(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas TENS�O

Ucraniana que vive em BH sobre ataque russo: 'Acordei chorando'

Yulia Mysco tem pais, irm�o, tios e primos em Ternopil, interior da Ucr�nia; cidade � pr�xima de Ivano-Frankivs'k, onde a R�ssia lan�ou m�sseis esta madrugada


24/02/2022 16:50 - atualizado 24/02/2022 20:47

Yulia Mysko, ucraniana que vive em BH
Yulia Mysko � de Ternopil, cidade a Oeste da Ucr�nia. Artista pl�stica chegou em 2017 a BH (foto: T�lio Santos/EM/D.A.Press)
Um bombardeio de mensagens de condol�ncias acordou a ucraniana Yulia Mysko, de 33 anos, na manh� desta quinta-feira (24/2). “Sinto muito”, diziam recados enviados por dezenas de amigos � artista pl�stica e capoeirista, que vive h� 10 anos no Brasil, 5 deles em Belo Horizonte. 

LEIA TAMB�M: 'Tristeza e impot�ncia', diz lider da Sociedade Ucraniana do Brasil

“Como estava acompanhando as not�cias, logo entendi que a R�ssia havia invadido a Ucr�nia. Acordei chorando e fui direto ligar para os meus pais”, conta Mysko, natural de Ternopil, no interior do pa�s do leste europeu. A cidade fica a cerca de duas horas de Ivano-Frankivs'k, onde os russos lan�aram um m�ssil nas primeiras horas desta madrugada, atingindo uma base a�rea militar.

“N�o cheguei a pensar que minha fam�lia tivesse sido atingida, mas fiquei muito apreensiva, pois n�o imaginei que a R�ssia fosse atacar logo de cara as cidades do interior. Ent�o entrei em contato com meus pais para ver como estava o planejamento deles, se pretendiam deixar o pa�s e se estavam seguros”, relata a artista. 
 

Os familiares de Yulia a tranquilizaram. Segundo a artista, tanto em Ternopil, quanto na capital ucraniana Kiev, onde ela tem tios e primos, est�o todos bem e, por ora, n�o pensam em deixar a Ucr�nia.
 

Medo e caos 

O clima geral, contudo, � de caos e tens�o. Mysko diz que uma das primas est� presa em Kiev, j� que o combust�vel acabou por l�. Com a invas�o russa, os postos registram longas filas, uma vez que o espa�o a�reo foi fechado e milhares de pessoas tentam fugir pelas estradas. 

Os supermercados tamb�m est�o lotados. Em muitos j� falta comida. Os moradores ainda registram bloqueios em cart�es de cr�dito por causa de ataques virtuais ao sistema banc�rio e consequente corrida aos bancos para sacar dinheiro, pois a popula��o teme que os cart�es permane�am inoperantes por muito tempo. 

"Em Ternopil, o dia de trabalho foi suspenso, est� todo mundo em casa. Apesar da desordem e do medo, minha fam�lia est� relativamente tranquila e pretende ficar na Ucr�nia. Mesmo porque est�o cientes da estrat�gia da R�ssia, que � usar o desespero para expulsar as pessoas do pa�s. A orienta��o do governo ucraniano, neste momento, � que a popula��o fique unida e fortale�a a Ucr�nia”, afirma Yulia. 



"De qualquer forma, fiquei muito feliz com as demonstra��es de solidariedade que recebi. Meus amigos italianos, por exemplo, de imediato, se ofereceram para receber minha fam�lia, caso fosse necess�rio", complementa. 

Em caso de eventuais bombardeios, os pais e os irm�os da ucraniana planejam se abrigar em um bunker (c�modo feito para resistir a proj�teis de guerra) situado logo abaixo do pr�dio em que moram. “Essas estruturas s�o muito comuns no pa�s. S�o heran�as da Segunda Guerra Mundial. Grande parte dos pr�dios tem bunkers”, diz a capoeirista. 

Questionada sobre o que sentiu diante do apoio do presidente Jair Bolsonaro (PL) a Vladmir Putin, demonstrado em 16 de fevereiro, quando o mandat�rio brasileiro esteve na R�ssia, Yulia expressa indigna��o. 

“Talvez o presidente n�o saiba que a maior comunidade de ucranianos fora do pa�s est� no Brasil, especialmente no Paran�. A liga��o entre a Ucr�nia e o Brasil � t�o estreita que, em Prudent�polis (PR), a l�ngua ucraniana � reconhecida como oficial dessa cidade desde novembro de 2021, ao lado do portugu�s. S� ditadores t�m apoiado Putin. Quando Bolsonaro se coloca do lado desses l�deres, ele faz uma escolha”, critica.

Migra��o

Yulia Mysko conta que chegou ao Brasil em 2012. Naquele ano, ela se mudou da It�lia, onde estudava, para Curitiba (PR), para fazer um interc�mbio cultural ligado � pr�tica de capoeira. Em 2017, ela veio para BH, onde se casou e pretende ficar por longos anos. 

“Gosto muito do Brasil e de BH. Por enquanto, n�o pretendo voltar para a Ucr�nia. Trazer minha fam�lia seria �timo, mas tamb�m n�o est� nos planos. Eles n�o querem e eu tamb�m n�o teria condi��es de mant�-los aqui. Mas falo constantemente com eles”, diz Yulia.




receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)