(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas CASO J�LIA MORAES

M�e de jovem que morreu ap�s cirurgia pl�stica desabafa: 'N�o aceitamos'

Patr�cia Moraes deu a vers�o da fam�lia sobre as interven��es cir�rgicas em sua filha, J�lia, que acabou falecendo ap�s complica��es em uma cl�nica de BH


12/05/2022 15:46 - atualizado 12/05/2022 16:12

Patrícia Moraes, mãe de Júlia Moraes, jovem que faleceu após complicações de procedimento estético
Patr�cia Moraes, m�e de J�lia: 'Uma jovem que entra saud�vel e sai morta? N�o aceitamos' (foto: Luciano Vidal/DeFato)

No dia 23 de abril, a fam�lia de J�lia Moraes Ferro, de 29 anos, anunciou seu falecimento ap�s complica��es durante uma cirurgia pl�stica. Natural de Jo�o Monlevade, a jovem havia se submetido a interven��es est�ticas de lipoaspira��o e implanta��o de pr�teses de silicone em uma cl�nica particular de Belo Horizonte.

Agora, ap�s um tempo de reclus�o e sil�ncio, Patr�cia Carneiro de Moraes, m�e de J�lia, decidiu contar o que aconteceu. Ela recebeu o portal DeFato e revelou novas informa��es sobre o caso. Na entrevista exclusiva, realizada na �ltima quinta-feira (5), ela falou sobre a perda da filha e busca por justi�a. “Eu quero esclarecer esse caso! Eu n�o vou me calar!”.

Patr�cia tamb�m lembrou a conviv�ncia com a filha e a amizade entre elas, narrou o que aconteceu no dia da cirurgia e depois, e desmentiu as declara��es feitas pelo m�dico e pela cl�nica. Confira alguns destaques do depoimento:



Sonho de adolescente


Demonstrando-se forte depois da perda da filha, Patr�cia contou que o sonho de J�lia, desde jovem, era colocar pr�teses de silicone nos seios. Segundo a m�e, ela estava muito animada com essa oportunidade.

“Uma das realiza��es pessoais da minha filha era fazer essa cirurgia est�tica. J�lia sempre foi muito vaidosa, gostava de cuidar de si e da beleza dela. Desde adolescente j� falava comigo que queria colocar silicone. Agora, com independ�ncia financeira, era o momento oportuno para ela”, ressalta.

J�lia programou as f�rias dela para fazer o procedimento. Ela era saud�vel e passou, com �xito, por todos os exames pr�-operat�rios necess�rios. O valor cobrado pela cl�nica de cirurgia pl�stica foi de R$ 22 mil. Patr�cia tamb�m disse que uma lipoaspira��o foi inclu�da no procedimento.

“Se eu soubesse da lipo eu n�o tinha aprovado, acho muito perigoso. Ela n�o tinha gordura quase nenhuma, era esbelta, n�o precisava daquilo. Eu n�o sabia disso, em nenhum momento me contou. Acredito inclusive que pode ter sido uma proposta de �ltima hora feita pela cl�nica para que ela fizesse a lipo. J�lia sempre me conta tudo, n�o havia porque esconder a lipo”.

Júlia Moraes, de 29 anos, faleceu após complicações de cirurgia
J�lia Moraes, de 29 anos, faleceu ap�s complica��es de cirurgia (foto: Reprodu��o / Instagram)


Dia do procedimento


A m�e relatou que foram cerca de 6 horas de cirurgia na cl�nica de est�tica. E que, logo ap�s, J�lia precisou ser conduzida com urg�ncia para o Centro de Terapia Intensiva (CTI) do hospital Mater Dei. No local, a paciente ficou internada at� o dia 13 de abril, quando foi transferida para o hospital da Unimed, por decis�o da fam�lia, onde tinha plano de sa�de.

“Os m�dicos me falaram que o quadro dela era irrevers�vel. Me falaram que, se ela sobrevivesse, iria vegetar. (...) No dia 23 de abril, J�lia teve morte encef�lica ap�s uma parada cardiorrespirat�ria. Eu acredito que ela possa ter morrido na mesa de cirurgia da cl�nica de est�tica. � isso que tira a nossa paz, eu quero e vou esclarecer tudo. Uma jovem que entra saud�vel e sai morta? N�o aceitamos”, desabafa a m�e.

Controv�rsias


Segundo Patr�cia, J�lia deu entrada na cl�nica acompanhada de uma tia que foi impedida de ficar no local. De acordo com ela, a equipe m�dica disse que J�lia n�o queria que a acompanhante entrasse no quarto para n�o v�-la com os machucados da cirurgia. A m�e contestou. "� mentira! Eu conhe�o a minha filha e ela jamais ia impedir que a tia entrasse", ressalta.

Em nota oficial, a advogada da cl�nica disse que "(...) como j� � da nossa rotina de cuidados, esclarecemos que toda assist�ncia � Julia foi prestada, tanto nos momentos pr� e p�s-operat�rios, quanto no decorrer do procedimento".

