
O principal ponto de partida da grave foi uma a��o judicial movida pelos delegados de pol�cia requerendo uma isonomia salarial com promotores de Justi�a. O Superior Tribunal Federal (STF) reconheceu a isonomia em rela��o aos defensores p�blicos que, na pr�tica, determinava o pagamento de 33% de reajuste, em tr�s parcelas, aos delegados. Em contrapartida, os policiais com sal�rios menores n�o receberiam aumento, o que gerou enorme insatisfa��o entre eles.
Paralelamente ao conflito, a morte do cabo Glendyson H�rcules de Moura Costa, baleado por um criminoso na capital, deu in�cio a uma s�rie de atos feitos por policiais com patentes menores. Os militares queimaram colch�es e outros objetos no interior dos Batalh�es de Choque e do 22º Batalh�o de Pol�cia Militar. O ato foi minorado pelo comando da corpora��o. Nos seguintes, os policiais se apresentavam aos quarteis, mas n�o atuavam nas ocorr�ncias – o movimento foi chamado de “greve branca”.
O governador da �poca, Eduardo Azeredo (PSDB), precisou adiar uma viagem � Europa para cuidar das negocia��es e pediu � Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) para dar aumento aos policiais por meio de decreto. Mas os militares n�o aceitaram a proposta encabe�ada pelo governo e sa�ram em passeata �s ruas.
O ato contou com a presen�a de 5 mil manifestantes, que seguiram at� o Pal�cio da Liberdade e tentaram invadir o Comando de Pol�cia Militar (Copom).
Tiro em manifestante
O ponto mais tenso ocorreu quando o cabo Val�rio dos Santos Oliveira foi atingido com um tiro na cabe�a. Em seguida, foi necess�ria a interven��o do Ex�rcito para acalmar os �nimos – tr�s carros blindados chegaram � capital para refor�ar o contingente. Logo, o governo reabriu negocia��es, com a expectativa de apresentar nova proposta.
O policial Wedson Campos Gomes, acusado de atirar em Val�rio dos Santos, foi preso e condenado a oito anos de reclus�o.
Depois de negocia��es, o policiamento come�ou a voltar ao normal em BH. Logo, o governo anunciou reajuste salarial de 48,2% para soldados, cabos, sargentos e subtenentes da PM e para detetives da Pol�cia Civil, encerrando de vez o movimento grevista.