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Estado de Minas MOBILIDADE

�nibus noturno: com�rcio lan�a pesquisa para mapear demanda de empregados

Ideia � tra�ar solu��es para garantir atividades ap�s as 22h sem deixar o trabalhador a p�. Subs�dio para ampliar viagens deve ser sancionado em breve


01/07/2022 04:00 - atualizado 01/07/2022 13:16

Passageiros no Centro de BH: expectativa é de que espera e lotação caiam após sanção de projeto aprovado na Câmara
Passageiros no Centro de BH: expectativa � de que espera e lota��o caiam ap�s san��o de projeto aprovado na C�mara (foto: Fotos: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press )

Ainda convivendo com oscila��es no n�mero de casos de COVID-19, Belo Horizonte j� voltou, h� meses, a ter ritmo intenso em lojas, bares e restaurantes. Mas o transporte p�blico ainda n�o acompanha a retomada. Quem precisa de �nibus ap�s �s 22h na capital enfrenta uma via crucis di�ria para se deslocar e a falta de coletivos afeta diretamente o funcionamento da cidade � noite. Nesse cen�rio, entidades dos setores de com�rcio e servi�o lan�aram pesquisa para coletar dados de funcion�rios que dependem do transporte p�blico noturno na capital e sugerir medidas. Um al�vio � esperado em breve: projeto de lei que estabelece subs�dios �s empresas de transporte para incrementar a oferta de viagens sem aumentar tarifas, constru�do pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) e a  C�mara Municipal em acordo com o setor, foi aprovado e dever ser enviado para san��o do prefeito Fuad Noman nos pr�ximos dias.

“Os �nibus n�o voltaram igual era antes da pandemia n�o, agora ficam sempre cheios e tem menos �nibus circulando. Moro em Ibirit� e o �nibus demora demais, se perco um, fico mofando no ponto”. A fala � de Reginaldo da Costa, que trabalha como frentista em um posto de gasolina na Rua da Bahia, Centro-Sul da capital. Ele sai do servi�o todos os dias ap�s as 22h. O relato de Reginaldo � repetido em un�ssono pelos trabalhadores que contaram � reportagem o desafio de voltar para a casa tarde da noite em BH. Dados da BHTrans mostram que as reclama��es s�o comprovadas nos n�meros: Belo Horizonte ainda n�o conseguiu retomar a oferta de �nibus ao patamar pr�-coronav�rus. A demanda de passageiros, por outro lado, se aproxima gradativamente.

De acordo com dados da �ltima atualiza��o divulgada pela BHTrans, desde o in�cio de maio at� 17 de junho, a demanda di�ria de passageiros por transporte p�blico em Belo Horizonte foi de 75% da m�dia pr�-pandemia. A oferta de �nibus, no entanto, foi de 67% no mesmo comparativo.

O frentista Reginaldo da Costa, que mora em Ibirité, tem que correr para não perder ônibus noturno
O frentista Reginaldo da Costa, que mora em Ibirit�, tem que correr para n�o perder �nibus noturno


Para Juliano, gar�om da Cantina do Lucas, no Centro, a defasagem aumenta durante a noite. O funcion�rio do tradicional restaurante do Edif�cio Maletta corre contra o tempo para conseguir pegar as condu��es que o levam do Centro da capital at� sua casa, passando pela Esta��o Vilarinho. “O �ltimo �nibus que atende o meu bairro sai da Esta��o Vilarinho �s 23h55. Para peg�-lo,tenho que sair daqui �s 11h. Vou andando a p� at� a Avenida Paran�, pego o 61, que vai at� a esta��o. Antes da pandemia, a gente tinha duas op��es de transporte noturno, a linha 630 e a 631, e simplesmente acabou. O tempo � contadinho, v�rias vezes aconteceu de eu perder o �nibus e a� tenho que ir para o Uber. O or�amento aperta. Se perco o �nibus, s� pego outro por volta das 4h30”, conta.

Para criar uma base de dados sobre os trabalhadores que dependem do transporte p�blico depois das 22h em BH, uma pesquisa foi lan�ada na quarta-feira. Quem trabalha � noite pode responder o formul�rio com informa��es sobre hor�rios, trajetos e linhas de �nibus no site mg.abrasel.com.br. As informa��es ser�o recolhidas e apresentadas � BHTrans e � Secretaria de Estado de Infraestrutura e Mobilidade (Seinfra) como reivindica��o para melhorias na oferta dos coletivos.

Os resultados da pesquisa devem ficar prontos at� 6 de julho. A iniciativa parte de entidades do setor terci�rio da capital: Associa��o Brasileira de Bares e Restaurantes em Minas Gerais (Abrasel-MG), Associa��o Mineira de Supermercados (Amis), Associa��o Mineira da Ind�stria de Panifica��o (Amip�o), C�mara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH) e Federa��o do Com�rcio de Bens, Servi�os e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecom�rcio-MG).

Antônio Mourão, da Cantina do Lucas: fechamento antecipado para que funcionários tenham condução
Ant�nio Mour�o, da Cantina do Lucas: fechamento antecipado para que funcion�rios tenham condu��o


CAPITAL DOS BARES Desde que a flexibiliza��o das regras de isolamento social da pandemia permitiu a volta do belo-horizontino �s mesas espalhadas pela cidade, o t�tulo de “Capital Mundial dos Bares” passou a ter prazo de validade: a aproxima��o da meia-noite significa o fechamento da maioriados estabelecimentos, j� que praticamente n�o h� transporte para funcion�rios ap�s o hor�rio.

Para o presidente da Abrasel-MG, Matheus Daniel Pires de Moraes, a falta de �nibus limita o funcionamento noturno de bares e restaurantes e desacelera a retomada econ�mica do setor, um dos mais prejudicados pelo per�odo pand�mico. “Estabelecimentos  fecham mais cedo pela falta de transporte p�blico. Isso tira a possibilidade de faturamento e temos que lembrar das d�vidas que vieram forte por conta da pandemia. Al�m de ser uma perda cultural e tur�stica para a cidade”, aponta.

INTEGRA��O O presidente da Abrasel avalia que o subs�dio �s empresas de �nibus n�o resolver� todo o problema, j� que muitos dos funcion�rios moram em cidades da Regi�o Metropolitana. “Precisamos de integra��o. A ideia da pesquisa � produzir dados para fazermos um sistema de transporte inteligente”.

Para Samuel Pereira, dono de um bar no Edif�cio Maletta, o retorno sonolento dos �nibus ap�s o momento mais cr�tico da pandemia significa fechar a cozinha e o estabelecimento mais cedo do que o hor�rio tradicional. “Os hor�rios est�o p�ssimos. Meu cozinheiro mora no Bairro Nacional, em Contagem, e ele at� montou um grupo de WhatsApp junto com o pessoal que trabalha aqui e usa a mesma linha para contarem o hor�rio que o �nibus est� vindo. O �ltimo �nibus que ele tem para pegar � �s 23h30, estourando 23h40. E como eu fa�o sem cozinheiro aqui? Tenho que fechar mais cedo”.

Vizinho de corredor de Samuel, o gerente da Cantina do Lucas, Ant�nio Mour�o, conta que o restaurante est� fechando, todos os dias, uma hora mais cedo do que costumava antes da pandemia. Al�m disso, o estabelecimento tem dificuldades para contratar. “Durante a pandemia, funcionamos com metade da equipe e depois voltamos a contratar. �s vezes, a gente faz a ficha do funcion�rio, vai ver a quest�o do transporte e percebe que n�o tem �nibus. At� para admitir est� dif�cil”.

Uma das contrapartidas do Projeto de Lei que estabelece subs�dio de R$ 243,4 milh�es �s empresas de �nibus, j� aprovado na C�mara Municipal e que deve ser enviado para san��o do prefeito nos pr�ximos dias,� que as empresas retomem o n�mero de viagens noturnas � m�dia do �ltimo trimestre pr�-pandemia (novembro/2019 – janeiro/2020) j� no primeiro dia �til ap�s o pagamento do subs�dio.
Para o presidente da CDL-BH, Marcelo de Souza e Silva, o aumento das viagens � positivo, mas � necess�rio rever o contrato com as empresas. “A pesquisa que estamos propondo � para a gente ter a dimens�o de qual � a necessidade para buscar uma solu��o para o hor�rio noturno ser atendido”.

Um dos pontos , segundo o presidente da CDL, � aumentar a capilaridade do transporte, j� que o com�rcio – inclusive os estabelecimentos que funcionam at� mais tarde – se desenvolveu em diferentes pontos da capital. “Os shopping centers, por exemplo, fecham as portas �s 22h, mas os funcion�rios saem de l� �s 23h, 23h30. Existem centros comerciais em v�rios lugares e tem p�blico para isso. Hoje, outro fator muito importante � a descentraliza��o do com�rcio, n�o � apenas a Regi�o Central que concentra as atividades”, conclui.


Milena Oliveira reclama da demora do transporte e diz que aguarda até 50 minutos para voltar para casa depois da escola, aos sábados
Milena Oliveira reclama da demora do transporte e diz que aguarda at� 50 minutos para voltar para casa depois da escola, aos s�bados

Inje��o de R$ 234,4 mi para melhorar o sistema


Mariana Costa * e Ana Laura Queiroz

Aprovado na �ltima semana pela C�mara Municipal de Belo Horizonte (CMBH), o Projeto de Lei (PL) 336/2022, que estabelece subs�dio de R$ 234,4 milh�es para o transporte coletivo de Belo Horizonte, dever� ser enviado para san��o do prefeito Fuad Noman (PSD) nos pr�ximos dias. A expectativa era de que o PL chegasse ao gabinete do prefeito na quarta-feira, p�rem, a PBH informou que ainda n�o o recebeu. Segundo a C�mara, o texto ainda na est� na Casa para reda��o final. O objetivo do subs�dio � melhorar a qualidade da presta��o do servi�o, com amplia��o do n�mero de �nibus e redu��o do tempo de espera dos usu�rios. Um al�vio aguardado com ansiedade pelos passageiros diante do sufoco di�rio no transporte.

O aporte financeiro ser� repassado �s empresas at� mar�o de 2023 e passa a valer no dia seguinte � assinatura do Executivo. O PL autoriza ainda a concess�o de R$ 11 milh�es para o transporte suplementar, al�m de R$ 900 mil para o t�xi lota��o. Do valor total, R$163,5 milh�es s�o origin�rios da Prefeitura de BH, R$ 74 milh�es da C�mara Municipal e R$ 5,9 milh�es de emenda de autoria do vereador Gabriel Azevedo (sem partido).

O n�mero de viagens di�rias em dias �teis deve ter um aumento imediato de, no m�nimo, 15% em rela��o � m�dia de viagens no m�s de mar�o deste ano. Ap�s 15 dias, um novo aumento, desta vez de 30% na frota, totalizando cerca de 22 mil viagens por dia. Est� prevista, ainda, a retomada do transporte p�blico em per�odo noturno, balizada pela mesma demanda do �ltimo trimestre pr�-pandemia. Enquanto valer o subs�dio, as concession�rias n�o v�o poder aumentar as tarifas dos transportes.

Acordo que serviu de base para o PL foi assinado em 12 de maio pela Prefeitura de Belo Horizonte, C�mara Municipal, Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (Setra-BH) e Cons�rcio Operacional. Em caso de descumprimento das exig�ncias acordadas, o pagamento do subs�dio relativo ao m�s seguinte ser� suspenso.

VALORES Para as concession�rias de transporte p�blico coletivo convencional, ser� repassado um valor de R$ 30 milh�es por m�s, referentes a abril, maio e junho deste ano; e R$ 17,75 milh�es por m�s, cobrindo julho, agosto, setembro, outubro, novembro e dezembro. Para janeiro, fevereiro e mar�o de 2023, ser�o encaminhados R$ 10 milh�es por m�s.

Para os permission�rios de transporte suplementar, por sua vez, ser� destinado R$ 1,457 milh�o por m�s referentes a abril, maio e junho; e R$ 862 mil por m�s referentes a julho, agosto, setembro, outubro, novembro e dezembro. Al�m de R$ 485,33 por m�s em janeiro, fevereiro e mar�o do pr�ximo ano.

ESPERA E LOTA��O Para quem precisa usar o servi�o de transporte coletivo na capital, a rotina � de espera, demora e ve�culos lotados. A balconista Fabiana de Figueiredo, moradora do Bairro Riacho, em Contagem, usa o servi�o para ir a consultas m�dicas na Regi�o Central de BH. Ela conta que se n�o consegue pegar um ve�culo, precisa ficar at� duas horas no ponto esperando o pr�ximo. “Ou at� mais.”

Fabiana diz que antes da pandemia n�o havia esse problema. “Era �timo, eles vinham no hor�rio certinho.” A balconista reclama ainda que, no domingo, tem apenas um coletivo para chegar ao Centro de BH, que faz o percurso de ida e volta. Ela espera que com a concess�o do subs�dio para as empresas do transporte a situa��o se normalize. 

A estudante Milena Oliveira, de 16 anos, moradora do Bairro Serra, na Regi�o Centro-Sul de BH, utiliza o transporte coletivo tr�s vezes por semana. “Geralmente, pego no s�bado para voltar do meu curso e ele demora bem mais para chegar.” Ela diz que chega a ficar de 30 a 50 minutos no ponto esperando.



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