Vista externa do BH Shopping, onde ocorreu o assalto que mobilizou seguran�as (foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press - 8/5/22
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Assalto a uma joalheria que rendeu momentos de p�nico no BH Shopping e um grande preju�zo � loja completa um m�s hoje. O crime, ocorrido em 7 de maio, v�spera do Dia das M�es, gerou grande repercuss�o e levanta d�vidas sobre a seguran�a no com�rcio perto de datas de grande movimento, como o Dia dos Namorados, 12 de junho, que se avizinha. At� o momento, os nove suspeitos de participa��o no assalto � joalheria continuam foragidos. A Pol�cia Civil informa que segue trabalhando na tentativa de identific�-los, mas que n�o divulga detalhes sobre o andamento do processo para n�o atrapalhar a investiga��o. Entre lojistas que atuam nos shoppings de BH h� uma percep��o de que, de l� pra c�, a vigil�ncia foi refor�ada. Para especialista ouvido pelo Estado de Minas, o alerta de seguran�a gerado pelo roubo e a quebra do elemento surpresa tornam mais remota a possibilidade uma investida semelhante no momento.
Advogado criminalista e pesquisador em seguran�a p�blica, Jorge Tassi avalia que o ritmo da investiga��o do assalto ao BH Shopping est� dentro do esperado. Segundo ele, ap�s crimes de grandes propor��es e como��o p�blica, os suspeitos ficam isolados por um certo per�odo e n�o era esperado que eles fossem encontrados j� no primeiro m�s de trabalho dos investigadores.
Embora o grande movimento para compras no Dia das M�es tenha sido apontado como fator estrat�gico no planejamento do crime, ele considera improv�vel que outro assalto aconte�a nos shoppings da capital mineira em fun��o do Dia dos Namorados. “Tem uma quest�o muito importante para esse tipo de crime, que � o elemento surpresa. A gente pode at� pensar em outro shopping, mas agora existe toda uma aten��o para esse momento, e isso atrapalha o sucesso de uma a��o criminosa”, avalia.
Entre os lojistas dos shoppings de BH, h� uma percep��o de que a seguran�a foi refor�ada desde o assalto em maio. Segundo o superintendente da Associa��o dos Lojistas de Shoppings Centers de Minas Gerais (Aloshopping), Alexandre Dolabella, os shoppings “est�o se refor�ando, mais atentos a essa situa��o, especialmente no grupo Multiplan, mas nada excepcional. Os lojistas entendem que aquele assalto foi um ponto fora da curva, que a seguran�a � boa”, aponta, se referindo � empresa que administra o Diamond Mall, P�tio Savassi e o BH Shopping, todos na Regi�o Centro-Sul da capital.
Pouco menos de duas semanas ap�s o crime no BH Shopping, uma joalheria no Ita� Power Shopping, em Contagem, tamb�m foi assaltada. No entanto, os crimes tiveram propor��es diferentes. Na ocorr�ncia do It�u, apenas um homem levou os bens da loja. “Quando determinado crime gera uma como��o, outros (criminosos) acabam replicando a a��o. Nesse caso, embora os dois tenham sido assaltos, um foi muito e o outro pouco estruturado”, compara.
Al�m dissso, muitos fatores s�o levados em conta no planejamento de um crime de grande porte, acrescenta. “Existe um mercado de recepta��o que j� estava contando com os bens roubados, � um crime por encomenda. Assaltantes n�o se mobilizam para um crime assim sem a certeza de que v�o vender. � um mercado muito espec�fico, s�o rel�gios muito caros, e a a��o envolve contatos para conseguir os carros para a fuga e as armas, que muitas vezes s�o alugadas”, analisa. No assalto ao BH Shopping, os bandidos levaram joias e 13 rel�gios da marca Rolex. De acordo com a Pol�cia Civil, havia itens avaliados em mais de R$ 100 mil.
Policiais na v�spera do Dia dos M�es: nenhum dos nove suspeitos foi preso (foto: Reprodu��o Twitter - 7/5/22)
DILEMA
O especialista acredita que os shoppings refor�aram a seguran�a ap�s o assalto � joalheria e que a aten��o foi ampliada para todas as datas. No entanto, os estabelecimentos tomam um cuidado especial para que essas medidas de seguran�a n�o sejam ostensivas a ponto de afetar o bem-estar dos clientes. ¨”Excesso de seguran�a passa ao usu�rio sensa��o de inseguran�a. Aquela sensa��o de que h� algo errado acontecendo que voc� sente quando v� muitas viaturas da pol�cia na rua, por exemplo”, diz.
Otimismo no com�rcio
Os comerciantes est�o confiantes no poder de alavancagem das vendas do Dia dos Namorados. Na capital mineira, pesquisa divulgada pela C�mara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) aponta que os casais devem gastar, em m�dia, R$ 200 com presentes. O valor � 42% mais alto do que a m�dia do ano passado. A Associa��o Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) tamb�m divulgou pesquisa com as expectativas do setor para a data. Segundo o levantamento da entidade, o valor m�dio gasto deve ser superior a R$ 214, aumento de 5,4% em compara��o com 2021. De acordo com a pesquisa, 75% dos empreendedores esperam que o fluxo de visitantes seja igual ou maior ao de igual data de 2019, ano anterior � chegada da pandemia de COVID-19. Homens demonstram mais interesse pela compra de presentes nos segmentos de perfumaria e cosm�ticos (95%), joalheria (80%) e vestu�rio (79%). J� o p�blico feminino deve buscar itens de vestu�rio (95%), artigos esportivos (68%) e cal�ados (68%).