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Estado de Minas M�S DO AMOR

Dia dos Namorados: hist�rias de amor sem preconceito

Junho � m�s de celebra��o e luta para a comunidade LGBTQIA+. Conhe�a a hist�ria de romance de casais que permanecem unidos para enfrentar a discrimina��o


12/06/2022 04:00 - atualizado 13/06/2022 12:49

Com uma mistura de bandeiras de arco-�ris e cora��es vermelhos, junho � o m�s do amor. As ruas se enchem de casais apaixonados em um clima de romance. Mas, tamb�m � uma �poca de luta para a comunidade LGBTQIA+, que enfrenta desafios di�rios para se sentirem seguros e livres para viver a sua sexualidade e seu g�nero. Unindo as datas, convidamos cinco casais LGBTQIA para compartilharem suas hist�rias de amor, de companheirismo e contar o que os mant�m unidos na luta contra o preconceito e a favor do amor livre.

Leia: Casais comemoram in�cio de relacionamento p�s-pandemia

Rodrigo Soares e Nathália Farnetti
Rodrigo Soares e Nath�lia Farnetti se conheceram no voluntariado: por solidariedade (foto: Arquivo pessoal/divulga��o)

R de Respeito

O desejo de ajudar o pr�ximo uniu a jornalista Nath�lia Farnetti, de 22 anos, e Rodrigo Soares, de 30. Ela � uma mulher bissexual e ele � um homem heterossexual. Eles se conheceram enquanto faziam trabalho volunt�rio na Amigos de Minas, organiza��o n�o governamental (ONG) que ajuda fam�lias em situa��o social vulner�vel no norte do estado. “Quem conhece, sabe que n�o existe Nath�lia e Rodrigo sem a ONG. � o plano de fundo do nosso relacionamento”, revela Nath.

O casal est� junto h� 3 anos e continua atuando na Amigo de Minas. O apoio m�tuo � fundamental para se manterem nas a��es. “Ele j� fazia parte da ONG quando eu entrei. Mas a gente s� foi se conhecer meses depois, quando eu fui para uma viagem para fazer trabalho volunt�rio”, disse Nath. “Depois de um tempo, a gente j� tava namorando”, contou a jornalista rindo.

O pedido de namoro aconteceu em um evento da organiza��o. “O trabalho volunt�rio � uma das coisas que mais nos unem”, diz Nath. Com muita emo��o, a jornalista revela que o companheirismo de Rodrigo sempre a deixa apaixonada: “O que eu mais gosto no Rodrigo � que ele � uma pessoa muito disposta para tudo. O que precisar dele, ele estar� l� para te ajudar e te apoiar. Ele � muito companheiro”, diz.

J� Rodrigo diz que Nath � muito “acolhedora”. “Ela gosta de ajudar o pr�ximo. E eu acho que isso deu muito certo por isso”, disse. “Ela sempre respeita os outros, independentemente de orienta��o sexual e identidade de g�nero”. A jornalista conta que sua orienta��o sexual nunca foi um ponto de conflito no relacionamento. “Pelo contr�rio, ele sempre me respeitou muito.” Ela revela que, diferentemente de relacionamentos passados, nunca sofreu bifobia no namoro com Rodrigo. “Antes, eu sentia que eu era hipersexualizada por tamb�m gostar de mulher. Eu tinha at� receio de isso ser uma quest�o no meu namoro”, desabafa.

A comemora��o do Dia dos Namorados n�o poderia ser diferente: o casal vai trabalhar em uma a��o da ONG durante o fim de semana. “Estaremos no trabalho volunt�rio.” Para ajudar o trabalho da Amigos de Minas, basta fazer uma doa��o monet�ria ou de produtos aliment�cios, higi�nicos e de limpeza. Entre em contato com a ONG no site ou nas redes sociais.


A modelo Lanna Santucci e o body piercer Estevan Vicente
A modelo Lanna Santucci e o body piercer Estevan Vicente: dois corpos trans (foto: Arquivo pessoal/divulga��o)

S de Seguran�a

No Brasil, pa�s que mais mata transg�neros e travestis no mundo, conforme pesquisa da Transgender Europe (TGEU), a modelo Lana Santucci e o body piercer Estevan Vicente encontram seguran�a um no outro. O casal � transcentrado, ou seja, � composto por duas pessoas trans, no caso, uma mulher trans e um homem trans. “Ele � meu porto seguro”, diz Lana. A modelo conta que o namorado a acalma durante crises de ansiedade.

