
O assunto, inclusive, � debatido nesta noite em audi�ncia p�blica na Par�quia Cristo Redentor, localizada na Avenida Menelick de Carvalho, 180, na Regi�o do Barreiro, em Belo Horizonte.
Conforme a Fhemig, o retorno do atendimento na Unidade de Emerg�ncia do hospital ser� poss�vel devido aos n�meros positivos da vacina��o em Minas Gerais e � melhoria dos �ndices epidemiol�gicos relativos � pandemia. O hospital estava dedicado ao tratamento da COVID-19 nos �ltimos dois anos.
A Funda��o Hospitalar do Estado de Minas Gerais explicou que ser�o abertos, inicialmente, j� na primeira quinzena de maio, 30 leitos de enfermaria, funcionando como retaguarda para as Unidades de Pronto Atendimento (UPA's) referenciadas na Regi�o Metropolitana. A reabertura completa, retomando a "porta aberta" (demanda espont�nea), est� prevista para julho deste ano. No momento, est� em fase final a sele��o para a contrata��o de m�dicos cl�nicos que ir�o integrar a equipe da Unidade de Emerg�ncia.
Em conversa com o Estado de Minas, a diretora-executiva do Sind-Sa�de, Neuza Freitas, comentou o an�ncio feito pela Fhemig.
"Ao anunciar a abertura de 30 leitos de enfermaria, funcionando como retaguarda para as UPA's referenciadas na Regi�o Metropolitana, significa dizer que quem chegar na porta necessitando de atendimento m�dico ter� que voltar para tr�s. � apenas para quem for destinado de UPA's e n�o pode ser dessa forma. Queremos que o hospital aberto para atender a popula��o como ele sempre foi, inclusive l� dentro tem uma unidade de emerg�ncia", disse.
Ela ainda acrescentou que o hospital � caracterizado como porta aberta, ou seja, preparado para atender o p�blico em geral.
"A unidade de emerg�ncia do J�lia � porta aberta. Hospitais desse tipo s�o reconhecidos por meio de uma portaria do Minist�rio da Sa�de. S�o chamados Hospitais Porta Aberta de Emerg�ncia. Vamos supor que uma pessoa chegou l� com um infarto. Ao ser identificada a situa��o, essa pessoa deve ser encaminhada imediatamente para dentro do hospital para receber o atendimento. Da forma que eles est�o colocando n�o vai funcionar, al�m de pedir um prazo at� julho", ressaltou.
O prazo dado pela Fhemig de reabertura completa, retomando a "porta aberta" (demanda espont�nea) prevista para julho tamb�m n�o resolve. O ideal seria de imediato, segundo Neuza Freitas. Ela ainda questiona a falta de servidores, a n�o realiza��o de concurso p�blico e a defasagem de atendimento nos Centros de Terapia Intensiva do Hospital J�lia Kubitschek.
"A emerg�ncia n�o espera e n�s queremos esse atendimento j� de imediato. Outra coisa, como eles v�o explicar a quest�o do pessoal. O �ltimo concurso p�blico foi realizado em 2009. O governo est� pedindo mais dois meses para tentar resolver a vida sendo que ele n�o conseguiu solucionar nesse tempo todo. Ele esperou esvaziar o hospital para agora dizer que precisa de prazo at� julho. O CTI de 40 leitos inaugurado em 2021 s� tem 5 leitos funcionando hoje. No outro CTI, o CTI antigo de 10 leitos, s� est�o funcionando cinco. Ou seja, dos 50 leitos de CTI do hospital, apenas 10 t�m pacientes. Isso � grave demais e as pessoas n�o est�o entendendo", ponderou.
E n�o s�o apenas esses os problemas no Hospital J�lia Kubitschek, diz a diretora-executiva do Sind-Sa�de.
"Temos tamb�m um ambulat�rio de atendimento � sa�de da mulher que o governo j� determinou o fechamento e isso s� n�o aconteceu porque os m�dicos est�o fazendo revezamento para atender as demandas. Outra quest�o, as obras inacabadas que n�o se referem apenas ao bloco cir�rgico. A falta de insumos que � muito grave. Como foi feito o processo de licita��o? Nesta audi�ncia p�blica solicitamos interven��o do Tribunal de Contas, pois onde est� todo o dinheiro para ser investido no J�lia Kubitschek nesses �ltimos anos? Queremos saber onde foi investido esse dinheiro? Dizem que R$ 51 milh�es ser�o aplicados aqui, mas como? N�o temos acesso a projetos e j� cobramos a dire��o do hospital, mas n�o nos retornam. A grande verdade � que o Governo de Minas anunciou hoje algo para a popula��o imaginar. Estamos pedindo a abertura da porta de emerg�ncia do Hospital J�lia Kubitschek para atender a popula��o como um todo", concluiu.
Durante a audi�ncia p�blica, a Deputada Ana Paula Siqueira (Rede), presidente da Comiss�o de Defesa dos Direitos da Mulher, da Assembleia Legislativa de Minas (ALMG), destacou os impactos do fechamento dos setores de urg�ncia e emerg�ncia do J�lia Kubitschek.
"Neste momento de tantas vulnerabilidades n�o � hora de encerrar atendimentos, mas de garantir a presta��o do servi�o da sa�de p�blica, de fortalecer o SUS. O setor de urg�ncia havia sido fechado para atendimentos de porta aberta no in�cio da pandemia para focar na COVID, contudo, agora que n�o faz mais esses atendimentos, tamb�m n�o retoma o pronto-socorro. Segundo os servidores, em m�dia, eram atendidas 250 pessoas por dia. Isso nos d� a ideia do tamanho da desassist�ncia. Nossa cobran�a � pela retomada integral dos atendimentos e a garantia de que nenhuma ala ser� fechada. O J�lia � refer�ncia n�o para o Barreiro, regi�o super populosa, mas para toda regi�o metropolitana", disse a parlamentar.
Na audi�ncia, diversos moradores usur�rios do hospital demonstraram preocupa��o. A deputada afirmou ainda que s� em julho o hospital ir� retomar o atendimento de porta aberta � popula��o.
"Essa resposta n�o atende aos usu�rios do J�lia que precisam do pronto-socorro. Se a cada dia eram atendidas 250 pessoas, at� julho, quantas deixar�o de ser atendidas? Enquanto isso, a UPA fica sobrecarregada. Nas pr�ximas semanas iremos realizar uma visita t�cnica no hospital pela Comiss�o de Defesa dos Direitos da Mulher. Al�m da quest�o da urg�ncia, o Estado determinou o fechamento imediato do ambulat�rio da sa�de da mulher, que atende gesta��es de risco e meninas e mulheres v�timas de viol�ncia sexual", afirmou a deputada Ana Paula Siqueira.