
"A gente se esquenta � noite. Dormimos juntos em cima do carrinho. Uso o papel�o e uma manta para cobrir e tentar esquentar", conta. Apesar de ter familiares na cidade, ele diz que prefere ficar na rua. "Tenho duas irm�s. N�o posso ficar na casa delas, por causa dos meus cachorros", conta.
Mesmo passando por dificuldades, ele se preocupa mesmo � com os cachorros e faz o poss�vel para proporcionar a eles um pouco de conforto nesse frio. "Comprei roupa para todos eles. S� um deles que n�o aceitou e me mordeu, quando tentei vestir", disse.
Atencioso, ele mostra o cart�o de vacina dos animais e ainda completa: "todos eles s�o castrados. Tenho aqui a ra��o deles", aponta ele, que costuma dormir na Pra�a Sete, na esquina com a Rua Rio de Janeiro.
As baixas temperaturas t�m afetado em cheio as pessoas em situa��o de rua na capital mineira. Al�m das mantas, quem n�o tem barraca usa papel�o e lonas de pl�stico para tentar barrar o frio cortante das madrugadas.
Cobertores, mochilas e sacolas fazem a vez de travesseiros para Anderson Rafael Lemes Ferreira, de 38 anos. "Eu tenho que improvisar, durmo em qualquer lugar. O que achar para cobrir do frio j� serve", comenta. "Tem pessoas que passam e doam sopa, e a gente vai se esquentando. Mas quando est� ventando e chovendo, a gente sofre muito", afirma.
A prefeitura de Belo Horizonte (PBH) informou que refor�ou as estrat�gias de prote��o da popula��o em situa��o de rua. Nesse per�odo, ser� adotado um plano de conting�ncia que utilizar� a estrutura do Centro de Opera��es (COP) do munic�pio. As equipes tamb�m refor�ar�o o encaminhamento �s unidades de atendimento e entrega de cobertores.
