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Estado de Minas AP�S TRAG�DIA

Libera��o dos c�nions de Capit�lio alimenta expectativa do turismo

Medidas de seguran�a vem sendo bem recebidas pelos visitantes


10/04/2022 09:48
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CAPITÓLIO, CÂNIONS
Local onde aconteceu a queda de um pared�o, matando 10 pessoas (foto: CBMMG/Divulga��o)

Quase tr�s meses ap�s um pared�o rochoso se desprender e atingir quatro lanchas, matando dez pessoas e ferindo v�rias outras, os c�nions do Lago de Furnas, em Capit�lio (MG), voltaram a ser reabertos � visita de turistas.

A libera��o parcial das visitas n�uticas aconteceu no �ltimo dia 30, com o aval da prefeitura. Al�m de estabelecer novas regras, como a obriga��o dos condutores manterem as embarca��es a uma dist�ncia m�nima dos pared�es e respeitarem os limites estabelecidos para cada trecho do percurso, o munic�pio - distante cerca de 282 quil�metros de Belo Horizonte - contratou uma equipe de ge�logos para avaliar, diariamente, a estabilidade dos blocos de pedra.

Segundo o secret�rio municipal de Desenvolvimento Econ�mico Sustent�vel, Lucas Arantes Barros, o movimento de turistas durante o fim de semana passado, o primeiro desde a reabertura, foi pequeno, com uma m�dia de cerca de 80 grupos de visitantes/dia – como este controle n�o era feito antes do acidente, no dia 8 de janeiro, n�o � poss�vel fazer compara��es. A expectativa, no entanto, � que o afluxo de pessoas aumente gradualmente nas pr�ximas semanas, principalmente em fun��o dos feriados prolongados de P�scoa e Tiradentes.

“� preciso levar em conta que muitos fatores impactam o turismo, como a situa��o econ�mica, o pre�o do combust�vel, a esta��o do ano… Ap�s tanto tempo, o movimento at� que foi bom para um primeiro fim de semana. Principalmente considerando que era fim de m�s”, disse Barros � Ag�ncia Brasil.

Membro da diretoria da Associa��o dos Empres�rios de Turismo de Capit�lio (Ascatur), Vitor Vasconcelos afirma que as medidas de seguran�a adotadas ap�s o acidente v�m sendo bem recebidas pelos visitantes e por quem trabalha com turismo.  

“Uma coisa que nos preocupava era como as novas normas de seguran�a seriam recebidas. Acabou que todos as receberam muito bem. Os visitantes n�o s� est�o acatando todas as regras, como continuam curtindo os passeios”, comentou Vasconcelos. Segundo ele, o afluxo de turistas j� vinha aumentando gradualmente desde fevereiro, em fun��o das v�rias outras atra��es tur�sticas da regi�o.

“Dificilmente a pessoa que passar uma semana em Capit�lio conhecer� mais da metade dos nossos atrativos tur�sticos”, garantiu Vasconcelos.

De fato, a cidade, que integra o Circuito Tur�stico Nascente das Gerais tem muito mais a oferecer do que os passeios n�uticos pelo chamado “Mar de Minas”, como costumam ser chamados os 1.440 km² do lago da represa de Furnas – que, por sua vez, tamb�m n�o se limita � �rea de c�nions, onde foram identificados cinco pontos de maior risco de queda de pedras.

“Apenas uma �nica �rea do lago onde � poss�vel passear de lancha estava interditada”, frisou Vasconcelos. “Mesmo assim, com as not�cias, a queda no movimento chegou a 95% logo ap�s a trag�dia. Mas se compararmos o resultado de abril deste ano com o de anos anteriores, a diferen�a j� n�o foi assim t�o grande. Tamb�m � preciso diferenciar as consequ�ncias do que aconteceu no dia 8 de janeiro daquilo que v�rias cidades tur�sticas est�o enfrentando”, comentou Vasconcelos, citando, como exemplo, o impacto das fortes chuvas que atingiram o estado no in�cio do ano, impactando o turismo.
Regras

O decreto municipal que liberou os passeios n�uticos em parte do Lago de Furnas estabelece que o retorno das embarca��es deve ocorrer de forma controlada. Todos os limites e faixas de seguran�a devem estar sinalizados. No percurso delimitado identificado como Trecho 1, ser� permitida a entrada de, no m�ximo, quatro embarca��es por vez. J� o chamado Trecho 2 s� poder� ser acessado por uma embarca��o por vez - e n�o ser� permitida nenhuma parada neste percurso.

Conforme estipulado pelas autoridades locais, os barcos dever�o respeitar uma dist�ncia m�nima dos pared�es. Todos os passageiros dever�o assinar um termo de consentimento contendo orienta��es sobre as novas regras de visita��o, como o uso obrigat�rio de coletes salva vidas e de capacetes. Embarca��es de mais de 32 p�s n�o podem acessar os c�nions. As demais, n�o podem exceder 3 n�s de velocidade.

