A decis�o do Conselho Estadual de Pol�tica Ambiental (Copam) em liberar a explora��o de mineradora na Serra do Curral, em Nova Lima, no limite com Belo Horizonte, na madrugada de ontem, est� sendo duramente criticada por ativistas e manifestantes que defendem a preserva��o da serra. A decis�o, tomada sob fortes protestos de ambientalistas, � a etapa final de avalia��o t�cnica de �rg�os ambientais do estado.
A arquiteta Cl�udia Pires, ex-presidente do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB), esteve presente na reuni�o e ficou at� a decis�o final. “Fizeram uma invers�o de pauta. Primeiro, �amos nos manifestar contra a instala��o da mineradora e realizar a vota��o, mas o presidente da reuni�o inverteu e colocou outras pautas primeiro, tentando desmotivar as manifesta��es contra a libera��o da minera��o na serra. Muita gente queria falar, mas o presidente controlou a sala de forma muito autorit�ria e poucas pessoas foram ouvidas.”
A vereadora Duda Salabert (PDT) tamb�m acompanhou a reuni�o virtual e apontou irregularidades na vota��o. “As opera��es feitas pelas mineradoras no estado s�o id�nticas aos acontecimentos de ontem. S�o processos ilegais, imorais e com poder econ�mico que influencia diretamente os votos dos conselheiros, que est�o diretamente ligados ao projeto miner�rio que foi aprovado.”
Pelas redes sociais, muitas pessoas se manifestaram contra a minera��o na Serra do Curral. Mesmo com a aprova��o do Copam, Cl�udia garante que os representantes da sociedade que se manifestaram contra a libera��o da minera��o na serra n�o desistiram. “Existe uma a��o civil p�blica no Minist�rio P�blico de Minas Gerais contra a a��o. A sociedade civil e todos os p�blicos que participaram da reuni�o n�o v�o desistir por causa dessa vota��o. Vamos recorrer e lutar contra.”
Duda afirmou que uma reuni�o de emerg�ncia j� foi marcada para discutir as pr�ximas a��es. “Vamos acionar a justi�a, a fim de anular a reuni�o de ontem, j� que existem evid�ncias de irregularidades nela e vamos tamb�m tentar aprovar na c�mara uma CPI para averiguar o motivo de Belo Horizonte n�o ser consultada e o motivo de a prefeitura de BH ter se mantido em sil�ncio sobre o assunto, tanto no governo Alexandre Kalil quanto no de Fuad Noman.”
EXPLORA��O
O projeto da Tamisa prev� a instala��o do Complexo Miner�rio Serra do Taquaril (CMST) em �rea equivalente a 1.200 campos de futebol, na regi�o da fazenda Ana Cruz, pr�xima ao Pico Belo Horizonte.
O processo de explora��o tem duas etapas: na primeira, � esperada a extra��o de 31 milh�es de toneladas de min�rio ao longo de 13 anos. A segunda consiste na lavra de 3 milh�es de toneladas de itabirito fri�vel rico, com dois anos de implanta��o e nove de opera��o.
Na quarta-feira, em uma tentativa de barrar o projeto, o Minist�rio P�blico de Minas Gerais (MPMG) ajuizou a��o civil p�blica contra a mineradora e contra o munic�pio de Nova Lima. A a��o defende que o projeto da Tamisa viola as regras urban�sticas previstas no Plano Diretor de Nova Lima – legisla��o respons�vel por nortear os espa�os da cidade.
Durante a semana, ambientalistas fizeram atos e protestos contra a minera��o no local. Segundo o movimento, entre os impactos est�o a destrui��o da biodiversidade na serra, que abriga quase 40 esp�cies de plantas e animais amea�ados de extin��o; polui��o do ar causada pelas explos�es utilizadas para a extra��o do min�rio; a polui��o sonora causada pela atividade mineradora em tr�s turnos di�rios; riscos de desabamentos ampliados pelas explos�es e pela falta de vegeta��o que evita a eros�o do solo; al�m da morte de cursos d’�gua que nascem na regi�o.