
Ap�s os registros de uma s�rie de tremores de terra em pouco mais de 30 dias, a Defesa Civil e a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econ�mico e Turismo (Semadetur) de Sete Lagoas, na Regi�o Central do estado, solicitou coopera��o para estudos e informa��es a respeito dos abalos s�smicos no munic�pio.
O of�cio foi endere�ado ao chefe do Observat�rio Sismol�gico da Universidade de Bras�lia (UnB), o pesquisador Marcelo Peres Rocha, e aos professores Marcelo Bianchi, Marcelo Assun��o e Jos� Roberto, do Centro de Sismologia da Universidade de S�o Paulo (USP).
"Esta solicita��o � no sentido de que fa�amos um estudo mais aprofundado e tenhamos aqui uma central de monitoramento remoto para buscarmos a verdade sobre o que est� acontecendo e tamb�m, para que nos programamos, junto com a popula��o, para poss�veis ondas de abalos", afirma o secret�rio municipal de Meio Ambiente, Edmundo Diniz.
Paralelamente, a Defesa Civil do Estado de Minas Gerais tamb�m solicitou estudo � Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), em rela��o aos seguidos tremores de terra. O �rg�o estadual ficou de emitir um relat�rio preliminar da situa��o geol�gica do munic�pio.
Segundo Edmundo Diniz, o primeiro tremor j� foi identificado e ocorreu por causa de um rompimento de uma caverna subterr�nea, abalando outras cidades como Curvelo e Prudente de Morais, tamb�m na regi�o Central de Minas.
O secret�rio esclarece ainda que a prefeitura est� buscando junto �s maiores universidades do pa�s, que t�m expertise no assunto, a certeza do que vem ocorrendo e tamb�m a solu��o.
"Estas universidades nos dar�o suporte para as melhores decis�es do ponto de vista cient�fico. Sete Lagoas est� montando uma for�a tarefa com as universidades federais locais, Embrapa e professores de Geologia, e em breve, com a USP e a UnB, para anunciarmos a motiva��o dos abalos s�smicos e as eventuais solu��es que tomaremos em um curto espa�o de tempo", complementa o secret�rio.
Hist�rido dos tremores de terra
Segundo a Defesa Civil municipal, at� o momento nenhuma ocorr�ncia de deslizamentos, desabamentos, rachaduras ou mesmo trincas em casas foi identificada. A prefeitura afirma que a grande maioria dos relatos, em pelo menos 50 bairros da cidade, giram em torno de um estrondo, seguido de um r�pido tremor.
O primeiro deles ocorreu em 29 de abril, uma sexta-feira � noite. O segundo incidente foi em 16 de maio, uma segunda � noite, e o terceiro, novamente, numa sexta-feira, 20 de maio, tamb�m � noite. No �ltimo domingo, 29 de maio, novamente um estrondo, seguido de r�pido tremor, tamb�m noturno. J� no fim da manh� dessa segunda-feira (30/5), alguns moradores da cidade relataram o fen�meno.
A Rede Sismogr�fica Brasileira e o Centro de Sismologia da USP registraram os tremores dessa semana, pelo menos dois em menos de 24 horas. O primeiro sismo ocorreu �s 18h55 de domingo e chegou a apenas 1,7 graus na escala Richter. J� na segunda, outro tremor foi registrado, �s 11h, e alcan�ou 2,1 graus.
O primeiro tremor do ano, do dia 29 de abril, teve magnitude 3. J� em 16 e 20 de maio, os tremores tiveram magnitude de 2,6. A escala Richter vai at� 10.
O professor Marcelo Peres Rocha, chefe do Observat�rio Sismol�gico da UnB, afirma que as causas dos eventos que ocorrem no Brasil normalmente "est�o relacionadas a al�vio de tens�es tect�nicas acumuladas, que atingem o limite de ruptura das rochas em determinadas regi�es, em geral, onde existem falhas geol�gicas pr�-existentes".
A cidade de Sete Lagoas est� localizada em uma regi�o c�rstica, caracterizada por seu relevo com dissolu��o/corros�o de rochas, formando uma s�rie de fei��es como cavernas, grutas, lapas, abrigos, dolinas, rios subterr�neos, pared�es rochosos, lapi�s, entre outros. E segundo a prefeitura, essa caracter�stica facilita a capta��o de �guas subterr�neas, principal fonte de abastecimento da cidade por d�cadas, e que leva a tremores ocasionais, que podem ser de baixa ou de alta intensidade.
Assist�ncia aos moradores
De acordo com o comandante Andrade, da Guarda Civil Municipal e tamb�m coordenador da Defesa Civil do Munic�pio, v�rias visitas est�o sendo feitas aos bairros com maiores queixas de tremores para colher informa��es junto aos moradores.
"S�o abalos de baixa magnitude, por enquanto n�o h� motivo para entrar em p�nico. A quest�o � a grande frequ�ncia com que esses sismos v�m ocorrendo, mas ainda � muito prematuro associar isso � a��o de alguma empresa. Assim que tivermos not�cias, estaremos informando", afirma o coordenador.
O comandante ainda d� dicas aos moradores em caso de novos tremores.
"Ap�s algum abalo, verifique as estruturas da resid�ncia, se h� trincas, se h� alguma dificuldade em abrir e fechar as portas e, em caso de notar alguma diferen�a, fa�a contato imediatamente com a Defesa Civil do Munic�pio pelo telefone 153", complementa.