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Estado de Minas PATRIM�NIO

Cidade mineira recebe templo do s�culo 18 restaurado

Distrito em Belo Vale celebra no domingo a entrega da restaura��o da Capela Nossa Senhora da Boa Morte, tesouro na regi�o da Serra da Moeda


10/06/2022 04:00 - atualizado 10/06/2022 06:54

Fachada da Capela Nossa Senhora da Boa Morte após término da restauração, em Belo Vale, na Região Central de Minas Gerais
Fachada da capela tricenten�ria, que � considerada tesouro da comunidade quilombola de um dos n�cleos mais antigos da regi�o da Serra da Moeda (foto: Marlon Mota/Memorial da Arquidiocese de BH/Divulga��o)

 

O domingo ser� de festa em Belo Vale, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, para celebrar o t�rmino da restaura��o da Capela Nossa Senhora da Boa Morte, joia do s�culo 18 localizada no distrito de Boa Morte. Na programa��o de entrega do templo � comunidade, est� prevista missa �s 10h, celebrada pelo titular da Par�quia S�o Gon�alo, padre Wellington El�dio Nazar� Faria.

 

A comemora��o inclui carreata pelo distrito, para levar ao templo seis imagens tamb�m restauradas, incluindo a da padroeira daquele que � um dos n�cleos populacionais mais antigos da Serra da Moeda. No acervo, est�o Nossa Senhora do Carmo, Santa Efig�nia, S�o Sebasti�o, S�o Benedito e Santo Ant�nio, homenageado em v�rias cidades de Minas no dia seguinte, 13 de junho.

 

Belo Vale - MG. Restauração da Capela Nossa Senhora da Boa Morte, na Comunidade de Boa Morte, em Belo Vale
Com estragos acumulados pelas intemp�ries ao longo dos anos, capela exigiu um ano de trabalhos... (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press - 22/2/22 )

 

“� um momento importante para a comunidade, que sempre defendeu seu patrim�nio religioso e hist�rico. Est�o todos muito animados para a acolhida �s imagens e o cortejo de celebra��o do final do restauro. Temos, agora, mais duas obras em restaura��o, que s�o a Capela de Santana, com previs�o de t�rmino em setembro, e a Matriz de S�o Gon�alo, com previs�o este m�s de in�cio dos altares colaterais e do arco-cruzeiro, para conclus�o de todo o servi�o ainda este ano”, disse, ontem, o padre Wellington.

 

QUILOMBOLA

 

Tradi��es, ancestralidade e hist�ria se unem no distrito de Boa Morte, onde a comunidade quilombola, reconhecida pela Funda��o Palmares em 2007, tem na capela dedicada a Nossa Senhora da Boa Morte um dos seus maiores tesouros. Erguido antes de 1731, o templo, situado a seis quil�metros do Centro do munic�pio, demandou um ano de obras, a cargo do Grupo Oficina de Restauro, com acompanhamento do Memorial da Arquidiocese de Belo Horizonte, coordenado por Goretti Gabrich.

 

O restaurador Adriano Ramos, respons�vel pelo trabalho no interior da constru��o, ap�s contrato firmado pelo Grupo Oficina de Restauro com a Arquidiocese de BH, explicou que os estragos eram enormes, tanto que o forro da capela-mor perdeu a pintura devido � entrada de �gua da chuva, durante muitos anos. “As pinturas originais se perderam, sendo mantida a aplicada na primeira reforma da decora��o interna.”

 

Belo Vale - MG. Término das obras de restauração da Capela Nossa Senhora da Boa Morte, em Belo Vale, na Região Central de Minas Gerais
...que resultaram em brilho renovado para o templo de 1731, com destaque para o altar-mor (foto: Marlon Mota/Memorial da Arquidiocese de BH/Divulga��o )

 

Tombada pelo munic�pio de Belo Vale e pertencente � Par�quia S�o Gon�alo, a Capela Nossa Senhora da Boa Morte teve as obras civis (estrutura e arquitetura) conclu�das em 2016. Na �poca, ficou � frente da interven��o a Associa��o do Patrim�nio Hist�rico, Art�stico e Ambiental de Belo Vale (Aphaa-BV), seguindo recomenda��es do Minist�rio P�blico de Minas Gerais (MPMG), que pediu provid�ncias para o bem n�o ruir.

 

Na atual fase, com recursos do Fundo de Direitos Difusos/Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social (Sedese), a equipe de restauradores trabalhou, al�m do altar-mor, nos ret�bulos colaterais, p�lpito, pia batismal, pias de �gua benta, arco-cruzeiro e 25 imagens de madeira policromada e gesso. “O forro da capela-mor foi totalmente refeito, pois n�o se aproveitou nada”, explica Adriano.

 

Uni�o para proteger tesouro de 300 anos

 

Natural de Belo Vale e integrante do Conselho Municipal do Patrim�nio Hist�rico, Cultural, Art�stico e Natural, o jornalista e ambientalista Tarc�sio Martins destaca a import�ncia da Capela Nossa Senhora da Boa Morte para os moradores. Pesquisador da hist�ria local, ele prepara um livro, a ser lan�ado ainda este ano, intitulado “Vest�gios coloniais e hist�rias de Boa Morte e arredores”. “Temos aqui uma comunidade quilombola de mais de 200 anos e uma capela quase tricenten�ria. Esse � um dos n�cleos mais antigos da regi�o da Serra da Moeda”, afirma.

 

Imagem restaurada na Capela Nossa Senhora da Boa Morte, em Belo Vale, na Região Central de Minas Gerais
Imagens sacras e outros elementos, como a pia batismal, tamb�m passaram por processo de recupera��o (foto: Marlon Mota/Memorial da Arquidiocese de BH/Divulga��o)

 

No restauro da capela, jovens da comunidade atuaram como auxiliares de restaura��o. Em entrevista ao Estado de Minas, quando foi retratada a condu��o das obras, a moradora Tainara Isabela Ferreira, de 22 anos, satisfeita com o projeto, afirmou: “Trabalhar aqui � preservar nossa hist�ria”. Tamb�m estreante no of�cio, Marcelo Ces�rio Maia falou sobre o desafio “presente nos detalhes”, que estava sendo vencido com paci�ncia e aprendizado.

 

Conforme pesquisa do Memorial da Arquidiocese de Belo Horizonte, coordenado por Goretti Gabrich, a Capela Nossa Senhora da Boa Morte, em 1857, encontrava-se subordinada a S�o Gon�alo da Ponte, atual Belo Vale. Atualmente, o frontisp�cio traz gravado o ano de 1760, e consta que pertenceu �s freguesias de Congonhas e de Bonfim, sob cuja jurisdi��o ficou at� 1911.

 

Pia batismal restaurada na Capela Nossa Senhora da Boa Morte, em Belo Vale, na Região Central de Minas Gerais
Imagens sacras e outros elementos, como a pia batismal, tamb�m passaram por processo de recupera��o (foto: Marlon Mota/Memorial da Arquidiocese de BH/Divulga��o)

 

O Arquivo Eclesi�stico de Mariana, no Livro de Batizados da Matriz Nossa Senhora da Concei��o de Congonhas, registra cerim�nias de batismo celebradas na capela j� em 1731, em sua maioria de filhos de escravos. No hist�rico do processo de tombamento municipal, h� informa��es que vinculam a cria��o do primitivo Arraial da Boa Morte a uma �rea de fortifica��o militar conhecida como Forte das Casas Velhas, hoje em ru�nas e situado em �rea pertencente a uma mineradora. 


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