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Estado de Minas POR DENTRO DA SANTA CASA

Refer�ncia em transplantes, Santa Casa de BH vira 'lar' para a vida toda

'Moramos um pouquinho aqui', resume esposa de paciente que recebeu f�gado no hospital. Institui��o oferece acompanhamento vital�cio


03/07/2022 04:00 - atualizado 03/07/2022 10:45



Por todas as vias da Regi�o Hospitalar de Belo Horizonte, o fluxo de origem e destino referente � Santa Casa, maior hospital 100% SUS de Minas Gerais, � sentido. A p�, por transporte p�blico, carro ou ambul�ncia chegam m�dicos, pacientes, enfermeiros, funcion�rios, acompanhantes e fornecedores.

Concentrando apenas na rotina do edif�cio da Santa Casa BH, na Avenida Francisco Sales, n�mero 1.111, j� se percebe esse movimento incessante de pessoas, pacientes, profissionais e ambul�ncias convergindo para l� ou de l� saindo. Sem falar dos ambulantes que oferecem a essa multid�o cachorros-quente, sandu�ches, salgados, balas, artesanato, m�scaras, meias, toucas, camisas e at� panos de prato." />
“A gente tem os nossos vizinhos. Conversamos muito com o senhor Jo�o, enquanto est�vamos no 10º andar, at� que sa�mos de l�. Uma pessoa agrad�vel, boa de papo. A gente at� esquece que est� aqui por causa da doen�a. Mas tem vez que tem de consolar. Voc� precisa ver como a Dora ficou triste quando perdeu o pai de 99 anos, depois que j� tinha tido alta. Conversamos pelo WhatsApp. E a gente tamb�m d� for�a um para o outro. Conseguimos acalmar a dona Cleusa quando o marido ia precisar passar por um procedimento que a gente j� tinha feito.”
 
O relato do rec�m-transplantado, que recebeu um f�gado, o comerciante de Par� de Minas Ant�nio Geraldo da Costa, de 59 anos, e da mulher dele, a tamb�m comerciante Regina L�cia de Faria Leandro, de 61, mostra que h� um perfil de paciente que faz da Santa Casa BH quase que uma resid�ncia, pela frequ�ncia com que v�o ao hospital para exames, tempo de interna��o, de recupera��o e acompanhamento pelo resto da vida. A assiduidade que a delicada condi��o dos transplantados exige faz com que o setor se torne quase uma fam�lia, onde m�dicos, enfermeiros e pacientes se conhecem, muitas vezes pelos nomes.
 
“Ficamos perdidos na primeira vez que viemos aqui. � muito grande, parece uma minicidade. Custei para entender aonde a gente tinha de ir e dei muita volta procurando os lugares. Mas est� tudo na m�o, sem pagar nada, tudo que voc� precisa, pode pedir de noite que chega. Moramos um pouquinho aqui, principalmente quando o Ant�nio operou. Eu morei de segunda a quinta e as nossas filhas pegavam de sexta a domingo”, conta Regina.
 
Paciente transplatado com a esposa na Santa Casa de BH
Ant�nio Geraldo, rec�m-transplantado, e a esposa dele, Regina, j� veem o hospital como uma segunda casa, com direitos a bom relacionamento com vizinhos. � direita, bala de oxig�nio � vista em corredor da "cidade", que exige forte infraestrutura (foto: FOTOS: Ed�sio Ferreira/EM/D.A Press)
Ant�nio, que precisou de transplante depois de um c�ncer de f�gado detectado ap�s quadros de cirrose, hepatites e xistoses, disse que al�m dos amigos que fez, do m�dico de Divin�polis que conseguiu vaga na Santa Casa antes de saberem da necessidade de um transplante e da fam�lia que o acompanha, recebeu uma visita � qual credita a sa�de recobrada. “Estou vivo por milagre. Quando estava na cama, para operar, o padre Lib�rio sentou no p� da minha cama e me disse que eu ia melhorar. Que ia conseguir. Mais um milagre dele”, afirma, agradecido.
 
O Centro de Transplantes da Santa Casa � refer�ncia no estado para cora��o, rim, f�gado e medula. “Nosso contato acompanha a vida do paciente. Desde os primeiros atendimentos no ambulat�rio, quando n�o sabe se ter� de passar por transplante, no pr� e p�s-operat�rio e da� em diante um acompanhamento vital�cio. A fila se d� por uma jun��o regulada na central de transplantes por gravidade e compatibilidade do �rg�o. Quando surge esse �rg�o temos enfermeiras prontas para ir buscar e outras para receber”, conta a coordenadora do transplante, Tha�s Alexandre.

Toneladas de refei��es na medida certa 

Técnica de nutrição serve refeição na Santa Casa de BH
T�cnica de nutri��o Ivanete dos Santos, no restaurante da institui��o: pratos feitos de acordo com a dieta dos pacientes, sem esquecer o sabor
Como toda “cidade”, a infraestrutura � imprescind �vel para o funcionamento da Santa Casa BH. E al�m da energia el�trica, das tubula��es de �gua e esgoto, h� tamb�m os dutos de oxig�nio, nitrog�nio, �xido nitroso, ar medicinal, di�xido de carbono, h�lio e acetileno, por onde mensalmente passam 147.205,38 metros c�bicos (se l�quido, seriam 150 milh�es de litros ou 60 piscinas ol�mpicas). Mas o combust�vel mais necess�rio s�o as toneladas de refei��es que servem mais de mil pacientes. Tudo � preparado como em linhas de montagens no Servi�o de Nutri��o e Diet�tica (SND). Da porta, o cheiro dos temperos convida a entrar pelo corredor quente, com nuvens de vapor onde panelas industriais cozinham o tempo todo.

Chef de cozinha da Santa Casa de BH, Genezeildo Nunes
O chef Genezeildo Nunes prepara prato na cozinha do hospital: "N�o pode ter nada nada demais (...) O principal � o amor"

 
Afinal, s�o 8.500 refei��es di�rias, 3 milh�es por ano, entre desjejum, cola��o, almo�o,  caf� da tarde, jantar e ceia, atendendo a todo o grupo. “Os preparos dependem da dieta de cada paciente e a Santa Casa ainda abre op��es no card�pio e cada um pode escolher se quer ovo, se n�o quer arroz, se prefere carne de porco ou de frango. Al�m do mai s, temos um chef para tornar a comida ainda mais agrad�vel”, conta a gerente do SND, Vanessa Cristina Andrade Ferreira. “Para a comida de um hospital ser saborosa, tem de ter um bom produto, de saber controlar os temperos para ter um sabor suave. N�o pode ter nada demais, nem alho nem ervas. E o principal � o amor, principalmente quando a gente sabe que quem vai se servir � um paciente”, diz o chef Genezeildo Jos� de Jesus Nunes. 


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