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Estado de Minas TECNOLOGIA NACIONAL

BH produzir� IFA em Centro Nacional de Vacinas; obras iniciam em fevereiro

Com a constru��o do centro, prevista terminar em meados de 2024, BH ter� produ��o do insumo farmac�utico ativo (IFA), que atualmente precisa ser importado


11/01/2022 12:14 - atualizado 11/01/2022 14:07

Pesquisadores no laboratório do CTVacinas
o professor Ricardo Gazzinelli, coordenador do CT Vacina com Ana Clara e Ludimila Bezzera da Silva (foto: Jair Amaral/EM/DA PRESS)
A pandemia da COVID-19 exp�s que a produ��o do insumo farmac�utico ativo (IFA) � um dos principais obst�culos para a ci�ncia brasileira avan�ar no combate a doen�as. Depois que farmac�uticas multinacionais anunciaram as primeiras vacinas contra o SARS-Cov-2, neste primeiro momento, o Brasil enfrentou dificuldade na importa��o dessa mat�ria-prima para os imunizantes. 
 
No entanto, a boa not�cia � que Minas ter� um laborat�rio para a produ��o do IFA, no Centro Nacional de Vacinas que ser� constru�do em terreno de 4.400 metros quadrados no Parque Tecnol�gico de Belo Horizonte (BH-TEC), institui��o que tem a UFMG como s�cia-fundadora e parceira estrat�gica. Toda a obra est� or�ada em R$ 80 milh�es.
 
Minas ficar� em p� de igualdade com a Fiocruz, que, na primeira semana de janeiro, recebeu o aval da Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa)  para a produ��o de IFA, permitindo assim a produ��o da primeira vaciina contra a COVID-19 totalmente nacional.
 
Vale lembrar que os laborat�rios de Manguinhos, da Fiocruz, e o Instituto Butantan tiveram papel fundamental na produ��o das doses, que foram desenvolvidas por farmac�uticas em parceria com grandes universidades do mundo.  
  
Do aporte de R$ 80 milh�es para o CN Vacinas, j� chegaram os R$ 18 milh�es, repassados pela Secretaria de Estado da Sa�de, em 29 de dezembro, valor que permite o in�cio das obras em fevereiro. O centro representar� uma independ�ncia tecnol�gica que tamb�m traz ganhos econ�micos para o pa�s, al�m dos benef�cios sanit�rios.
 
"O CN Vacinas coloca Belo Horizonte na lideran�a do pa�s para vacinas", afirma o pesquisador Ricardo Gazzinelli, coordenador do Instituto Nacional de Ci�ncia e Tecnologia (INCT) e do CT Vacinas. centro de pesquisa em vacinas vinculado � Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). 
 
O mundo passa por um processo de revolu��o na produ��o de vacinas decorrente do aparecimento da COVID-19, pandemia que demonstrou que a qualquer momento pode surgir novo v�rus letal para a humanidade, al�m das variantes para os v�rus j� em circula��o.
 
“A cada minuto voc� ter� que desenvolver uma vacina nova. O exemplo � a �micron. As vacinas existentes ajudam a atenuar a doen�a, mas n�o a infec��o. Teremos que ter op��o de vacinas para variantes, como temos para a vacina da gripe, que, a cada ano, voc� tem que ter uma formula��o diferente.”

Um ano depois de o CT Vacinas ser inaugurado, em 2016, a UFMG iniciou a elabora��o de plano estrat�gico para a amplia��o. O objetivo, naquele momento, foi sanar uma defici�ncia no Brasil: absor��o de tecnologia de diagn�stico e de um tipo de laborat�rios que o pa�s � dependente do exterior.
 
O laborat�rio para a produ��o do IFA dever� ocupar dois andares do CN Vacinas. O laborat�rio ter� capacidade para produzir o insumo essencial para realizar os ensaios cl�nicos e tamb�m os lotes pilotos. Com o desenvolvimento dessa tecnologia, a ind�stria farmac�utica poder�, futuramente, produzir em larga escala o IFA, que, atualmente, tem que ser importado. 

Salto tecnol�gico


Com esse laborat�rio, o Brasil dar� um salto no desenvolvimento de vacinas com tecnologia nacional. O pa�s ainda n�o desenvolveu nenhuma vacina e todas que fazem parte do Programa Nacional de Imuniza��es (PNI) s�o produzidas com base em tecnologia importada. “As nossas f�bricas produzem o IFA, mas elas n�o s�o oriundas de tecnologia nacional.”

