O exame laboratorial do caso do menino de 12 anos, da reserva ind�gena maxacali, no munic�pio de Bert�polis, no Vale do Mucuri, que morreu em 4 de abril, depois de ser mordido por um morcego hemat�fago, deu resultado positivo para a raiva humana. A informa��o foi confirmada pela Secretaria de Estado de Sa�de de Minas Gerais (SES-MG).
Nesta ter�a-feira (12/04), a SES-MG informou que a menina de 12 anos, da mesma etnia de Bert�polis, que tamb�m foi mordida por um morcego hemat�fago, internada no Hospital Jo�o Paulo II, em Belo Horizonte, tem quadro est�vel, “com evolu��o positiva”. Ainda de acordo com a pasta, foi coletada amostrada para exame laboratorial, cujo resultado ainda est� sendo aguardado.
O menino maxacali deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Te�filo Otoni, no Vale do Mucuri no dia 3 de abril, apresentando febre, confus�o mental, agita��o, v�mito, sialorreia, edema e ferida no l�bio superior. O quadro se agravou e evoluiu para �bito no dia seguinte.
De acordo com o prefeito de Te�filo Otoni, Daniel Sucupira (PT), a familia do adolescente revelou que ele havia sido mordido pelo morcego na �rea maxacali, na aldeia Pradinho, 10 dias antes, mas continuou recebendo “tratamento” apenas com os rituais ind�genas, at� que o caso se agravou e foi encaminhado para o atendimento m�dico hospitalar.
Conforme a Secretaria Estadual de Sa�de, na antes, o �ltimo caso de morte por raiva humana em Minas Gerais tinha sido registrado em 2012, no munic�pio de Rio Casca, na Zona da Mata. Tratou-se de um produtor rural que tamb�m foi mordido por um morcego hemat�fago.
Medidas de preven��o
Desde o �ltimo s�bado (9/4), a SES-MG est� organizando e monitorando a vacina��o de pr�-exposi��o para todos os moradores da localidade rural, cerca de 1.100 pessoas.
Al�m disso, a secretaria disponibilizou 100 doses de vacina antirr�bica animal para vacina��o de c�es e gatos de Bert�polis, conforme a popula��o animal estimada da regi�o. Esta a��o tem o intuito de prevenir e controlar a doen�a.
A SES-MG ressalta a import�ncia de se procurar a Unidade de Sa�de mais pr�xima para avalia��o da necessidade de ado��o de medidas profil�ticas (administra��o de vacina e/ou soro) em caso de qualquer incidente com mam�feros silvestres ou dom�sticos, sobretudo morcegos, c�es e gatos.
Outras medidas
- Notifica��o e investiga��o dos dois casos suspeitos, al�m da comunica��o imediata ao Minist�rio da Sa�de;
- Investiga��o na localidade dos dois, com busca ativa de pessoas que possam ter tido a mesma situa��o de risco, al�m do encaminhado para atendimento m�dico profil�tico;
- Organiza��o de reuni�es peri�dicas para alinhamento e planejamento das a��es de investiga��o dos casos e medidas de preven��o e controle da raiva, juntamente com a Secretaria Municipal de Sa�de de Bert�polis, j� ocorridas nos dias 06, 07 e 08 de abril;
- Disponibiliza��o de vacina antirr�bica e soro antirr�bico;
- Organiza��o e monitoramento de vacina��o dos contactantes do primeiro caso para in�cio imediato no dia 09 de abril;
- Monitoramento das a��es de campo desenvolvidas pelo Instituto Mineiro de Agropecu�ria (IMA) para a��es de preven��o e controle da raiva na localidade. Este est� na regi�o, e realiza investiga��o epidemiol�gica, para verificar espolia��es de morcegos em animais de produ��o, presen�a ou relato de mortes de animais com sinais cl�nicos neurol�gicos, bem como informa��es sobre a realiza��o de vacina��o antirr�bica nesses. Foram realizados ainda contatos com produtores rurais, informando sobre as formas de preven��o da raiva dos herb�voros.
- Realiza��o de a��es de educa��o em sa�de na regi�o com objetivo de alertar as pessoas sobre a doen�a, e suas formas de transmiss�o, bem como as medidas de preven��o e controle da raiva.
- Organiza��o e realiza��o de Webinar para profissionais de sa�de do estado de Minas Gerais sobre atualiza��o do atendimento antirr�bico humano agendado para dia 19 de abril de 2022.
Como a raiva � transmitida?
De acordo com o Minist�rio da Sa�de, a raiva � transmitida ao homem pela saliva de animais infectados, principalmente por meio da mordedura, podendo ser transmitida tamb�m pela arranhadura e/ou lambedura desses animais.
O per�odo de incuba��o � vari�vel entre as esp�cies, desde dias at� anos, com uma m�dia de 45 dias no ser humano, podendo ser mais curto em crian�as.
O per�odo de incuba��o est� relacionado � localiza��o, extens�o e profundidade da mordedura, arranhadura, lambedura ou tipo de contato com a saliva do animal infectado; da proximidade da porta de entrada com o c�rebro e troncos nervosos; concentra��o de part�culas virais inoculadas e cepa viral.
Nos c�es e gatos, a elimina��o de v�rus pela saliva ocorre de 2 a 5 dias antes do aparecimento dos sinais cl�nicos e persiste durante toda a evolu��o da doen�a (per�odo de transmissibilidade). A morte do animal acontece, em m�dia, entre 5 e 7 dias ap�s a apresenta��o dos sintomas.
N�o se sabe ao certo qual o per�odo de transmissibilidade do v�rus em animais silvestres. Entretanto, sabe-se que os morcegos podem abrigar o v�rus por longo per�odo, sem sinais aparentes.
Como � feito o tratamento da raiva?
A raiva � uma doen�a quase sempre fatal, sendo assim a melhor medida de preven��o � a vacina��o pr� ou p�s exposi��o.
Quando a preven��o n�o ocorre e a doen�a se instala, pode-se utilizar um protocolo de tratamento da raiva humana, baseado na indu��o de coma profundo, uso de antivirais e outros medicamentos espec�ficos.
*Estagi�rio sob supervis�o da subeditora Jociane Morais
*Estagi�rio sob supervis�o da subeditora Jociane Morais