Patr�cia rebateu a informa��o e garantiu que nenhuma assist�ncia foi prestada � fam�lia em momento algum.

“Eu desminto ele [o m�dico] na m�dia. Ele n�o me procurou, n�o procurou o pai da J�lia. Ele ia l� no hospital para falar que estava fazendo o papel dele, mas n�o arcou com nada. A despesa de R$ 100 mil est� l� para pagar. A gente conseguiu pagar uma parte, de R$ 56 mil. Ele nem sequer perguntou se precisava de ajuda, nem ofereceu para pagar. E falou que deu assist�ncia para a fam�lia. Isso � mentira! (...) Eu nunca encontrei com ele no hospital. Eu conheci ele por foto que me mandaram. Ele tinha a obriga��o de me dar uma satisfa��o. Ele pegou minha filha saud�vel e me entregou do jeito que foi...”.

Doa��o de �rg�os


A decis�o da fam�lia foi doar os �rg�os de J�lia. Como ela era muito saud�vel, foi poss�vel doar todos os �rg�os. Segundo a m�e, meses atr�s elas tinham tido uma conversa relacionada ao assunto.

“J�lia, que nunca ficou doente, conversou comigo sobre o que ela gostaria que eu fizesse quando ela partisse. Ela disse que n�o queria vel�rio, n�o queria ficar numa cama de hospital e gostaria que eu doasse todos os seus �rg�os”.

Patr�cia explicou que os seus �rg�os doados salvaram muitas e muitas vidas. “O cora��o lindo dela j� bate em outra pessoa. Eu tenho imensa vontade de conhecer as pessoas que receberam os �rg�os dela. Inclusive, � uma iniciativa que merece ser divulgada para que mais pessoas possam ter tamb�m essa sensibilidade e salvar vidas”.

Notas oficiais


A equipe da DeFato entrou em contato com a Unimed para saber sobre os procedimentos realizados durante a interna��o de J�lia, e recebemos a seguinte nota:

“A Unimed-BH informa que a paciente veio transferida de outra Unidade Hospitalar, que n�o faz parte da rede Unimed. Desde a sua entrada no Hospital, recebeu todo o acompanhamento e estrutura necess�rios de acordo com o seu estado de sa�de. A cooperativa esclarece ainda que, por quest�o de preserva��o e sigilo m�dico, n�o divulga informa��es sobre o quadro cl�nico nem a causa da morte dos seus pacientes”.

O hospital Mater Dei tamb�m foi procurado e questionado sobre os processos que a paciente foi submetida de forma urgente e respondeu � nossa equipe que “Infelizmente n�o falamos sobre os pacientes”.

J� a cl�nica respons�vel pela cirurgia pl�stica realizada em J�lia divulgou uma nota oficial no Instagram, por meio da advogada B�rbara Abreu.

"A Cl�nica se solidariza com os familiares de J�lia Moraes Ferro e somos a principal interessada no esclarecimento de todos os fatos. A vida e bem-estar das nossas pacientes � prioridade e jamais estivemos diante de tamanha fatalidade.

Em casos como este, a parte m�dica fica em posi��o de extrema vulnerabilidade para demonstrar publicamente a verdade, tendo em vista que para comprovar a correta conduta seria necess�rio publicar dados, fornecer prontu�rio e exames da paciente, o que somos vedados em raz�o do sigilo m�dico.

Como j� � da nossa rotina de cuidados, esclarecemos que toda assist�ncia � Julia foi prestada, tanto nos momentos pr� e p�s-operat�rios, quanto no decorrer do procedimento. J�lia apresentou exames que comprovaram plenas condi��es para a realiza��o da cirurgia e foi informada quanto aos riscos que todo procedimento m�dico invasivo apresenta.

Durante e ap�s a cirurgia, a paciente foi o tempo todo assistida pela equipe m�dica composta, inclusive, por m�dica anestesista que esteve integralmente ao lado da paciente. O prontu�rio de J�lia foi entregue imediatamente no ato da solicita��o feito pela fam�lia.

O cirurgi�o respons�vel pelo procedimento � habilitado, tendo cumprido todas as etapas de forma��o e possui Registro junto ao Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (CRM MG) e t�tulo de especialista em Cirurgia Pl�stica.

At� o momento, n�o h� nenhum ind�cio de m� conduta m�dica.

Aguardamos a conclus�o do laudo necropicial do Instituto M�dico Legal para novos posicionamentos. A Cl�nica e seus profissionais continuam � inteira disposi��o para maiores esclarecimentos.

Belo Horizonte, 28 de abril de 2022.

B�rbara Abreu

Advogada da cl�nica

A equipe da DeFato segue acompanhando o caso. Ap�s os laudos divulgados pelo Instituto M�dico Legal (IML), previstos para serem divulgados no fim do m�s, e o andamento da investiga��o policial, novas apura��es ser�o realizadas.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)