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Estado de Minas SA�DE

Na crise de sa�de, faltam rem�dios. Saiba o que est� mais dif�cil encontrar

Medicamentos como antibi�ticos, antigripais e anti-inflamat�rios est�o em falta em farm�cias e at� no SUS. Prefeitos alertam minist�rio


08/06/2022 04:00 - atualizado 08/06/2022 06:35

Belo Horizonte - MG. Farmacêutico Carlos Eduardo de Souza fala sobre falta de medicamentos
Carlos Eduardo de Souza diz que procura por medicamentos aumentou depois da libera��o do uso de m�scaras. Caroline Oliveira relata desespero de pais que n�o acham rem�dios (foto: T�lio Santos/EM/D.a press)

 

Em um cen�rio no qual a chegada do frio e a proximidade do inverno fazem disparar os casos de doen�as respirat�rias, encontrar medicamentos como antibi�ticos e antigripais vem se tornando um desafio para parte dos pacientes, j� que h� falta de rem�dios tanto em farm�cias quanto no Sistema �nico de Sa�de (SUS). A preocupa��o com o risco de desabastecimento j� fez inclusive com que a Frente Nacional de Prefeitos (FNP) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Sa�de (Conasems) encaminhassem of�cio ao ministro da Sa�de, Marcelo Queiroga, em 30 de maio, alertando para a situa��o.

 

“O desabastecimento nas redes p�blica e privada j� alcan�a diferentes estados brasileiros. H� falta de antibi�ticos, antit�rmicos, xaropes e antigripais, entre outros essenciais, o que representa um grave risco para a sa�de da popula��o”, diz trecho do documento. Em Belo Horizonte, a Secretaria Municipal de Sa�de admite desabastecimento de pelo menos quatro medicamentos nos postos de sa�de, entre antibi�ticos e anti-inflamat�rios. J� o Conselho Regional de Farm�cia orienta que os pacientes pe�am aos m�dicos mais de uma op��o de f�rmaco, al�m de indicar o gen�rico, para facilitar a busca.

 

O que a rede SUS constata e preocupa a frente de prefeitos j� chegou tamb�m ao balc�o das farm�cias e, por extens�o, aos pacientes que chegam com a receita em m�os. O farmac�utico Carlos Eduardo de Souza, que trabalha em uma drogaria no Bairro Gutierrez, Regi�o Oeste de BH, conta que h� medicamentos em falta e que as distribuidoras t�m limitado pedidos, al�m de os pre�os terem subido. “A situa��o dos antigripais est� se normalizando, j� os antibi�ticos t�m faltado muito. Amoxicilinas com clavulanato s�o raridade; a azitromicina de uso pedi�trico n�o tem tamb�m.”

 

Segundo o farmac�utico, esses produtos est�o em falta h� dois meses. “At� consegui comprar alguns na semana passada. Hoje recebi o e-mail de uma distribuidora oferecendo 12 por CNPJ, mas quando fui pedir, j� havia acabado.” Carlos Eduardo observou tamb�m que a procura pelos medicamentos tem sido maior ap�s a flexibiliza��o do uso das m�scaras. “Elas protegem n�o s� contra a COVID-19, mas tamb�m contra gripe e at� infec��es bacterianas.” O farmac�utico ressalta que, este ano, a demanda cresceu muito em rela��o ao mesmo per�odo do ano passado.

 

Fornecedores apontam que a falta de insumos � a raz�o para o desabastecimento, afirma. “V�o desde o princ�pio ativo a outros componentes na produ��o dos rem�dios, passando por frascos, recipientes e at� o alum�nio, segundo eles. Algumas s�o bombinhas pressurizadas de medicamentos para asma, por exemplo.” E a escassez n�o se limita aos antibi�ticos e antigripais: “Alguns viraram raridade, como os de uso cont�nuo e controlado. Medicamentos hipertensivos, diur�ticos, s�o v�rios... A falta cr�nica na drogaria hoje � grande”, reclama.

 

Belo Horizonte - MG. Farmacêutica Caroline Oliveira fala sobre falta de medicamentos
(foto: T�lio Santos/EM/D.a press)
 

 

PEREGRINA��O A escassez no estoque das farm�cias se reflete do outro lado do balc�o. A dentista Roberta Giordani, de 47 anos, por exemplo, enfrentou dificuldade de encontrar antibi�tico para o filho, depois de levar o casal de g�meos ao m�dico. Ela explica que para a filha conseguiu encontrar com facilidade, j� para o menino enfrentou busca maior. “Estou desde ontem procurando. Liguei para tr�s farm�cias e fui em duas. Nenhuma tinha, nem previs�o de chegar. Perguntei o motivo e disseram que era falta de mat�ria-prima.”

