
Ter se conhecido (ou se reencontrado) no “novo normal” fez com que os apaixonados se relacionassem de forma diferente, com v�nculos formados a dist�ncia e muitos receios para o primeiro encontro. Mas uma coisa n�o mudou: o sentimento entre eles.
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No caso de Thamires Ribeiro de Paula e Jo�o Pedro Marques Caetano, ambos de 28 anos, a pandemia foi um reencontro. Eles se conheceram por meio de amigos em comum quando ainda estavam no Ensino M�dio, em 2010, em Sete Lagoas, na Regi�o Central de Minas. Com o isolamento devido � pandemia, eles come�aram a interagir pelo Instagram. “Foi despretensioso. Eu n�o tinha interesse amoroso no in�cio, confesso. Ele era um amigo da escola falando de coisas que eu gostava de falar”, conta Thamires.
Mas, enquanto Thamires tinha reencontrado o amigo da escola, Jo�o j� estava interessado em conhec�-la amorosamente e as conversas di�rias j� significavam algo a mais, mesmo sem um encontro presencial. “Eu nem sugeri que a gente pudesse fazer alguma coisa, porque fiquei com medo do que ela poderia pensar. Ela � m�dica e trabalhava nos plant�es de COVID”, lembra Jo�o.
Com o afrouxamento das medidas de seguran�a, no fim de 2020, os convites para sair come�aram, mas Thamires negava todos e eles acabaram se afastando novamente. Mas as fotos dele com o c�o Perseu fizeram Thamires retomar o papo e, em fevereiro de 2021, finalmente veio o primeiro encontro: um passeio na Serra do Cip�.
Ao contr�rio do que o engenheiro esperava, o primeiro beijo n�o veio. Mas o encontro foi especial para os dois. “Depois desse passeio, veio a curiosidade de que ele n�o era mais o Kell (apelido de Jo�o Pedro) da �poca da escola”, revela a m�dica.
Ent�o, veio o segundo encontro, em que Thamires levou uma amiga. “At� quis desmarcar a viagem, porque eu achava que ela n�o queria nada comigo, mas fomos mesmo assim. Foi �timo, fizemos um piquenique e tivemos alguns momentos em que a gente trocava uma ideia sozinhos e, na hora de ir embora, deixamos a amiga em casa e fomos jantar na casa da Thamires. E a� n�s come�amos a conversar, vendo TV e ficamos pela primeira vez”, conta Jo�o Pedro.
A partir da�, os dois n�o se desgrudaram e, em 31 de julho de 2021, foi o pedido oficial de namoro. “Se n�o fosse pandemia nem sei se estar�amos juntos. Ele n�o teria voltado para Sete Lagoas nem eu”, avalia.
No primeiro Dia dos Namorados juntos, al�m da comemora��o, eles planejam um passo a mais: “Ela mora em BH e eu, em Sete Lagoas. Agora, a gente est� olhando apartamento porque vamos morar juntos a partir de agosto. Vamos juntar as tralhas”, revela Jo�o.
‘A pandemia acelerou as coisas’
Como muitos casais, Rafael Luiz, advogado de 36 anos, e Thalles Damasceno, publicit�rio, de 34, se conheceram em um aplicativo, em 2020. Antes do primeiro encontro, vieram muitas conversas online. At� que decidiram se ver pessoalmente, na casa de Thalles.
“Havia um receio a mais com os cuidados que a outra pessoa estava tomando, de combinar isolamentos para se ver. Al�m disso, n�o havia vida social. Bares e restaurantes, cinemas, espet�culos. T�nhamos poucas op��es e, mesmo assim, havia o medo de locais com p�blico, ent�o nos encontr�vamos basicamente na casa de um e de outro”, afirma Rafael.

O jantar feito por Thalles conquistou Rafael e, desde ent�o, os encontros ficaram mais frequentes at� que, em outubro daquele ano, decidiram oficializar o namoro. Para eles, a pandemia fez com que o processo de conhecimento acelerasse e fizessem um relacionamento melhor.
“Sou uma pessoa de vida social agitada, mas isso ficou pausado nesse per�odo. Ent�o, eu tive muito tempo pra me dedicar ao relacionamento e com isso n�s conseguimos construir muita intimidade mais r�pido”, destaca Rafael.
Thalles tamb�m conta que acabou ficando mais caseiro e p�de se dedicar mais ao parceiro. “Aprendemos a nos conhecer mais, j� que as �nicas op��es eram: TV e casa. Mas foi e est� sendo um relacionamento saud�vel, tivemos poucos conflitos e brigas nesses quase dois anos de relacionamento, consigo contar em uma m�o quantos atritos tivemos”, conta. E deu tudo t�o certo, que os dois j� moram juntos. “Acho que a pandemia, por um lado, ajudou ou juntou esse relacionamento. Acho que se n�o fosse ela, n�o nos conhecer�amos t�o bem e sem grandes conflitos”, analisa.
Unidos pelo cupido
Outro casal que j� juntou as escovas de dentes � Isabella Goulart Fonseca, 29, e Kehuy Barcellos, 32. A professora de ingl�s e o programador de manuten��o se conheceram, em setembro de 2020, por meio de uma amiga, que bancou o cupido.
“Duas amigas minhas queriam encontrar os respectivos boys, mas estavam sem lugar para encontrar porque elas moram com outras pessoas e, com a COVID, era complicado. Como eu morava sozinha, falei para elas virem para minha casa. A� elas falaram que tinham que arrumar algu�m para mim tamb�m. S� que eu n�o estava procurando algu�m e eu falei que queria um cara bom de trocar ideia porque se n�o rolasse, n�o ficaria sem gra�a”, lembra Isabella.
Ent�o, as duas amigas apresentaram fotos de pretendentes e a professora escolheu Kheuy. “Ele tinha um sorriso bonito e parecia ser legal. A� a gente ficou no dia mesmo”, resume.

