
O Minist�rio da Sa�de informou que o n�mero de casos suspeitos de hepatite misteriosa no Brasil subiu para 58. A maior parte foi observada no estado de S�o Paulo, onde 23 crian�as est�o sendo acompanhadas. A nova cepa da doen�a tamb�m atinge Minas Gerais, com 8 casos, sendo dois em Belo Horizonte.
Os demais casos foram registardos no Rio Grande do Sul (5), Pernambuco (4), Rio de Janeiro (4), Mato Grosso do Sul (3), Santa Catarina (3), Paran� (2), Esp�rito Santo (2), Goi�s (2), Rio Grande do Norte (1) e Maranh�o (1).
No total, foram notificados 70 casos ao minist�rio, mas 12 foram descartados. Os demais diagn�sticos ainda n�o foram confirmados. As infec��es est�o sendo monitoradas por uma Sala de Situa��o, criada pela pasta para apoiar as investiga��es e o levantamento de evid�ncias para identificar as poss�veis causas. O mecanismo conta com a participa��o de t�cnicos do Minist�rio da Sa�de, da Organiza��o Pan-Americana da Sa�de (Opas) e outros especialistas.
“Al�m do monitoramento, a medida vai padronizar as informa��es e orientar os fluxos de notifica��o e investiga��o dos casos para todas as secretarias estaduais e municipais de sa�de, bem como para os Laborat�rios Centrais. Cabe ressaltar que o aumento de casos notificados � esperado e n�o significa agravamento da situa��o, e sim de maior sensibilidade da rede de sa�de em raz�o da cria��o da sala e da padroniza��o do fluxo e da ficha de notifica��es”, informou o �rg�o, por meio de nota.
A pasta orienta aos profissionais de sa�de e da Rede Nacional de Vigil�ncia, Alerta e Resposta �s Emerg�ncias em Sa�de P�blica do Sistema �nico de Sa�de (VigiAR-SUS) que suspeitas sejam notificadas imediatamente.
Poss�veis causas
Uma das hip�teses � de que a doen�a tenha a ver com o Adenov�rus 41, causador de resfriado, que foi encontrado em 2⁄3 das crian�as. Vale lembrar que a OMS j� descartou a rela��o dos casos com a vacina��o contra covid-19, j� que a maior parte dos afetados n�o foi imunizada.
“A gente est� ainda sem entender esses casos de hepatite. O comum entre todos s�o as crian�as, com uma apresenta��o cl�nica parecida com as hepatites normais. O que chama aten��o � a progress�o para a gravidade”, avalia Renato Kfouri, presidente do Departamento de Imuniza��es da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
Nas hepatites habituais, os quadros raramente evoluem para a forma fulminante, que causa insufici�ncia hep�tica e necessidade de transplante. “Nesses casos reportados, at� 10% das crian�as evoluem para transplante. � uma doen�a que tem um perfil de gravidade, e se desconhece a causa”, pondera Kfouri.
Fila dos transplantes
Na vis�o da infectologista Ana Helena Germoglio, a situa��o pode se tornar preocupante caso a incid�ncia da doen�a continue aumentando, “porque a maioria evoluiu para a hepatite fulminante, que � aquela que precisa de transplante hep�tico”.
A especialista lembra que a situa��o dos transplantes no Brasil est� longe de ser a ideal. “E esse tipo de paciente, quando acontece esse tipo de hepatite aguda, tem prioridade na fila dos transplantes. Ent�o, vai prejudicar n�o apenas esses pacientes, mas tamb�m outros que est�o na fila.”
*Estagi�ria sob a supervis�o de Andreia Castro