Eles tamb�m se veem como um abrigo em momentos de inseguran�a, conta Estevan. “A gente tem hist�rias parecidas. A minha hist�ria n�o � igual � da Lana nem de outra pessoa trans. Mas a gente tem o mesmo sentimento. A gente tem a mesma passagem e sempre se ajuda.” Lana comenta que “a gente tem momentos de fragilidade, a gente erra um com o outro", mas superam os desafios juntos. “Qualquer relacionamento, sendo ele h�tero, ou gay, ou transcentrado, ou n�o, a gente erra e sabe se ajustar. Por sermos dois corpos trans, n�s temos um respeito gigante um pelo outro. Sabemos os nossos limites.”

Eles se conheceram no Twitter. “Eu vi o perfil dele e achei ele muito bonito”, lembra Lana, que logo seguiu, curtiu e comentou em v�rias publica��es dele. “Eu fui bem saidinha”, brinca. Depois, eles come�aram a conversar no WhatsApp e o amor surgiu. Segundo o body piercer, essas conversas unem o casal. “Gosto de conversar sobre v�rios assuntos. E toda vez que eu falo sobre algo, ela complementa. A gente tem um di�logo bem legal”, comenta Estevan, elogiando a intelig�ncia da namorada.

No TikTok, a modelo tem mais de 770 mil seguidores e fala sobre sua vida pessoal nas redes sociais. O casal tamb�m trabalha com influenciadores digitais e tem parcerias com marcas. Mas, em meio a tanto amor, tamb�m h� �dio. O casal lida de formas diferentes com coment�rios maldosos no mundo digital. Antes de ser modelo, Lana era YouTuber e streamer do jogo League of Legends (LOL) e j� leu coment�rios muito ruins. “Eu tenho um est�mago de ferro, que � uma coisa que o Estevan est� aprendendo”, comenta. Com a fama recente, Estevan revela que ainda n�o lida bem com coment�rios negativos. “A gente n�o � respons�vel pelo que o outro entende. Somos respons�veis pelo que a gente fala”, confessa.

Enquanto Estevan � muito preocupado com sua imagem p�blica, Lana � mais solta. “Eu falo mesmo. Porque n�o devo nada a ningu�m. Sou travesti e tenho mais de 6 anos de harmoniza��o e sou pessoa p�blica neste mesmo tempo”, diz a namorada. A identidade de g�nero e a orienta��o sexual n�o afetam o casal. “Sempre gostei de mulheres. Trans ou cis, para mim n�o tem diferen�a”, afirma Estevan.

Edvaldo e Gildivan
Edvaldo e Gildivan dividem a viv�ncia com amigos nas redes: entre dois homens (foto: Arquivo pessoal/divulga��o)

F de Fam�lia

O casal Edvaldo e Gildivan tem 140 mil seguidores no TikTok, que acompanham assiduamente sua rotina, compartilhada com muito bom humor. A hist�ria dos dois juntos, inclusive, “parece com�dia, mas n�o �”, conta Edvaldo. Ele sempre via Gil passando na rua, mas n�o tinha coragem de iniciar uma conversa. Isso porque, al�m de viver em um ambiente muito conservador, era pregador e professor de teologia em uma igreja.

Certo dia, Edvaldo tomou coragem e passou seu telefone para sua paix�o plat�nica. “Eu ia � igreja e pedia a Jesus, os homens geralmente pedem uma esposa, eu pedi um companheiro”, diz. Enquanto esperava a liga��o, que “demorou um pouquinho”, Edvaldo saiu da igreja e abandonou a faculdade de teologia. Quando recebeu a liga��o, pensou “deu certo, Jesus ouviu minha ora��o”.

Passaram-se 14 anos desde ent�o. N�o foi o primeiro relacionamento duradouro de Gil, que foi casado por 13 anos com a m�e de seus quatro filhos. Mas, ao conhecer Edvaldo, ele descobriu um afeto diferente do que teve na antiga rela��o. “Eu gostei que ele � muito carinhoso e at� hoje ele � assim comigo. Eu nem imagino ficar sem ele.”

