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Estado de Minas MEM�RIAS DE BH

Pegar o bonde ou ir � Sears? Moradores contam do que t�m saudade em BH

Sabia que o nome da capital � mais novo que a cidade? E qual sua mem�ria de algo que j� n�o existe por aqui? Confira locais e situa��es


03/04/2022 04:00 - atualizado 03/04/2022 07:21



Belo Horizonte inicia uma nova gest�o com a posse do prefeito Fuad Noman e, embora a tend�ncia seja de continuidade da gest�o Alexandre Kalil, a mudan�a n�o deixa de representar novo ciclo, com novos projetos em dois anos e nove meses de uma cidade em constante muta��o. Mas, para uma capital de 124 anos, e que h� 120 mudou de nome – at� agosto de 1901 se chamava Cidade de Minas –, t�o grande quanto a expectativa pelo futuro costuma ser a saudade de um passado que ficou grudado na mem�ria e no cora��o. A pracinha com cascata bem no Centro da cidade, o sabor inesquec�vel de um pastel, o movimento dos bondes nas ruas. Na hora do almo�o, carne de jacar� – isso mesmo! – e, depois do passeio na Feira Hippie, um sorvete em forma de bot�o de rosas... Mas tinha tamb�m a balada na Baturit�, as compras no Pep’s, o encontro com os amigos no caf� da Pra�a Sete, a tranquilidade do carnaval de outros tempos... Na mem�ria dos belo-horizontinos com mais tempo de janela, o que n�o falta � hist�ria. E momentos para sentir saudade. O Estado de Minas ouviu alguns deles para saber qual peda�o da capital de outros tempos lhe faz mais falta na BH do presente – e nos planos para o futuro.
 
“Falar de alguns lugares, sabores e situa��es � lembrar tamb�m da nossa juventude”, diz a secret�ria Cristina Torres, moradora do Bairro Palmares, na Regi�o Nordeste. Se recordar � viver, belo-horizontinos que trabalham h� d�cadas na Regi�o Central vivem como testemunhas das constantes transforma��es urbanas. S�cio do Caf� Nice, ponto tradicional fundado em 1939, Tadeu Moura Caldeira se orgulha de ser um “florestano” – como define o filho de BH nascido, criado e residente no Bairro Floresta. “Lembro-me dos bondes, dos f�cus que foram cortados, de restaurantes famosos, como o Monjolo’s, e de constru��es mais distantes do Centro da cidade, entre elas o Matadouro, no Bairro S�o Paulo”, conta Tadeu, que mant�m o h�bito de se encontrar com amigos.
 
Segue o mundo e v�m � tona o aroma de pratos inesquec�veis saboreados, o som das pistas de tantos ritmos, a lembran�a de lojas que sa�ram do mapa. Os s�bios avisam: n�o se trata de nostalgia – nada disso –, mas de lembran�as companheiras que agu�am os cinco sentidos e representam uma ponte entre passado e presente e uma b�ssola para o futuro. A vida passa como um filme, mas em novo endere�o. “Hoje, cinema de rua acabou, com raras exce��es. Tenho saudade do Cine Acaiaca”, diz o modelo Helbert Mar�al, de 40, o “ca�ula” da turma de moradores entrevistada pelo Estado de Minas. Confira o xod� de cada um neste �lbum de mem�rias da capital.
 

�LBUM DA MEM�RIA

COMIDA EX�TICA

 
Parque Municipal
(foto: Arquivo Estado de Minas)
 
Taxista
(foto: JAIR AMARAL/EM/D.A PRESS)
 
“Sabe de um lugar de que tenho saudade em Belo Horizonte? Do Restaurante Tavares, nas imedia��es do Mercado Central, que tinha comida ex�tica. L�, comi carne de jacar�, de r� e de outros animais, embora servissem pratos bem mineiros, como um delicioso frango ao molho pardo. Com os tempos ecologicamente corretos, as carnes ex�ticas sumiram de circula��o. Sinto falta tamb�m dos passeios no Parque Municipal, mas, felizmente, esse ainda est� a� para quem quiser.”


Marlon Botelho, de 62 anos, taxista, morador do Bairro Cai�ara, na Regi�o Noroeste 
 

DESFILE NA AFONSO PENA 

 
Unidos do Guarani
(foto: Arquivo EM/1983)
moradora do Bairro Serra
(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
 
“Considero seguran�a fundamental, por isso sinto falta dela em todos os momentos, principalmente no carnaval. Minha grande saudade � da folia na Avenida Afonso Pena, com os desfiles das escolas de samba, as arquibancadas, um clima bem legal. Na minha inf�ncia, �amos assistir aos desfiles, em fam�lia, e n�o me esque�o da Unidos do Guarani, muito animada. Hoje � muita gente no Centro da Cidade, confus�o, tudo bem diferente de outras �pocas. Tranquilidade faz falta.”

Cirm�ria Ferreira, de 48, bab�, moradora do Bairro Serra, na Regi�o Centro-Sul 
 

GRANDES CINEMAS

 
Cine Palladium
(foto: Eust�quio Soares/EM/D.A Press - 31/5/1994)
morador do Bairro Lourdes
(foto: Jair Amaral/Em/D.A Press)
 
“Imposs�vel falar das boas lembran�as de BH sem citar o antigo Cine Palladium, na Rua Rio de Janeiro, no Centro. Era um cinema grande, com poltronas muito confort�veis, som �timo. Um filme do qual n�o me esque�o, e que passou naquela tela enorme, � ‘Laranja Mec�nica’. Excelente! Quando a gente queria um filme mais de arte, ia ao Path�, que j� n�o existe mais e ficava na Avenida Crist�v�o Colombo, na Savassi. Lembro-me tamb�m do Cine Roxy, na Avenida Augusto de Lima, e do Royal, na Afonso Pena.”

Jacinto Guimar�es, 62, engenheiro, morador do Bairro Lourdes, na Regi�o Centro-Sul 
 

SORVETE DE ROSAS

 
 Feira Hippie
(foto: Pedro Graeff/Arquivo EM - 16/1/1988)
aposentada, moradora do Bairro Lourdes, na Região Centro-Sul
(foto: Jair Amaral/Em/D.A Press)
 
“Quando a Feira Hippie funcionava na Pra�a da Liberdade, eu tinha um programa certo: depois de passear por ali, vendo o artesanato, ia ao Xod� (lanchonete) para tomar um sorvete em forma de bot�o de rosa. As bolas geladas eram colocadas na casquinha e depois mergulhadas numa calda de chocolate. O milk-shake tamb�m era delicioso. Tinha uma loja, em outro bairro, a Docinhos Porq, que ainda d� �gua na boca 
s� de lembrar”

Maurizia Lopes, 58, aposentada, moradora do Bairro Lourdes, na Regi�o Centro-Sul 
 

PRA�A COM CASCATA

 
Pracinha, com vegetação, bancos e queda-d%u2019água
(foto: Arquivo EM %u2013 20/6/1969)
  
Sócio do Café Nice (fundado em 1939)
(foto: Jair Amaral/EM/D.a Press)
 
“Trabalho h� 53 anos no Centro, ent�o vi as grandes transforma��es na regi�o, que frequento desde crian�a. Sou um ‘florestano”, nascido e criado no Bairro Floresta. Lembro-me dos f�cus da Avenida Afonso Pena (centenas de �rvores cortadas em 1963), dos bondes, de pr�dios que n�o existem mais. Est� na mem�ria a pracinha, com vegeta��o, bancos e queda-d’�gua, que havia sobre uma ag�ncia banc�ria na Rua Esp�rito Santo com Carij�s, no quarteir�o fechado da Pra�a Sete, onde foi constru�do um pr�dio. De outras partes de BH, lembro-me do antigo Matadouro (Bairro S�o Paulo).”

Tadeu Moura Caldeira, de 69, s�cio do Caf� Nice (fundado em 1939), e morador do Bairro Floresta, na Regi�o Centro-Sul 
 

FILMES DE MAZZAROPI

 
bondes na Afonso Pena
(foto: Arquivo EM)
  
Moradora do Bairro Horto

 
“Na Pra�a Sete, onde podemos ver hoje um edif�cio alto, havia a Papelaria Rex. Acho que sou das mais antigas cambistas em atividade no Centro. Estou desde 1965 no mesmo ponto, ent�o n�o me esque�o de dois momentos: dos sandu�ches de p�o com mortadela e de p�o com pernil na Padaria Boschi, que ficava na Rua Rio de Janeiro esquina com Tamoios, e de ver, na matin� de domingo, no Cine Brasil, os filmes estrelados por Mazzaropi (1912-1981). Lembro-me tamb�m do abrigo de bondes na Afonso Pena. Meus tios trabalhavam como engraxates e eu levava o almo�o para eles”.