Enquanto isso, Kheuy conta que se encantou logo no primeiro encontro. “Meu primeiro pensamento foi: melhor que pela internet. N�s conversamos antes do evento na casa dela e j� deu certo na hora”, lembra o programador.
Com tudo fechado, os encontros aconteciam na casa de Isabella, com direito a v�deo game e prepara��o de pratos. “O �nico jeito de encontrar era na minha casa, o que j� criava uma certa intimidade. Ent�o, se n�o fosse para dar certo, teria ficado claro j� no in�cio”, avalia.
Seis meses depois do primeiro encontro, a professora tomou a iniciativa e pediu Kehuy em namoro. “Mas eu j� estava namorando com ela, s� n�o avisei ela”, brinca o programador.
Ao longo do relacionamento, ele passava cada vez mais tempo na casa dela, at� que decidiram morar juntos de vez. Este � o primeiro Dia dos Namorados de Isabella e Kheuy morando juntos. E a comemora��o j� come�ou faz tempo: h� mais de um m�s. “Estamos gastando um bom dinheiro na casa, com sof� novo e eletrodom�sticos que estragaram. Ent�o, o Dia dos Namorados vai ser normal, s� que mais especial”, conta professora, que planeja vinho e peixe para o almo�o do dia 12, acompanhado de jogos e filmes.
Paix�o pelos games
O gerente de marketing Vin�cius Ribeiro Lima, de 25 anos, e o assistente financeiro Arthur Santos Ara�jo, de 22, tamb�m s�o apaixonados por games. Inclusive, foi por conta dos jogos que eles se conheceram. “Nos conhecemos no in�cio de 2020 jogando Call of Duty, quando se falava pouco sobre a COVID-19. Nos seguimos nas redes sociais e conversamos bastante, por�m logo em seguida voltei com meu ex. E a� eu e o Arthur continuamos como amigos de gameplay durante quase um ano”, lembra Vin�cius.
Por outro lado, Arthur estava desimpedido e ficou balan�ado com Vin�cius. “Assim que o conheci tive interesse, mas por ele estar em um relacionamento, mantivemos sempre o limite da amizade. ‘Amigos de V�deo Game’, ainda mais por ele ser de Minas e eu de S�o Paulo”.
Com o t�rmino do relacionamento e por conta do trabalho, o gerente de marketing viajou para S�o Paulo, onde Arthur j� morava. Por conta da pandemia, os dois se encontraram, pela primeira vez, no Airbnb em que Vin�cius estava hospedado. “Estava ansioso para ver ele, era o �nico medo. Ficamos bebendo e conversando sobre diversas coisas por muito tempo, tanto do jogo quanto sobre nossas vidas pessoais. E depois de muita conversa, teve o primeiro beijo”, recorda Arthur.
O relacionamento continuou a dist�ncia, com encontros de dois em dois meses. Mas j� n�o era suficiente. “Desde o primeiro encontro e nessa idas e vindas, o sentimento j� n�o era s� de amizade. Os finais de semana juntos passavam voando, em uma das vindas fomos ao Hopi Hari juntos ap�s anunciarem a abertura depois de um tempo fechado por conta da COVID, e depois dela j� estava colocando em pr�tica a ideia dele vir morar em S�o Paulo, tanto pelo trabalho, quanto por n�s”, conta Arthur.
No terceiro encontro, eles foram para a praia do Guaruj�, onde Vin�cius decidiu oficializar o namoro com uma surpresa rom�ntica: uma playlist especial em que os nomes das m�sicas formavam o pedido. “Fizemos um ano de namoro no s�bado passado e at� hoje meu olho brilha como se fosse o primeiro dia que vi ele pessoalmente”, declara Vin�cius.

Os pombinhos pretendem estender a comemora��o do anivers�rio de namoro com o Dia dos Namorados - mas sem sair de casa, para evitar o tumulto da data. E, claro, com muito v�deo game!