
Comerciantes e frequentadores da feira de artesanato de domingo na Avenida Afonso Pena j� sentiram no bolso o aumento repentino do pre�o dos combust�veis na sexta-feira (11). Os repasses no produto final estavam nas bancas, dois dias ap�s o an�ncio da Petrobr�s da eleva��o de �ndice hist�rico, em uma �nica vez.
Algumas pessoas aproveitaram para comprar maior quantidade de produtos e evitar viagens repetidas, como Arlene Soares, que dois domingos por m�s sai de Ipatinga, no Vale do A�o, para compras na feira hippie. Arlene disse que reduzir� para uma viagem mensal, "sen�o n�o compensar�, porque com aumento de combust�veis, tudo aumenta tamb�m. Imagina que al�m do gasto com gasolina, tenho que pernoitar em Belo Horizonte, onde chego geralmente no s�bado � noite para come�ar bem cedo Na feira, e poder voltar ainda de dia. Al�m disso, tem a alimenta��o na estrada e na cidade, que est� o olho da cara".
Comerciante de roupas femininas, Patr�cia Soares Chagas do Carmo, admitiu que j� embutiu nas etiquetas os valores pagos a mais que encontrou em tecidos, aviamentos e acess�rios. As pe�as s�o produzidas em Capim Branco, na regi�o metropolitana de Belo Horizonte, mas todo o material � adquirido na capital. "J� pagando mais caro no combust�vel e sentindo o aumento nos insumos, a solu��o foi repassar. Agora � planejar menor n�mero de viagens, combinado com aquisi��o maior dos produtos a cada compra, estendendo os prazos de pagamento."

A mesma situa��o � descrita por Samara Aparecida Coelho Martins que produz artesanato em pedra-sab�o na hist�rica Ouro Preto. "N�o h� outra sa�da. O aumento de combust�veis provoca um efeito cascata e nos obriga a repassar esses custos ao consumidor."
Osvaldo Aparecido de Miranda costuma sair de Raposos aos domingos para comprar artigos pessoais na feira em BH. Ele disse que pode encontrar produtos �nicos e em bom pre�o, mas percebeu que "algumas coisas est�o mesmo mais caras."

Ao pesquisar pre�os nas bancas espalhadas pela avenida, Carlos Alberto da Silva, 45 anos, enfermeiro, morador em Contagem, disse que constatou o reajuste, mas "achou normal, uma vez que � uma crise mundial". Ele disse que adquire produtos para consumo pr�prio e espera que os reajustes "fiquem onde est�o".
Ele n�o tem d�vida que o aumento de combust�veis j� chegou � feira em Belo Horizonte. "Os pre�os est�o puxados, uns 40% mais caros que a �ltima vez que estive aqui. Comprei placas de churrasqueira e roupas. Acho os pre�os daqui um pouco mais em conta do que no com�rcio em geral".
A feira recebe tamb�m compradores do interior de Minas e de outros estados. S�o muitas vezes vendedores aut�nomos, que fretam �nibus, chegando durante a noite de s�bado ou na madrugada de domingo. Procurada para falar se alta nos pre�os do diesel poderia afetar os resutados na feira, os contatos com a Associa��o dos Expositores da Feira Hippie e Produtores de Arte, Artesanato e Variedade de Minas Gerais - Asseap n�o foram respondidos at� a postagem dessa reportagem.