Por ter passado tanto tempo ao lado de uma mulher, Gil recebeu muitos coment�rios preconceituosos quando assumiu sua rela��o com Edvaldo. Pessoas pr�ximas diziam que “isso � apenas uma fase”. Ele, que � dono de uma loja de roupas, conta que j� recebeu v�rias cantadas de mulheres, mas garante que nunca teve atra��o. “Pessoas j� tentaram fazer a cura gay em mim, mas n�o rolou. Sinal de que, realmente, s� ele que me importa.”

J� Edvaldo n�o teve outros relacionamentos longos antes de conhecer Gil. Ele diz que sempre foi gay, mas n�o tinha coragem de assumir. “Eu n�o passei junto com a banda, eu vi a banda passar”, desabafa. Com o tempo, seus irm�os constru�ram fam�lia e ver isso alimentou a vontade de ter filhos. Mas, na �poca, era muito dif�cil um homem sozinho adotar uma crian�a. Edvaldo se tornou pai dos quatro filhos de Gil.

O casal recebe coment�rios nas redes sociais dizendo que seus filhos devem ser traumatizados por terem crescido em uma fam�lia homoafetiva, mas Edvaldo responde que a verdade � o contr�rio. “O carinho dos filhos nos deu suporte para tudo. Para enfrentar a sociedade, enfrentar a fam�lia.” Apesar dos coment�rios maldosos, a maioria dos seguidores do casal os enxergam como uma inspira��o. E Edvaldo e Gildivan buscam, justamente, mostrar que um relacionamento entre dois homens tamb�m pode ter muito carinho, muito amor e muito cuidado.

“A homossexualidade masculina sempre foi vista como deprava��o, somente sexo e promiscuidade. A gente vem mostrar nas redes sociais que isso n�o � regra. N�s temos uma fam�lia que n�o � diferente da fam�lia de ningu�m. Nosso amor n�o � diferente do amor de ningu�m”, diz Edvaldo.
@eddletras Bom dia meus amores! Um dia aben�oado para todos!@eddletras1 #casalgay%uD83C%uDF08%u2665%uFE0F%uD83D%uDC6C %u266C som original - Edd B. Mattos

A professora Maria Flor e o programador Renan Cleyson
A professora Maria Flor e o programador Renan Cleyson: construindo uma fam�lia (foto: Arquivo pessoal/divulga��o)

P de Presen�a

“Intensos.” � assim que se definem a professora Maria Flor, de 24, e o programador Renan Cleyson, de 20. O casal, que se conheceu em um aplicativo de relacionamento, est� junto h� 11 meses. Foram tr�s meses de “pega��o” at� notarem que algo estava acontecendo entre os dois. Quando perceberam, os dois estavam morando juntos, j� que Renan passava semanas na casa da Maria. “Hoje em dia, estamos construindo nossa pequena familiazinha”, diz Maria. Essa fam�lia envolve os dois, a m�e de Maria, que mora junto deles, “dois cachorros e uma samambaia”.

Maria � mulher trans e bissexual. Renan � cisg�nero e heterossexual. Ele � o primeiro namorado dela ap�s algum tempo se relacionando com mulheres. Entre as caracter�sticas que a fizeram se apaixonar, Maria aponta que Renan � muito carinhoso, amoroso e fofo. “Ele est� comigo nas horas mais f�ceis e tamb�m nas horas mais dif�ceis.”

J� Renan enxerga em Maria uma mulher forte e convicta. Ele conta que, enquanto Maria teve que amadurecer muito r�pido, eles se conheceram num momento em que ele estava sendo introduzido na vida adulta. “Conhecer a Maria foi um baque muito forte, de pensar num corpo que pode ser muito mais marginalizado que o meu. Isso me fez repensar sobre muitas coisas. Foi uma forma de me construir com rela��o � minha fam�lia, � minha pr�pria vida. Aprendi a construir amor.”