Ivone Soares da Silva, de 71, vendedora de bilhetes de loteria e moradora do Bairro Horto, na Regi�o Leste 
 

PROCISS�ES E COMPRAS

 
Sears
(foto: Arquivo EM)
 
moradora do Bairro São Gabriel

 
“Tenho saudade das prociss�es em Belo Horizonte, que sa�am da Igreja Boa Viagem (atual Santu�rio Arquidiocesano da Sant�ssima Eucaristia) e passavam pela Pra�a Floriano Peixoto, no Bairro Santa Efig�nia. No andor, ia a imagem da nossa padroeira, Nossa Senhora da Boa Viagem, celebrada em 15 de agosto. Gostava muito de ir �s missas na Igreja Santa Efig�nia dos Militares. Puxando pela mem�ria, recordo-me de lojas que sa�ram do mapa, uma delas a Sears.”

Sandra Maria da Silva, de 64, vi�va, aposentada e moradora do Bairro S�o Gabriel, na Regi�o Norte 
 

MODA QUE RODA

 

 Pep%u2019s
(foto: Arquivo EM %u2013 13/1/1969)
 
aposentado, morador do Bairro São Salvador
(foto: Jair Amaral/EM/D.a Press)

 

“D� saudade ao lembrar de lojas de BH que sa�ram do mercado. Havia o Pep’s, que parecia um shopping, na Rua da Bahia, a Luder, de roupas, em v�rios endere�os, e muitas outras. Gostava muito de comer no Rei do Kibe e no antigo Restaurante Caneco, esse na Rua S�o Paulo. Trabalhei cinco d�cadas no Centro, tive banca de revista durante 40 anos, na Rua S�o Paulo, ent�o conheci dois tempos de Belo Horizonte. Sou testemunha do crescimento da cidade. Hoje, saio 
muito pouco”.

J�lio Miranda Reis, de 68, aposentado, morador do Bairro S�o Salvador, na Regi�o Noroeste 
 

CAF� DA INF�NCIA

 
Residente no Bairro Santa Tereza
(foto: Arquivo EM)
 
Cine Acaiaca
(foto: Arquivo EM)

 
“A cidade cresceu, mudou muito e alguns h�bitos desapareceram. Quando crian�a, gostava de ir com meu pai aos caf�s no Centro de BH e a alguns bares, onde amigos se reuniam sempre. N�o vejo muito isso mais, n�o! Ainda gosto de andar aqui pela Pra�a Sete, tomar meu caf�, encontrar um amigo. Desapareceram tamb�m os grandes cinemas de rua, a exemplo do Cine Acaiaca. Hoje, a maioria dos filmes est� em cartaz nos shopping centers.”

Helbert Mar�al, 40, modelo, nascido, criado e residente no Bairro Santa Tereza, na Regi�o Leste 
 

BALADA E PASTEL

boate Baturité
(foto: Reprodu��o da internet - em.com.br %u2013 1/4/22)
 
secretária, moradora do Bairro Palmares
(foto: Jair Amaral/EM/D.a Press)
“Falar sobre alguns lugares, sabores ou situa��es que n�o existem mais � lembrar tamb�m um pouco da nossa juventude. No Bairro Cidade Nova, perto da Feira dos Produtores (Regi�o Nordeste), fez sucesso nos anos 1980-90 a boate Baturit�. Fui l� algumas vezes, mas, para falar a verdade, gostava mesmo � do pastel napolitano, vendido numa loja (Soft Pastel) no t�rreo do pr�dio onde funcionava a casa noturna. Sabe desses sabores que te acompanham a vida inteira? Pois esse � assim...”

Cristina Torres, de 57, secret�ria, moradora do Bairro Palmares, na Regi�o Nordeste  
 
 


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