Equipe far� resgate arqueol�gico do casar�o soterrado em Ouro Preto
As pe�as dos escombros v�o ser resgatadas, limpas e mapeadas com identifica��o num�rica; depois, ser�o transportadas e acondicionadas em um local seguro
O professor aposentado do Instituto Federal de Educa��o e Tecnologia de Minas Gerais (IFMG) conta que j� coordenou uma s�rie de interven��es de restauro p�blico em Ouro Preto e afirma, que al�m do valor arquitet�nico, a hist�ria do casar�o se mistura com a hist�ria do local de maior circula��o de pessoas e mercadorias no final do s�culo 19.
“Foi uma perda muito grande para o patrim�nio do munic�pio, qualquer perda patrimonial descomp�e uma leitura sobre a hist�ria da cidade. Com isso, o prefeito sugeriu a possibilidade de resgatar essas pe�as que podem ser entendidas como elementos arqueol�gicos”.
O deslizamento de parte do Morro da Forca soterrou o Solar Baeta Neves, em Ouro Preto, no dia 13 de janeiro (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
O engenheiro afirma que assim que tiver as autoriza��es da Defesa Civil e do Instituto do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico Nacional (Iphan) o trabalho de resgate das pe�as ser�o iniciados.
Para que o trabalho seja feito em seguran�a, a Secretaria de Defesa Social, em parceria com a Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) e a Defesa Civil, tem feito estudos para verificar se a �rea ainda apresenta riscos geol�gicos.
Ap�s a conclus�o, uma empresa ser� contratada para fazer um trabalho na encosta do Morro da Forca e, s� assim, os trabalhos de resgate dos elementos hist�ricos do casar�o ter�o in�cio.
“O resgate das pe�as ser� de uma maneira arqueol�gica e elas ser�o resgatadas, limpas, mapeadas com identifica��o num�rica, depois transportadas e acondicionadas em um local seguro”, afirma o engenheiro.
A primeira proposta de Nei Nolasco, que hoje atua na coordena��o da Escola de Of�cios Tradicionais de Mariana, � reunir uma equipe multidisciplinar formada por arquivistas, arque�logos, historiadores, arquitetos, ge�logos e um representante do Iphan para que cada uma dessas for�as produtivas colaborarem no resgate e armazenamento das pe�as.
Recursos para reconstru��o do casar�o poder�o ser conseguidos por meio de incentivo fiscal (foto: Google Street View/Reprodu��o)
De acordo com a secret�ria de Cultura e Turismo de Ouro Preto, Margareth Monteiro, o plano de a��es e o cronograma ser�o divulgados ap�s a libera��o da �rea pela Defesa Civil.
“J� come�amos a elabora��o do plano de a��o que ser� apresentado ao Iphan. Tudo agora depende dos estudos de estabilidade do local, e como temos previs�o de novas chuvas na cidade na semana que vem, ainda n�o tem previs�o de in�cio”.
Constru��o de um novo Solar
A segunda proposta que ainda est� em discuss�o com a Secretaria de Cultura e Turismo de Ouro Preto � a reconstru��o do casar�o em outra localidade da cidade utilizando as pe�as resgatadas.
“Nessa fase de reconstru��o do pr�dio, que ainda � uma ideia, ser�o necess�rios mestres de cantaria, mestre de carpintaria, alvenaria e forjaria. Queremos devolver para a cidade parte da mem�ria que resistiu e fazer desse novo Solar Baeta Neves um equipamento p�blico, como um centro de sa�de, por exemplo”.
Teto do casar�o era todo trabalhado em madeira, com tons diferentes, que formavam desenhos (foto: Divulga��o/arquivo pessoal)
De acordo com a secret�ria de Cultura e Turismo, uma reuni�o realizada nesta quinta-feira (20/1) dividiu em equipes cada fase de salvaguarda do Solar Baeta Neves, que � composta por: resgatar, acondicionar, higienizar, expor, projetar e construir.
Com base nessas equipes, a secret�ria afirma que cada uma ficou de fazer o levantamento dos custos das etapas.
Em rela��o � seguran�a da encosta, um conv�nio de R$ 35 milh�es, adormecido na Caixa Econ�mica Federal desde 2012, foi reativado nessa semana e j� h� um processo de licita��o para que n�o s� o Morro da Forca tenha investimentos de conten��o, mas todas as encostas no munic�pio.
Sobre a fase de reconstru��o do novo Solar Baeta Neves, a secretaria acredita que os recursos vir�o do incentivo fiscal que o estado disponibilizou para o credenciamento de empresas para resgate da mem�ria que est� na imin�ncia de se perder, como a do casar�o erguido no local que mais se desenvolvia na cidade hist�rica antes da transfer�ncia da capital para Belo Horizonte.