
Os policiais pressionam para que o governo envie, ao Legislativo estadual, um projeto de lei para concretizar o aumento nos vencimentos. A ideia � manter a paralisa��o at� que o texto seja encaminhado aos deputados estaduais. Desde a manh� desta segunda, milhares de manifestantes se reuniram em BH. Inicialmente, eles estiveram na Pra�a da Esta��o, Regi�o Central da capital mineira.
"A paralisa��o j� iniciou. Ela foi deliberada pelos presidente de associa��o de cada categoria: Pol�cia Civil, Pol�cia Penal, Bombeiros, Pol�cia Militar e agentes socioeducativos", disse ao Estado de Minas o deputado estadual Sargento Rodrigues (PTB), uma das vozes dos policiais que cobram o reajuste. Segundo ele, agentes que aderiram ao movimento j� deixaram grupos oficiais de suas corpora��es no WhatsaApp.
De acordo com Rodrigues, a sa�da dos grupos vai impactar diretamente na produtividade das for�as de seguran�a. Ele, assim como os pares, cobrou o governador Romeu Zema (Novo) sobre o envio de projeto sobre a recomposi��o inflacion�ria.
"O que vai fazer a pol�cia retomar as suas atividades � o projeto de lei fazendo a recomposi��o das perdas inflacion�rias", prosseguiu, afirmando que Zema n�o pode continuar "teimando" a respeito do tema.
Mesmo paralisados, os policiais precisar�o manter contingente m�nimo na ativa. O Supremo Tribunal Federal (STF) entende como inconstitucional o direito dos militares a greves.
Reivindica��es s�o levadas a Agostinho Patrus
No decorrer da manh�, os policiais seguiram para a Pra�a Sete, tamb�m no Centro, e estavam desde o in�cio da tarde na Pra�a da Assembleia, Regi�o Centro-Sul da cidade belo-horizontina. Agora, voltar�o ao Centro de BH, rumo � Pra�a Sete.
Depois, representantes do movimento foram recebidos pelo presidente da Assembleia Legislativa, Agostinho Patrus (PV). Eles entregaram ao deputado estadual um manifesto que refor�a o interesse na recomposi��o salarial �s for�as estaduais de seguran�a. O texto tem cr�ticas ao Regime de Recupera��o Fiscal (RRF) proposto pelo governo mineiro.
A esperan�a da classe � que o Legislativo possa dialogar para a concess�o do reajuste. Durante toda esta segunda, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) foi o mais criticado: "Se o Zema n�o pagar, a pol�cia vai parar", foi o grito mais entoado pelos manifestantes, que t�m origens de diversas cidades mineiras. Ele e o secret�rio-geral de Governo, Mateus Sim�es, tiveram os rostos retratados em caix�es simb�licos. As urnas funer�rias que os "representavam" chegaram a ser chutadas e vilipendiadas por policiais mais exaltados.
Ao receber o documento entregue pelas for�as de seguran�a, Agostinho Patrus criticou Zema indiretamente e falou em "contrassenso" � hist�ria do estado. "Minas, que sempre foi do di�logo, sempre se sentou � mesa e foi exemplo para o Brasil nesses momentos, vive, hoje, momento triste, em que n�o h� di�logo", pontuou.
O deputado estadual fez men��o �s tentativas do Pal�cio Tiradentes de judicializar o debate sobre a Recupera��o Fiscal e viabilizar a vota��o do tema. "Infelizmente, o que faz com que as pessoas se manifestem, acima de tudo, � a indiferen�a com que est�o sendo tratadas. � a forma como est�o sendo recebidas. � o desrespeito com a n�o valoriza��o diante de tudo o que j� entregaram ao transformar Minas no estado mais seguro do Brasil".
Governo deposita fichas na Recupera��o Fiscal
Por meio de nota enviada no fim da manh� desta segunda-feira, o governo diz que o plano de Recupera��o Fiscal, em tramita��o na ALMG, deve permitir uma nova recomposi��o no sal�rio dos servidores.
O plano de ajuste das contas p�blicas � visto como essencial pela equipe econ�mica de Zema para equacionar d�bito de cerca de R$ 140 bilh�es com o governo federal.
"A renegocia��o da d�vida bilion�ria com a Uni�o, por meio do plano de recupera��o fiscal, permitir� uma nova recomposi��o dos sal�rios dos profissionais de seguran�a. Continuamos em busca de outras alternativas para fazer a reposi��o das perdas inflacion�rias", informou o Executivo.
Liminares judiciais impedem o pagamento da d�vida, mas o governo teme que o STF casse as medidas cautelares se Minas Gerais n�o ingressar no RRF at� abril. Se isso ocorrer, o Executivo calcula ter de desembolsar, de imediato, cerca de R$ 40 bilh�es.
Em que pese o temor na Cidade Administrativa, parlamentares receiam as contrapartidas inseridas pelo governo federal no plano de socorro aos estados. H� quem fale em diminui��o nos investimentos em pol�ticas p�blicas. Deputados temem, ainda, que o pacote gere congelamentos salariais por nove anos. As condi��es geram resist�ncia ao projeto e, por isso, o tema ainda n�o avan�ou na Assembleia.
Nota do governo mineiro sobre o movimento policial
"Desde o in�cio da gest�o atual, o Governo de Minas vem equilibrando as contas e recuperando a capacidade financeira do Estado, o que permitiu realizar o pagamento dos sal�rios dos servidores p�blicos de Minas Gerais de forma integral, no quinto dia �til do m�s, al�m da quita��o do 13º sal�rio sem parcelamentos.O Governo de Minas sabe da necessidade da recomposi��o salarial do funcionalismo p�blico e tem feito todo o esfor�o para que a corre��o da infla��o seja poss�vel para todos os servidores estaduais. A atual gest�o reconhece a import�ncia dos profissionais das For�as da Seguran�a para o Estado. Por isso, eles receberam reajuste de 13% em 2020. Al�m disso, foram os primeiros profissionais a receberem o sal�rio em dia. Continuamos em amplo processo de negocia��o com os representantes dessas categorias na busca de uma nova recomposi��o, porque sabemos que ela � necess�ria.
A renegocia��o da d�vida bilion�ria com a Uni�o, por meio do plano de recupera��o fiscal, permitir� uma nova recomposi��o dos sal�rios dos profissionais de seguran�a. Continuamos em busca de outras alternativas para fazer a reposi��o das perdas inflacion�rias".