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Estado de Minas COVID-19

Brasil pode ter nova onda, ap�s repiques das contamina��es no exterior

Infectologistas ouvidos pelo EM n�o descartam recrudescimento da infec��o como resultado do surto na China e do aumento das contamina��es na Europa


17/03/2022 04:00 - atualizado 17/03/2022 06:36

Testagem para COVID em província da China
Al�m do confinamento de quase 30 milh�es de pessoas, governo chin�s decretou aumento dos testes e mais uma cepa, descoberta em Israel, se junta � Deltacron (foto: AFP)

Infectologistas consideram a possibilidade de surgimento de outra onda de contamina��es pelo coronav�rus no Brasil, ap�s o recente aumento dos casos da doen�a respirat�ria na Europa, o surto que levou ao confinamento de quase 30 milh�es de pessoas na China e a descoberta da variante Deltacron, a cepa mista AY.4/BA.1, combina��o de duas linhagens j� conhecidas do coro- nav�rus. Contudo, qualquer afirma��o sobre uma fase de recrudescimento da COVID-19 no pa�s seria precipitada. Na ter�a-feira, o ministro da Sa�de, Marcelo Queiroga, informou que foram identificados dois casos da Deltacron, no Amap� e no Par�.
 
Ontem, o minist�rio israelense da Sa�de anunciou ter detectado dois casos de cont�gio por uma variante n�o identificada do coronav�rus. No Brasil, ainda � cedo para conclus�es sobre uma nova onda da infec��o viral, na avalia��o do infectologista Estev�o Urbano, presidente da Sociedade Mineira de Infectologia e membro do Comit� de Combate a COVID-19 em Belo Horizonte. “O Brasil est� com um cen�rio um pouco diferente porque ele tem um pouco mais de vacinados e adoecidos que a China”, analisa.
Para Urbano, o que pode preocupar � se, eventualmente, a nova variante tiver a capacidade de suplementar a imunidade gerada pelo grande n�mero de infec��es que se confirmaram no in�cio do ano no pa�s. “Ainda precisamos pesquisar e entender a tend�ncia do espalhamento dessa cepa”, afirma.
 
O infectologista Geraldo Cunha, professor titular da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), afirma que tendo em vista a preval�ncia muito pequena no mundo da Deltacron, isso sugere capacidade que n�o seria muito transmiss�vel da muta��o. “O fato de ter poucos casos identificados no mundo � que d� pra falarmos isso”, diz.
At� ontem, foram registrados 47 casos da cepa no planeta, dos quais 36 descobertos na Fran�a. “Isso � uma quest�o que nos deixa um pouco mais tranquilos. Ela parece n�o apresentar grande risco nos rumos atuais da pandemia”, observa. Geraldo Cunha e Estev�o Urbano acreditam que alguns estados est�o se precipitando ao liberar a popula��o do uso da m�scara de prote��o facial, inclusive em locais fechados.
 
“Temos munic�pios completamente desnorteados, como o Rio de Janeiro, que liberou a m�scara em todos os lugares. Isso � muito prematuro e muito arriscado”, alerta Cunha. Para Urbano, a libera��o das m�scaras em locais abertos � seguro, mas ainda n�o � o momento de relaxar as medidas em ambientes fechados.
 
“O mais importante agora � liberar, se for o caso, somente em locais abertos. Todo o restante ainda � precipitado.” Em Belo Horizonte, o uso do acess�rio em locais abertos j� � permitido desde o �ltimo dia 4. No estado, o governador Romeu Zema (Novo) anunciou o fim da obrigatoriedade do acess�rio em locais abertos como orienta��o para que os prefeitos municipais tomem a decis�o.

N�o vacinados Na �sia e na Europa, o cen�rio da pandemia voltou a preocupar especialistas nas �ltimas semanas. O governo chin�s come�ou a ampliar o n�mero de leitos de hospital depois de anunciar, ontem, milhares de novos casos de contamina��o provocados por um surto da variante �micron, que motivou o confinamento de milh�es de pessoas no pa�s. O pa�s asi�tico registrou 3.290 novos diagn�sticos, sendo 11 deles com gravidade. O n�mero � inferior aos mais de 5 mil casos verificados na ter�a-feira, mas a variante contagiosa pressiona o sistema de sa�de chin�s e a estrat�gia de elimina��o da doen�a.
 
Em Xangai, a cidade mais populosa da China, com 25 milh�es de habitantes, as autoridades de sa�de realizam testes de triagem em massa. A testagem avan�a tamb�m em outras cidades do pa�s, como Shenyang, na prov�ncia de Liaoning, ao Nordeste da China.
 
