
Bombas ecoam por todos os lados entre a multid�o de camisas pretas e faixas de protesto. Fam�lias de policiais com carrinhos de beb�s, que trariam um ar de leveza, contrastam com policiais civis, penais e militares com porte ostensivo de armas (pistolas � mostra nos coldres).
� vedado aos policiais na manifesta��o portar armas, usar farda, perturbar a ordem p�blica, invadir qualquer local, interromper o tr�nsito, proferir insultos, queimar objetos e cong�neres, deflagrar greve a partir da manifesta��o.Segundo o Artigo 5º da Constitui��o, "todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao p�blico, independentemente de autoriza��o, desde que n�o frustrem outra reuni�o anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido pr�vio aviso � autoridade competente".
A insatisfa��o est� por toda parte na manifesta��o da seguran�a p�blica nesta segunda-feira (21/07), na Pra�a da Esta��o, Centro de BH.
De todas as passagens, das vielas internas da pra�a Rui Barbosa, das passarelas de pedestres e at� do metr� chegam cada vez mais policiais e bombeiros usando camisas pretas e exigindo a recomposi��o salarial que lhes foi prometida em 2019 pelo estado, sendo que s� receberam uma parcela de 13% das tr�s que totalizariam 41%.
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Cerca de 30 minutos depois do in�cio oficial do movimento, programado para 9h, mais da metade da pra�a j� estava tomada, reunindo, de acordo com organizadores, cerca de 8 mil servidores e suas fam�lias. As bombas s�o o �nico ru�do a interromper o apita�o e os cantos de protesto.

A tens�o � alta e mesmo depois das exig�ncias feitas por v�rios integrantes da categoria para manter o clima de paz, n�o utilizando fardamento e armas de fogo, para n�o permitir puni��es disciplinares, esse pedido acabou n�o sendo atendido.
O porte das armas de fogo est� aberto. E refor�a esse clima de tens�o. A reportagem encontrou v�rios membros das for�as policiais com o porte ostensivo. Um deles, policial civil de roupas comuns, traz no peito a ins�gnia da corpora��o em uma corrente e um coldre na cintura, com uma pistola.
Tamb�m um policial civil com camisa da corpora��o perambula com sua pistola � mostra presa � cal�a jeans abaixo da camisa preta. Dois policiais penais tamb�m tinham pistolas vis�veis entre a cal�a e as camisas, esses certamente n�o em servi�o por estarem fora do trabalho.
Caix�es com o nome do governador Romeu Zema foram empilhados engrossam a insatisfa��o. Do alto dos carros de som, das �rvores e no ch�o, faixas trazem exig�ncias e cr�ticas pesadas ao governo estadual. “Zema caloteiro, devolve meu dinheiro”, entoam a toda hora.
“Pol�cia militar, pol�cia civil, pol�cia penal, bombeiro militar e sistema s�cio educativo. Zema; chega de mentiras! Respeito � seguran�a p�blica! Recomposi��o j�!”, diz uma das placas.
O Monumento � Terra Mineira, alicer�ado em placas de bronze com a imagem de Tiradentes, patrono das pol�cias, na Pra�a da Esta��o, em BH, recebeu bandeiras com emblemas dos bombeiros e das pol�cias Militar, Civil e Penal.
Sobre o monumento e por todo o espa�o p�blico se espalham tamb�m faixas criticando o governo estadual e exigindo a prometida recomposi��o inflacion�ria do sal�rio, defasado j� h� sete anos.
O casal de policiais penais da ativa, M.D.A. de 47 anos, e K.R., de 39, vieram de �nibus de Uberaba com seus dois filhos de 2 anos e 4 meses e 7 anos para refor�ar a luta pela sobreviv�ncia familiar como uma das bandeiras da manifesta��o.
“Desde gr�vida trago sempre meus filhos para a manifesta��o porque � justa e � por eles. N�o viemos armados. Mas vai imperar a paz e vamos conseguir”, espera a mulher.
“A gente tem custos para trabalhar que tira da fam�lia. Para ir at� � penitenci�ria, rodo 20 km de segunda a sexta. WhatsApp � do meu telefone para resolver quest�es do trabalho. A gente faz de tudo e s� quer a recomposi��o da infla��o e n�o aumento”, disse ele.
O que diz o governo de Minas
Por meio de nota enviada no fim da manh� desta segunda-feira, o governo do estado diz que o plano de recupera��o fiscal, que � discutido na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), deve permitir uma nova recomposi��o no sal�rio dos servidores. Confira o posicionamento na �ntegra abaixo:
“Desde o in�cio da gest�o atual, o Governo de Minas vem equilibrando as contas e recuperando a capacidade financeira do Estado, o que permitiu realizar o pagamento dos sal�rios dos servidores p�blicos de Minas Gerais de forma integral, no quinto dia �til do m�s, al�m da quita��o do 13º sal�rio sem parcelamentos.
O Governo de Minas sabe da necessidade da recomposi��o salarial do funcionalismo p�blico e tem feito todo o esfor�o para que a corre��o da infla��o seja poss�vel para todos os servidores estaduais. A atual gest�o reconhece a import�ncia dos profissionais das For�as da Seguran�a para o Estado. Por isso, eles receberam reajuste de 13% em 2020. Al�m disso, foram os primeiros profissionais a receberem o sal�rio em dia. Continuamos em amplo processo de negocia��o com os representantes dessas categorias na busca de uma nova recomposi��o, porque sabemos que ela � necess�ria.
A renegocia��o da d�vida bilion�ria com a Uni�o, por meio do plano de recupera��o fiscal, permitir� uma nova recomposi��o dos sal�rios dos profissionais de seguran�a. Continuamos em busca de outras alternativas para fazer a reposi��o das perdas inflacion�rias.”