O processo de uni�o do casal n�o foi f�cil, principalmente com rela��o � fam�lia de Renan, que ainda coloca barreiras na aceita��o do casal. “Quando eu conheci a Maria, eu tinha entendido que se a gente aprofundasse numa rela��o, teria toda essa quest�o de conversar com a minha fam�lia e ver como eles iriam reagir.”

Renan comenta que sentia “se assumindo h�tero” e que outras pessoas exigiam uma reafirma��o da sua sexualidade, pelos coment�rios que ouvia por se relacionar com uma mulher trans. “Eu n�o sentia medo, mas sabia que tinha que tomar cuidados com minhas decis�es para n�o perder as conex�es que eu tinha com a minha fam�lia”, afirma.

O apoio e compreens�o da Maria foi fundamental nesse processo. Em quase um ano juntos, os dois perceberam que se manterem presentes na vida um do outro alimenta a uni�o. Para Maria, s�o nas pequenas a��es do dia a dia que o casal se fortalece. “Quando eu chego cansada do trabalho e tem um cafezinho pronto feito por ele, � a coisa mais fofa do mundo.”

Hoje, os dois s�o a fam�lia um do outro e esperam, daqui a alguns anos, estar com a fam�lia maior, com algumas crian�as “catarrentas”. “N�s temos esse apoio um do outro, que toda fam�lia deveria dar em tudo. Em novos come�os, em carreiras, em coisas da cabe�a, em quest�es do cora��o”, afirma Maria.

O publicitário Thalles Damasceno e o advogado Rafael Luiz
O publicit�rio Thalles Damasceno e o advogado Rafael Luiz: encontro na pandemia (foto: Jair Amaral/EM/D.A Pres)
A de Apoio

Como muitos casais, Rafael Luiz, advogado, de 36 anos, e Thalles Damasceno, publicit�rio, de 34, se conheceram em um aplicativo, em 2020. Antes do primeiro encontro, vieram muitas conversas on-line. At� que decidiram se ver pessoalmente, na casa de Thalles. “Havia um receio a mais com os cuidados que a outra pessoa estava tomando, de combinar isolamentos para se ver. Al�m disso, n�o havia vida social. Bares e restaurantes, cinemas, espet�culos. T�nhamos poucas op��es e, mesmo assim, havia o medo de locais com p�blico, ent�o nos encontr�vamos basicamente na casa de um e de outro”, afirma Rafael.

O jantar feito por Thalles conquistou Rafael e, desde ent�o, os encontros ficaram mais frequentes at� que, em outubro daquele ano, decidiram oficializar o namoro. Para eles, a pandemia fez com que o processo de conhecimento acelerasse e fizessem um relacionamento melhor. “Eu sou uma pessoa de vida social agitada, mas isso ficou pausado nesse per�odo. Ent�o, eu tive muito tempo pra me dedicar ao relacionamento e com isso n�s conseguimos construir muita intimidade mais r�pido”, destaca Rafael.

Thalles tamb�m conta que acabou ficando mais caseiro e p�de se dedicar mais ao parceiro. “Aprendemos a nos conhecer mais, j� que as �nicas op��es eram TV e casa.  Mas foi e est� sendo um relacionamento saud�vel, tivemos poucos conflitos e brigas nesses quase dois anos de relacionamento, consigo contar em uma m�o quantos atritos tivemos”, conta. E deu tudo t�o certo, que os dois j� moram juntos. “Acho que a pandemia, por um lado, ajudou ou juntou esse relacionamento. Acho que se n�o fosse ela, n�o nos conhecer�amos t�o bem e sem grandes conflitos”, analisa.
 
Casal Mayara Natale e Rodolfo Farias
Mayara Natale e Rodolfo Farias se conheceram em um aplicativo de relacionamento: conex�o criada (foto: Arquivo Pessoal)
 
C de conex�o
 
Como Maria Flor e Renan, a maquiadora Mayara Natale, de 33 anos, encontrou o amor em um aplicativo de relacionamento. Assim que montou o perfil, ela come�ou a conversar com o farmac�utico Rodolfo Farias, de 34 anos, e logo se apaixonaram. “Ele disse que eu era muito bonita, mas achou que eu n�o iria dar bola para ele”, conta. 

