�a de Pitangui e Concei��o do Par�, como Bom Jardim, Juazeiro, S�o Jo�o de Cima, Brumado, Varj�o, Casquilho de Baixo, Casquilho de Cima e Velho da Taipa, conforme informa��es de uma fonte ao Estado de Minas. 

O prefeito de Par� de Minas disse que a Santanense apresentou o plano de seguran�a e o mapa da mancha de inunda��o caso a represa acabe cedendo. Desde ontem, uma for�a-tarefa se mobilizou para retirar os moradores dessas �reas, mas duas fam�lias ainda est�o ilhadas em suas moradias. “N�s j� estamos tomando provid�ncias, pois � noite e na madrugada n�o tivemos condi��es de passar porque as duas pontes, uma delas passando por dentro de Carioca, est�o completamente inundadas. N�o temos condi��es de fazer deslocamento nessas duas partes”, explicou. 

Diniz informou que a prefeitura presta todo o suporte �s fam�lias que tiveram que deixar os im�veis e se abrigar com parentes e montaram uma casa de acolhimento ao lado da igreja e da Unidade B�sica de Sa�de (UBS) no povoado de Carioca.

“Jamais t�nhamos visto um volume t�o expressivo de �gua e jamais aconteceu, em nossa regi�o, um �ndice pluviom�trico t�o superior”, ressaltou o prefeito. 

Desde ontem, as equipes que trabalham em Par� de Minas v�m ressaltando que a popula��o deve tomar cuidado com not�cias falsas. Uma das informa��es que foi desmentida ainda no domingo foi sobre o rompimento da barragem, que n�o aconteceu. 

“O que n�s temos que salientar � que a popula��o, ao receber uma informa��o, utilize os canais oficiais: Corpo de Bombeiros, Pol�cia Civil, Pol�cia Militar, Defesa Civil e prefeitura. Para que a gente n�o administre conflito e n�o coloque a popula��o totalmente desinformada ou insegura”, destacou Elias Diniz. “Um dos dados que eu quero tranquilizar a popula��o � de que a comunidade de Carioca est� fora do mapa de risco da pr�pria usina caso haja uma ruptura. Ao mesmo tempo, n�s temos uma situa��o de que a �gua ali jamais vai chegar em Par� de Minas. Infelizmente, ontem tivemos uma not�cia em que o pessoal falou em 60 metros de altura. N�o �, s�o 60 metros de raio que n�s vamos ter ali com possibilidade de a �gua espalhar”, informou. 

De qualquer forma, o prefeito aproveitou para refor�ar o alerta para as comunidades ribeirinhas. “Diante de uma poss�vel ruptura da barragem de Carioca, temos que considerar que o rio que envolve ali, o Rio S�o Jo�o, no encontro com o Ribeir�o Paci�ncia, os dois v�o aumentar expressivamente de volume. O que voc�s precisam analisar � que todos, se voc� tem algum parente nas margens de um deles, essas pessoas precisam sair”, disse o prefeito. Segundo ele, as inunda��es registradas ontem em alguns trechos j� causaram preju�zo a produtores rurais, inclusive com mortes de animais. 

Tamb�m nesta manh�, a �guas de Par� de Minas, respons�vel pelo abastecimento no munic�pio, disse que as unidades de capta��o de �gua da cidade foram atingidas por alagamentos. T�cnicos j� trabalham no local, mas ainda existe a possibilidade de o fornecimento ser prejudicado. A companhia pede que os moradores economizem �gua. 

A Santanense � uma empresa t�xtil que tem unidades industriais em Ita�na e Par� de Minas. Ela tem a concess�o da Usina do Carioca, que produz energia para a f�brica. Por meio de nota datada de domingo e enviada na manh� de hoje ao EM, a Santanense  informou que vem monitorando o volume de �gua da barragem e que, "apesar de ter sido identificado o descal�amento parcial do conduto acess�rio engastado ao barramento, a estrutura da barragem permanece preservada". Leia na �ntegra abaixo: