(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas SEGURAN�A

'Novo canga�o': o que s�o os assaltos que aterrorizam cidades do interior?

O ataque � Itajub� foi o primeiro em 2022; especialistas em seguran�a p�blica e for�as policiais discordam sobre a solu��o para a onda de assaltos


24/06/2022 14:40 - atualizado 24/06/2022 15:54

Foto de um homem com balaclava e um fuzil nas ruas de Itajubá.
A modalidade 'novo canga�o' � definida como forma��o de quadrilhas voltadas ao roubo de estabelecimentos banc�rios ou institui��es de valores (foto: Redes sociais/Reprodu��o)
O “novo canga�o” � uma modalidade de assaltos que tem aterrorizado cidades pequenas, do interior, de todo o pa�s. A tentativa de assalto a uma ag�ncia da Caixa Econ�mica Federal em Itajub�, nessa quarta-feira (22/6), foi a �ltima de uma s�rie de ataques desse tipo em Minas Gerais.

Especialistas em seguran�a p�blica e for�as de seguran�a discordam de qual � a solu��o para essa onda de crimes.

“Ela possui caracter�sticas espec�ficas, como o s�tio �s cidades, ataque �s institui��es policiais locais e fazer ref�ns civis para us�-los como escudos”, afirmou a major Layla Brunella, porta-voz da Pol�cia Militar de Minas Gerais. “S�o criminosos extremamente agressivos, fortemente armados, que cercam e dominam uma cidade, aterrorizando a popula��o”, acrescentou. 
A agressividade e o foco em cidades menores, do interior, fizeram com que os assaltos fossem associados ao canga�o, antiga forma de banditismo nos sert�es brasileiros.

Para Camila F�lix, presidente da Associa��o Brasileira de Advogados Criminalistas-Mulher-MG, o “novo canga�o” � antes de tudo uma modalidade de assalto coletivo em �reas rurais. A criminalista entende que a fr�gil presen�a do Estado nas cidades interioranas as torna alvos f�ceis de quadrilhas.

“Todo interior vai sofrer cada vez mais com esse tipo de crime. � ineg�vel que h� uma aus�ncia de policiamento nas zonas rurais, de opera��es da Pol�cia Militar. Por conta disso, � muito mais f�cil praticar o crime l�. H� uma tend�ncia de que esse tipo de crime cres�a”, afirmou a advogada.

Segundo a Secretaria de Justi�a e Seguran�a P�blica, as ocorr�ncias dessa modalidade de crime t�m ca�do. O assalto em Itajub� foi o primeiro deste ano no pa�s, contra cinco no ano passado. O pico de ocorr�ncias foi em 2016, com 252 assaltos registrados. Entre 2016 e 2021, houve uma redu��o de mais de 98%. 

Policiamento e intelig�ncia

Para a major Layla Brunella, a redu��o dos assaltos � uma prova de que o aumento de efetivo policial e a��es de intelig�ncias coordenadas s�o eficientes no combate ao “novo canga�o”.
 
“N�s evitamos, oito meses atr�s, que um delito desses fosse conclu�do na cidade de Varginha, com antecipa��o, trabalho de intelig�ncia e tecnologia. Todos os aspectos de integra��o, intelig�ncia, cruzamento de dados entre institui��es, um efetivo bem treinado e bem equipado, possuindo armas longas, s�o fatores que colaboram para redu��o desse crime”, afirmou.
 

“Dose de homeopatia”

Camila F�lix, por sua vez, entende que essas a��es s�o “paliativas”. Para ela, somente aumentar as a��es repressivas a cada ocorr�ncia de assaltos � um ciclo vicioso. “Ocorreu ano passado, ano retrasado – temos opera��es e mais opera��es, e sempre acontece a mesma coisa”, declarou.
 
“N�o h� nenhum estudo emp�rico que prove a efici�ncia de aumentar as opera��es de intelig�ncia e dos efetivos policiais. N�o resolveu o problema, voc� deu uma dose de homeopatia”, disse a advogada.

Na sua opini�o, o problema � de pol�tica de criminologia. “O problema criminal do nosso pa�s � a economia. A recorr�ncia de crimes patrimoniais significa que o pa�s � pobre, que n�o tem empregos e renda suficientes. Um pa�s com alto �ndice de emprego, com gera��o de renda, tem baixos n�veis de criminalidade”, asseverou a advogada.
 

Mito e verdade do “novo canga�o”

A recorr�ncia de crimes do “novo canga�o” na regi�o Sul de Minas tem alimentado especula��es sobre a liga��o dessa modalidade com o crime organizado no estado de S�o Paulo. Na opini�o da Camila F�lix, trata-se de uma suposi��o muito �nfima.
 
“Tem uma ordem, uma metodologia de ordem, como qualquer crime dessa magnitude, como o tr�fico. Mas n�o � poss�vel afirmar que tenha liga��o direta com nenhuma associa��o criminosa em espec�fico. At� porque para falar isso, seria necess�ria uma investiga��o muito mais aprofundada. Nada liga esse nexo”, afirmou a criminalista.
 
A advogada acrescentou que nada vincula esse tipo penal em si ao estado de S�o Paulo. Est�o expostas a esses crimes todas as zonas de interior. “Voc� observa um alto n�mero de crimes das zonas rurais, mas n�o s�o s� assaltos, como tamb�m crimes contra a mulher, homic�dios, furtos, e isso � pouco comentado”, destacou.

* Estagi�rio sob supervis�o do subeditor Thiago Prata


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)