“O que chamou a aten��o dele foi que eu escancarei a minha condi��o de ser intersexo e que eu cuido do meu corpo e treino bastante”, conta. Mas, al�m da apar�ncia, eles se conectaram com os sentimentos por identifica��o e apoio. Os dois estavam solteiros ap�s passarem por relacionamentos ruins. “Nossa primeira conversa foi ‘jogar a merda no ventilador’. N�s contamos todos os nossos podres”, revelou.
Logo nas primeiras conversas, Mayara explicou seu corpo para Rodolfo e conversou sobre suas dificuldades. “Isso foi importante porque ele viu que eu era honesta e transparente e ele tamb�m foi. E a gente descobriu que poderia confiar um no outro”.

Rodolfo tem uma defici�ncia na perna e, segundo a namorada, anda “com diferen�as”. “Isso gera nele um desconforto porque as pessoas olham o corpo dele diferente, e comigo tamb�m � assim. As pessoas tinham uma vis�o do meu corpo e n�o viam a mulher perfeita”. 

“As coisas que as pessoas n�o gostam, s�o as coisas que n�s admiramos um no outro”, afirma Mayara. 

A sinceridade � o ponto chave do relacionamento. “Se a gente erra, a gente fala. Se um tem trauma, o outro ajuda”. Antes de se conhecerem, os dois tentaram suic�dio. Mas, hoje, o casal tem planos de vida juntos, como casar e ter mais filhos.

Mayara j� � m�e de uma menina, Paola, de 6 anos, que considera Rodolfo seu pai.  “Quando ele me chamou para sair, ele convidou minha filha junto. Conquistou as duas de uma vez”, contou. “Ele tinha o objetivo de ter uma fam�lia. Agora, ele tem. Assim como eu tamb�m tenho uma fam�lia, que � ele comigo e com a minha filha”, completou. Rodolfo at� guarda artes que Paola e Mayara fazem de presente. 

Esta � a primeira vez que Rodolfo vive uma “vida de casado” e mora junto com algu�m. Apesar de cuidar muito da sua apar�ncia, Mayara diz que se sente confort�vel de ficar "natural'' ao lado do namorado. “Eu n�o acordo maquiada ou com filtro do Instagram”, brinca. 

Com Rodolfo, Mayara comemora o Dia dos Namorados, neste domingo, pela primeira vez em 5 anos. Ela conta que j� tinha perdido as esperan�as. “A gente tinha se fechado para n�o se relacionar com ningu�m. E, depois, duas pessoas que j� passaram por tanta coisa ruim na vida se encontraram. E t� dando certo”.

“Eu falo brincando que a gente era duas pessoas que ningu�m queria e agora, quando veem o que a gente vive, sem mentira ou fantasia, as pessoas falam ‘ah, poderia ser eu’, ‘poderia ter me dado uma oportunidade’”, revela. 

“O que a gente deixa para os outros �: n�o tenha vergonha da pessoa que est� com voc�. Se voc� ama algu�m, n�o tenha vergonha. Se voc� quer ficar com ela, assuma e seja feliz”.

Mayara e Rodolfo s�o heterossexuais. Antes de namorarem, ele s� tinha se relacionado com mulheres cisg�nero. “Eu achei que ser uma mulher com o corpo diferente da mulher padr�o seria um problema s�rio ou uma coisa horr�vel, como foi em outros relacionamentos. Mas ele lida muito bem”.

“Todos os meus fatores de intersexo, ao inv�s de atrapalhar, ele trata de uma forma muito especial. E eu acho incr�vel isso”, afirma. A maquiadora comenta que o namorado cresceu em um contexto machista, mas ele tem um respeito muito grande com ela, que foi ensinado pela sogra, m�e de Rodolfo. “Ele me trata como uma dama”.
“Ele sempre faz quest�o de contar que namora uma mulher intersexo. Ele tem orgulho da namorada que tem. E eu tamb�m tenho muito orgulho dele”, diz com emo��o. 

Mayara � secret�ria da ABRAI (Associa��o Brasileira de Intersexo), que luta contra o preconceito com pessoas intersexo. Rodolfo admira o ativismo dela nas redes sociais.  “Ele, por trabalhar em farm�cia, j� tinha tido contato com outras pessoas intersexo. Ent�o, � importante na vida as pessoas se abrirem para conhecer o outro”. 


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