O n�mero de casos positivos na Alemanha, Reino Unido e Fran�a somaram mais de 340 mil, segundo o mais recente levantamento feito pela plataforma Our World in Data, ligada � Universidade de Oxford, na Inglaterra. O Reino Unido encerrou fevereiro com m�dia de 46 mil novos casos por dia. Na ter�a-feira, a m�dia superou 103 mil registros.
 
O governo franc�s contabilizou mais de 800 mil novos casos de contamina��o desde o in�cio do m�s, e os n�meros tamb�m indicam estado de alerta. �ustria, Holanda, Gr�cia, Su��a e It�lia tamb�m registraram aumento no n�mero de casos desde o fim de fevereiro. Na Alemanha, o cen�rio � ainda mais preocupante. Em 15 dias, o pa�s registrou mais de 2 milh�es de novos casos. No �ltimo dia 28, a m�dia foi de 158 mil diariamente. Ontem, a m�dia de positivos para a doen�a chegou a 200 mil.
 
Ao analisar o cen�rio da doen�a na Europa, o infectologista Geraldo Cunha observa que as pessoas n�o vacinadas est�o sujeitas a ter formas graves da doen�a. “O que a gente tem observado, onde voc� tem parcela da popula��o em que o n�mero de n�o vacinados � muito grande se tornam recorrentes esses repiques da doen�a”, afirmou.

* Estagi�ria sob supervis�o da subeditora Marta Vieira

Bra�o da OMS nas Am�ricas faz alerta

O aumento do n�mero de infec��es provocadas pelo coronav�rus em diversas partes do mundo representa uma “advert�ncia” para as Am�ricas de que o v�rus n�o est� sob controle, apesar da diminui��o do ritmo de cont�gio na regi�o, alertou ontem a Organiza��o Pan-Americana da Sa�de (Opas). Bra�o regional da Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS), a entidade informou que os diagn�sticos de COVID-19 aumentaram 28,9% na semana passada na regi�o do Pac�fico Ocidental, que inclui a China; 12,3% na �frica; e quase 2% na Europa em rela��o � semana anterior.
 
“Os casos aumentam novamente em outras partes do mundo, o que serve de alerta para a nossa regi�o”, disse o vice-diretor da Opas, Jarbas Barbosa, em entrevista � imprensa. Nas Am�ricas, os casos de COVID-19 continuaram em queda pela oitava semana consecutiva, com mais de 901 mil novos casos relatados na primeira semana deste m�s, queda de 19% em rela��o � semana anterior. As mortes semanais mantiveram a curva descendente pela quinta semana consecutiva, com 15.523 �bitos relatados, o que significa redu��o de 18,4%, segundo a Opas.
 
Jarbas Barbosa afirmou que, embora a maioria dos pa�ses e territ�rios americanos tenha verificado recuo de novos casos, no Caribe e nas ilhas do Oceano Atl�ntico os casos aumentaram 56,6%. “As infec��es e mortes por COVID-19 est�o diminuindo na maior parte de nossa regi�o, mas muitos casos e mortes ainda est�o sendo relatados todos os dias, uma indica��o clara de que a transmiss�o ainda n�o est� sob controle”, enfatizou o vice-diretor da Opas. Devido ao risco que a pandemia ainda representa, a institui��o pediu aos pa�ses das Am�ricas para ampliarem as taxas de vacina��o contra o coronav�rus.
 
Dois anos ap�s a OMS declarar a pandemia do novo coronav�rus, 149 milh�es de casos da doen�a foram relatados nas Am�ricas, incluindo 2,6 milh�es de mortes, segundo dados oficiais.
 
Sylvain Aldighieri, chefe de incidentes para a COVID na Opas, destacou que “grandes incertezas” permanecem em rela��o � situa��o global e regional da doen�a. “Um cen�rio de recrudescimento da circula��o viral nos n�veis subnacional, nacional, ou em uma regi�o ou sub-regi�o, � um cen�rio que sempre tem que estar presente no nosso radar epidemiol�gico”, ressaltou.

Sem gravidade

De acordo com o minist�rio israelense da Sa�de, os casos de cont�gio detectados no pa�s por uma variante n�o identificada do coronav�rus n�o apresentam gravidade aparente. A muta��o combinaria as subvariantes BA.1 e BA.2. “Essa variante ainda n�o � conhecida no mundo, e os dois casos foram descobertos gra�as a testes de PCR feitos no Aeroporto Ben Gurion, na entrada de Israel”, informou o comunicado divulgado pelo minist�rio. As pessoas infectadas, ainda segundo a autoridade sanit�ria, t�m sintomas leves, incluindo febre, dores de cabe�a e musculares, e n�o precisaram de cuidados m�dicos especiais.



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