Um protocolo de inten��es foi assinado entre a UFMG, Governo de Minas, Minist�rio da Ci�ncia, Tecnologia e Inova��es (MCTI) e o BHTec para cria��o do CN Vacinas que dever� ser inaugurado em 30 meses, em meados de 2024. Em dezembro, foi assinado conv�nio para repasse de R$ 50 milh�es pelo minist�rio, R$ 18 milh�es da Secretaria de Estado da Sa�de e  R$12 milh�es da Fapemig. No dia 29 de dezembro, a SES enviou a parcela de R$ 18 milh�es.

Atualmente, o CT Vacinas desenvolve a SpiN-TEC, contra a COVID-19, al�m de vacinas contra a leishmaniose, mal�ria e doen�as de chagas. O foco inicial do Instituto Nacional de Vacinas, de onde o CT Vacinas � oriundo, eram as doen�as negligenciadas, doen�as que atingem a popula��o mais carentes. Com a pandemia, o Centro Nacional de Vacinas continuar� a desenvolver vacinas para doen�as negligenciadas, mas tamb�m se dedica � pesquisa para infec��es virais e epidemias com potencial para pandemias.

CN Vacinas

Professor Ricardo Gazzinelli no laboratório do CT Vacinas
Professor Ricardo Gazzinelli acredita que o CN Vacinas colocar� BH na lideran�a nacional em produ��o de vacinas (foto: Jair Amaral/EM/DA PRESS)
 

O CN Vacinas receber� os laborat�rios do CT Vacinas, que ser�o expandidos, al�m de ganhar novos equipamentos. Atualmente, CT Vacinas conta com quatro laborat�rios: biologia molecular, bioqu�mica e prote�na, prototipagem de diagn�stico por Elise e prototipagem de diagn�stico teste r�pido, e laborat�rio de presta��o de servi�os, que realiza testes para a Funda��o Ezequiel Dias (Funed).
 
O CN Vacinas ter� uma �rea de testes pr�-cl�nicos, biot�rio, um andar que ser� alugado para ind�stria que querem desenvolver projetos na �rea de insumos e vacinas. Laborat�rios, em dois andares, dedicados � produ��o do IFA. 

SpiN-TEC

Os pesquisadores devem concluir, ainda em janeiro, os testes pr�-cl�nicos da SpiN-TEC. Com a aprova��o da Anvisa, os cientistas seguem para o teste cl�nico, dividido em tr�s etapas. Na fase I e II, a candidata a imunizante ser� aplicada em 400 volunt�rios. Se tudo correr bem, o n�mero de volunt�rios ser� ampliado para um n�mero maior de volunt�rios.

Ricardo Gazzinelli lembra que, se o desenvolvimento avan�ar, o MCTI pode financiar a fase III da SpiN-TEC, quando � feito o estudo de efic�cia. Nas primeiras vacinas para a COVID-19, foram vacinados cerca de 30 mil volunt�rios.
 
No entanto, como no momento atual boa parte da popula��o brasileira j� foi imunizada, os cientistas devem calcular qual o n�mero de volunt�rios ser� necess�rio, que pode variar de 5 mil a 30 mil. “Existe uma dificuldade de definir neste momento. Vai depender do contexto do momento.”
 
Tamb�m j� est� em desenvolvimento um adjuvante imunol�gico, componete da vacina. Os imunizantes s�o compostos de prote�na do v�rus. No entanto, para que aumente a resposta imune, as vacinas precisam contar com os adjuvantes imunol�gicos.

"Voc� mistura o adjuvante imunol�gico com a prote�na e quando voc� injeta na pessoa a resposta aumenta muito", afirma Ricardo Gazzinelli. O IFA � o componete biologicamente ativo da vacina -  a prote�na (Spin-TEC), o adeno v�rus (AstraZeneca), o v�rus inativado (Coronavac), RNA (Pfizer).

Atraso no desenvolvimento de vacinas

Dos integrantes do bloco econ�mico de pa�ses emergentes, denominado Brics, o Brasil � um dos pa�ses que n�o desenvolveu a pr�pria vacina, uma vez que R�ssia, China desenvolveram tecnologia para o imunizante e a �ndia � um dos fornecedores mundiais de IFA.

Na Am�rica Latina, Cuba produziu a pr�pria vacina. “O Brasil, apesar de ter grau de desenvolvimento razo�vel, n�o teve como desenvolver a pr�pria vacina”, afirma o professor Ricardo Gazzinelli.

Na avalia��o do cientista, o atraso no Brasil ocorre pelas limita��es na articula��o entre as universidades e o setor farmac�utico e tamb�m por n�o haver laborat�rios preparados para a produ��o do IFA para o uso piloto nas vacinas em desenvolvimento.

O Minist�rio de Ci�ncia e Tecnologia (MCTI) financia 15 projetos, em todo o Brasil, para a produ��o de vacinas, dentre eles quatro est�o mais adiantados, dentre eles o da  SpiN-TEC, candidata � vacina contra a COVID-19 desenvolvida no CT Vacinas.

 


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