Segundo a prefeitura, as novas regras seguem as recomenda��es apresentadas pelos estudos geol�gicos realizados ap�s a trag�dia do dia 8 de janeiro e pela Pol�cia Civil de Minas Gerais. No inqu�rito policial instaurado para apurar o ocorrido, a Pol�cia Civil concluiu que eventos naturais causaram o desprendimento das rochas e que o “processo geol�gico de remodelamento de relevo” � comum na regi�o, favorecendo que os blocos rochosos se rompam.

A Pol�cia Civil apresentou dez sugest�es para aumentar a seguran�a das atividades tur�sticas no lago – entre elas, a limita��o do n�mero de embarca��es navegando, simultaneamente, pelos c�nions, a melhoria do sistema de alerta e o mapeamento das zonas de maior risco.

“Durante o per�odo em que o acesso aos c�nions ficou interditado, conseguimos criar e colocar em pr�tica um plano de visita��o para refor�ar e garantir a seguran�a dos visitantes”, garantiu Barros, explicando que a prefeitura de Capit�lio ainda estuda a possibilidade de instalar conten��es met�licas em ao menos cinco pontos do lago a fim de minimizar os riscos de deslizamentos e queda de pedras.

“Estamos correndo atr�s de recursos para fazer a conten��o. Tamb�m estamos avaliando a possibilidade de instalarmos um sistema de monitoramento eletr�nico da �rea. De qualquer forma, a an�lise geol�gica di�ria, feita por profissionais contratados pela prefeitura, em conjunto com as outras normas, j� trazem uma seguran�a �s atividades tur�sticas no lago”, comentou o secret�rio municipal.

Campanha

Ap�s a trag�dia, empres�rios decidiram se unir para promover os atrativos tur�sticos da regi�o. Uma campanha encabe�ada pela Associa��o dos Empres�rios de Turismo de Capit�lio (Ascatur) j� arrecadou perto de R$ 1 milh�o. Quantia que ser� investida em um projeto que, al�m de divulgar as atra��es regionais, busca conscientizar quem vive na regi�o - principalmente aqueles que trabalham com turismo - sobre a import�ncia das regras de seguran�a adotadas ap�s 8 de janeiro, quando um pared�o rochoso se desprendeu e atingiu quatro lanchas.

“Infelizmente, as novas normas v�m acompanhadas de muita dor pelas perdas”, disse Vitor Vasconcelos, membro da diretoria da Ascatur, referindo-se �s medidas que a prefeitura imp�s para autorizar o retorno dos passeios n�uticos pela �rea de c�nions do Lago de Furnas, como a obriga��o das embarca��es tur�sticas manterem uma dist�ncia m�nima dos pared�es rochosos para evitar acidentes em caso de queda de pedras.

“Desde janeiro, muitos especialistas t�m vindo � cidade realizar estudos. Hoje, o turismo no Lago de Furnas est� muito mais seguro e organizado, mas precisamos que os moradores, os empres�rios, enfim, todos que vivem na regi�o tenham acesso a estes conhecimentos. S� assim compreenderemos a raz�o de ser das novas regras e saberemos apresent�-las e justific�-las para os turistas.”

Segundo ele, as pessoas que visitaram os c�nions do Lago de Furnas, desde o �ltimo dia 30, aceitaram bem as novas normas de seguran�a.

Setenta empresas da regi�o colaboraram com o projeto, possibilitando a contrata��o de uma empresa de comunica��o para desenvolver um plano de a��o a partir da pr�xima semana. “A arrecada��o foi a parte f�cil. Tanto que os pr�prios empres�rios j� manifestaram o interesse em uma segunda rodada, pois recebemos propostas muito boas e temos o intuito de fazer este tipo de investimento outras vezes”, contou Vasconcelos.

A iniciativa da Ascatur se soma ao projeto Reviva Capit�lio – Viva o Mar de Minas, anunciado pelo governo de Minas Gerais no in�cio de fevereiro. A proposta estadual prev� a destina��o de R$ 5 milh�es dos cofres p�blicos para promover a seguran�a de trabalhadores e turistas, al�m de fortalecer o turismo na regi�o - uma das mais visitadas do estado.

A primeira etapa do projeto estadual, j� em andamento, inclui a realiza��o de um diagn�stico geol�gico e estrutural pormenorizado. O segundo eixo prev� o aprimoramento dos planos de gerenciamento costeiro; diretores; de zoneamento e de uso das �guas n�o s� de Capit�lio, mas tamb�m de S�o Jos� da Barra e de S�o Jo�o Batista do Gl�ria, que aplicar�o as regras conjuntamente.

Al�m disso, o governo estadual e as tr�s cidades tamb�m devem promover, em parceria com �rg�os p�blicos e entidades sociais, a��es de capacita��o para estimular o uso seguro e sustent�vel do Lago de Furnas. Por fim, o quarto eixo do projeto prev� a��es de comunica��o para divulgar o atrativo tur�stico para todo o pa�s.


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