
Depois de dois anos de isolamento social imposto pela pandemia de COVID-19, os fi�is voltaram �s ruas para acompanhar a prociss�o da ressurrei��o no Domingo de P�scoa em Ouro Preto. A lua cheia ainda podia ser vista nas primeiras horas do dia, anunciando a ressurrei��o de Jesus, quando os primeiros fi�is caminhavam pelos tapetes devocionais montados na Semana Santa.
Nas sacadas dos casar�es hist�ricos, os panos brancos demonstravam que o luto acabou. Os sinos confirmavam a boa nova. Cristo venceu a morte. E a humanidade est� vencendo o novo coronav�rus. Centenas de fi�is acompanharam a encena��o de momentos importantes do filho de Deus desde Abrah�o.

De acordo com a secret�ria de Turismo da cidade, Margareth Monteiro, cerca de 10 mil pessoas acompanharam a prociss�o, junto aos padres, anjos, irmandades e personagens b�blicos. “Foi um p�blico maior que a prociss�o de Sexta-Feira Santa”, afirma. Para a prociss�o, s�o cerca de 180 pessoas vestidas como os personagens do Antigo e Novo Testamento, vestidos a car�ter.
Pelas ruas da cidade, muitas cores dos tapetes devocionais, que simbolizam o advento de um novo tempo que, em 2022, t�m o sentido de renova��o potencializado. Neste ano, a prociss�o com o Sant�ssimo partiu da Bas�lica Nossa Senhora do Pilar, �s 8h30, depois da celebra��o de uma missa. A cada ano, ela parte de uma das par�quias da cidade hist�rica.
Os sinos anunciavam a boa nova, acompanhados pela Sociedade Musical Bom Jeans do Matozinho que tocava instrumentos de sopro. Foram cerca de duas horas, de cantos e ora��es. Quando o cortejo chegou � Igreja de Nossa Senhora do Ros�rio dos Homens Pretos os sinos tocaram mais uma vez.A prociss�o seguiu pelas ruas enfeitadas at� o Santu�rio Nossa Senhora da Concei��o.
Na Rua Direita, os tapetes levaram imagens de Jesus Cristo, do Divino Esp�rito Santo e Nossa Senhora Aparecida. Mandalas, flores. A imagem de uma mulher negra com o cabelo black power demonstrou a inten��o da festa em ser cada vez mais inclusiva. A montagem dos tapetes come�ou �s 8h do S�bado de Aleluia e seguiu at� as 5h do Domingo de P�scoa, com a participa��o de muitos volunt�rios. Um deles � um grupo de ind�genas convidados a colaborar. Trouxeram para os tapetes grafismos que simbolizam liberdade, sa�de e paz.
Na Rua Direita, os tapetes levaram imagens de Jesus Cristo, do Divino Esp�rito Santo e Nossa Senhora Aparecida. Mandalas, flores. A imagem de uma mulher negra com o cabelo black power demonstrou a inten��o da festa em ser cada vez mais inclusiva. A montagem dos tapetes come�ou �s 8h do S�bado de Aleluia e seguiu at� as 5h do Domingo de P�scoa, com a participa��o de muitos volunt�rios. Um deles � um grupo de ind�genas convidados a colaborar. Trouxeram para os tapetes grafismos que simbolizam liberdade, sa�de e paz.
A tradi��o de montagem dos tapetes teve in�cio em 1733 na antiga Vila Rica. Neste ano, a Secretaria Municipal de Cultura preparou algumas novidades. As cerca de 6,5 toneladas de serragem usadas para ornamentar o trajeto foram tingidas com pigmentos naturais para n�o manchar as ruas.
Tradi��o mantida
Luzita Rita Maria, de 68 anos, acordou cedo para acompanhar a celebra��o na Igreja de Nossa do Pilar. “� uma tradi��o linda. Devido � pandemia, nos anos para tr�s, n�o teve. Agora est� recome�ando”, diz ela que vive em Ouro Preto h� 35 anos. O sentimento � de muita alegria. “Vou pedir sa�de e paz mundial”, pede em rela��o aos conflitos do mundo. Ela tamb�m agradece a gra�a de n�o ter se infectado com o novo coronav�rus.
As m�es mantiveram a tradi��o de vestir as filhas de anjos, e dezenas delas andaram pelos tapetes, acompanhando os personagens b�blicos ou, depois do cansa�o de andar por aquelas ladeiras, descansavam no colo dos pais. Alice Maria, de 7 anos, vestida de anjo, foi levada pela m�e, Edna Aparecida Silvestre, de 45, para a missa no Pilar. “Desde bebezinha, ela se veste de anjo. Ficamos dois anos sem vir devido � pandemia e, neste ano, estamos retomando. � uma emo��o muito grande, quase n�o d� para descrever”.
Ela agradece a Deus por ter atravessado toda a pandemia com sa�de. Edna aproveitou para eternizar o momento da pequena, fotografando-a pr�xima aos tapetes. “A tradi��o dos tapetes � passada de gera��o em gera��o, e simboliza a espiritualidade de todo cat�lico na nossa cidade.”
A servidora p�blica Maria Cristina Silveira Mendes Cota, de 46 anos, levou o anjo de Abrah�o, Ana Laura Mendes Cota, de 12. No novo testamento, � o anjo que impede Abrah�o de matar o pr�prio filho em um sacrif�cio para Deus. “� a primeira vez que ela � o anjo de Abrah�o, mas j� foi anjinho e outras figuras b�blicas”, conta Maria Cristina. A menina � incentivada pela av� Rita Cota, que participa da organiza��o da Semana Santa na cidade hist�rica. “� muito bonito e emocionante este momento. S� quem vive sabe”, destaca Maria Cristina.
Cristina prestou homenagem ao marido que morreu em um acidente de bicicleta em 11 de mar�o, h� pouco mais de um m�s. Ela se emocionou, j� que foi a primeira Semana Santa que passou sem o marido. “� o momento da lembran�a dele. O filho d� continuidade, interpretando S�o Miguel”, conta. Todos os anos, o educador f�sico Alexsandro Moraes vivia o Arcanjo S�o Miguel. Neste ano, o arcanjo ser� o filho Thales Martins Morais Cota, de 29. Os tr�s filhos de Alexsandro participaram da prociss�o vestidos de anjos.