 

Em outra farm�cia do Bairro Jardim Am�rica, tamb�m na Regi�o Oeste de BH, antibi�ticos e antigripais da mesma forma sumiram das prateleiras. A farmac�utica Caroline Oliveira conta que a falta dos produtos vem ocorrendo h� mais tempo. “Com a chegada do inverno, como s�o medicamentos que t�m uma venda maior, vemos a falta de amoxicilina, azitromicina, al�m de xaropes para crian�as. J� a procura por antigripais tem aumentado nas �ltimas semanas.”

 

Sem previs�o de normaliza��o, a farmac�utica relata o desespero dos clientes. “Ficamos no escuro e vemos o paciente/cliente desesperado atr�s de rem�dios para os filhos. Est� t�o dif�cil para a gente dispensar (clientes) por falta de rem�dio quanto para a classe farmac�utica, porque n�o tem o que fazer.”

 

 

Desabastecimento em centros de sa�de

 

Na rede p�blica de sa�de, a escassez encontrada em farm�cias da capital se repete. A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) informou, por meio de nota, que dos 26 medicamentos dispon�veis nos centros de sa�de para tratar doen�as respirat�rias e sintomas gripais, entre analg�sicos, antipir�ticos, anti-inflamat�rios, antivirais e antimicrobianos, quatro est�o com estoques desabastecidos e a reposi��o est� atrasada.

 

Faltam azitromicina 40mg/ml (suspens�o oral), amoxicilina 50mg + �cido clavul�nico 12,5mg/ml (suspens�o oral), amoxicilina 500mg �cido clavul�nico 125mg (comprimido revestido) e prednisona fosfato s�dico 3mg/ml (solu��o oral). A secretaria afirma que “os pedidos de compra desses medicamentos j� foram feitos junto aos fornecedores, mas a entrega est� em atraso. � importante esclarecer que o contato com os fornecedores � constante para manter o abastecimento dos estoques sempre em dia.”

 

A pasta orienta que, em caso de desabastecimento de algum medicamento, os pacientes procurem as equipes de Sa�de da Fam�lia para que seja reavaliada a prescri��o e a possibilidade de indica��o de outro rem�dio.

 

CONSELHO A assessora t�cnica do Conselho Regional de Farm�cia de Minas Gerais (CRF/MG), D�bora Lacorte, explica que, para minimizar a falta de medicamentos, a orienta��o � fazer busca ativa e conversar com o profissional de sa�de. “Na hora da consulta, a recomenda��o � que o m�dico prescreva mais de um medicamento, para que o paciente consiga buscar. O paciente tamb�m deve pedir orienta��o para a prescri��o da base do gen�rico.”

 

Isso possibilita que o farmac�utico fa�a a troca de medicamento, conforme a legisla��o. “Com isso, o paciente tem mais op��es. Deve procurar tamb�m a farm�cia que ele tem mais costume, com o farmac�utico com quem tem mais contato, para uma orienta��o mais direta.”

 

A assessora t�cnica reitera que um dos fatores para explicar o desabastecimento � a falta de princ�pio ativo, que � importado. “� uma tend�ncia nacional e quando falta princ�pio ativo, a produ��o cai. Nesta �poca do ano, os antibi�ticos associados com corticoides, muito utilizados no processo al�rgico, t�m ainda uma alta demanda, por causa do frio e tamb�m de crises de alergia, gripe e at� COVID-19.”

 

Belo Horizonte - MG. Fila para pegar medicamentos no programa Farmácia de Minas, na Avenida do Contorno, 8495
No Farm�cia de Minas, queixa de pacientes � pela espera, que � frequente (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press )
 

Espera cr�nica no Farm�cia de Minas

 

Se pacientes v�m enfrentando dificuldade aguda para obter medicamentos em postos de sa�de e drogarias, h� quem encare problemas cr�nicos para ter acesso a eles. � o que indica a fila vista com frequ�ncia na unidade do programa Farm�cia de Minas, na Avenida do Contorno, 8.495, Bairro Santo Agostinho, Centro-Sul de Belo Horizonte. Na manh� de ontem, a equipe do Estado de Minas registrou uma longa fila de pessoas esperando por atendimento.

 

A reclama��o sobre a demora tamb�m � frequente. A t�cnica de enfermagem Ilda da Silva, de 77 anos, disse que chegou a passar mal enquanto esperava para retirar uma bombinha para tratar asma e bronquite. Apesar do contratempo, conseguiu sair de l� com o produto. “Quando recebo duas, como foi desta vez, eu venho de dois em dois meses. Mas quando me d�o uma, preciso vir todo m�s”, disse, depois de passar duas horas na fila. Em outras ocasi�es, j� saiu de l� sem o medicamento, o que � caro. “Eu n�o tenho condi��es de comprar. Essa bombinha custa R$ 980.”

 

A Secretaria de Estado de Sa�de de Minas Gerais (SES-MG) foi procurada para comentar a situa��o no Farm�cia de Minas e se manifestar sobre poss�vel falta de medicamentos na rede estadual, mas, em nota, informou que a �rea t�cnica n�o teria tempo h�bil para dar informa��es. 


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