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Estado de Minas O DIA � DELES

Tr�s maneiras de ser "pai pra toda obra"

O EM presta homenagem a todos nas figuras de tr�s homens que se destacam no papel de quem encara qualquer desafio sem perder de vista o cuidado com a fam�lia


14/08/2022 04:00 - atualizado 14/08/2022 06:57

José Antônio do Carmo e a caçula Ana Carolina
Jos� Ant�nio do Carmo e a ca�ula Ana Carolin (foto: Fotos: Jair amaral/Em/D.a press)


Aurora chegar� ao mundo no despertar da primavera, com previs�o do nascimento em 22 de setembro, quando come�a a nova esta��o. Feliz da vida, o casal Cleiton Rodrigues Verly, de 23 anos, e Ana Carolina Gomes do Carmo, de 18, conta os dias para ter o primeiro beb� nos bra�os, embora com uma pequena diferen�a: enquanto ele se mostra ansioso, ela esbanja “muita calma nessa hora”. Ao lado da futura mam�e, quem n�o para de sorrir � o vov� Jos� Ant�nio do Carmo, o Zequinha, de 49, cheio de motivos para celebrar, neste domingo, o Dia dos Pais. “Sou ‘pai pra toda obra’. Encaro qualquer servi�o, mas fico de cora��o mole ao ver minha ca�ula gr�vida de oito meses”, diz Zequinha, emocionado.

O pai José Antônio do Carmo e Ana Carolina


A exemplo de Jos� Ant�nio, o Estado de Minas escolheu outros pais pra toda obra que correm a favor do (seu) tempo, �s vezes com alguns contratempos, mas sempre empenhados em manter o foco no trabalho, na dignidade humana e no amor aos filhos, como forma de reconhecer a import�ncia de todos os homenageados da data. S�o esses os perfis do motorista Anderson Cleiton Pereira Ramos, de 47, que se equilibra nas 24 horas do dia, e de Afonso Cappai de Castro, de 77, que mostra vigor total para vencer desafios em busca de conquistas.

Natural de Ant�nio Dias, no Vale do A�o, em Minas Gerais, Zequinha explica o significado de “pai pra toda obra”. � assim: “Se o cara faz de tudo, ent�o � ‘pau pra toda obra’. J� o ‘pai pra toda obra’ � aquele que trabalha muito, se importa com os filhos, respeita as mulheres e procura viver em paz. E paz, com sa�de e esperan�a, � o que mais desejo”, diz o dono de um lava-jato no Bairro Boa Esperan�a, em Santa Luzia, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte.

Divorciado e namorando firme “para casar em breve”, Zequinha tem dois filhos do primeiro casamento (L�zaro, de 26, e Lorraine Ang�lica, de 25), e Ana Carolina, do relacionamento com uma antiga namorada. Na prole, est� a neta Lara, de 6 anos, filha de Lorraine, e sempre disposta a visitar o vov� no servi�o. “Adoro minha netinha. Chega aqui e fica no maior papo. Agora, esperamos a Aurora chegar.”

At� chegar a ser seu pr�prio patr�o, Zequinha desempenhou v�rias fun��es, que vai enumerando com orgulho: “Fui vaqueiro, carvoeiro, garimpeiro, ajudante de pedreiro, frentista de posto de gasolina, limpador e enxugador de carro – isso mesmo, pois tem quem limpa e quem enxuga”. Na mudan�a de rumos, comprou um caminh�o, prestou servi�o para um sacol�o buscando mercadorias na Ceasa, em Contagem (Grande BH), e transferiu o lava-jato de endere�o, agora funcio-      nando com um estacionamento.

“Durante a pandemia, acordava de madrugada, o c�u todo estrelado, para ir � Ceasa. Voltava direto para o lava-jato”, afirma Zequinha, que, na manh� de uma sexta-feira, ao receber a reportagem do EM, estava fazendo lanternagem no caminh�o, depois lavando um carro e dando um trato na cobertura do estacionamento. “A vida � deste jeito, tem altos e baixos, curvas e derrapagens, n�o d� para parar, �s vezes nem frear, ainda mais quando se tem filhos. Eles s�o a alegria da nossa vida. Felizes dos homens e das mulheres que se tornaram papais e mam�es. � uma b�n��o divina, um presente que vem de Deus”, define. Ao lado, a filha Ana Carolina, com um jeitinho t�mido, arremata: “Meu pai sempre fez de tudo um pouco... � o jeito dele”.

Anderson Cleiton Pereira Ramos
Anderson Cleiton Pereira Ramos, de 47 anos, motorista, com as filhas Ana J�lia e Amanda: %u201DNada neste mundo cai do c�u. Precisamos juntar e guardar, pois nunca sabemos o que vem por a�. Eu me preocupo muito com minhas filhas%u201D

Uma rotina de tirar o f�lego

N�o menos movimentada � a vida de Anderson Cleiton Pereira Ramos, de 47, casado com Nat�lia Cristina, que trabalha em um sal�o de beleza na Savassi, na Regi�o Centro-Sul de Belo Horizonte. Ele � pai de Amanda, de 15, e Ana J�lia, de 10, frutos de uma uni�o anterior. Raro � o momento de folga, mas hoje, Dia dos Pais, ele tira “todo o tempo do mundo” para almo�ar em casa e curtir a fam�lia.

Bom mesmo aproveitar, porque amanh� � outro dia, segunda-feira, e a vida segue o curso normal. “Normal?” – � o caso de se perguntar, diante da rotina apertada de Anderson, que se define, bem-humorado, como “o cara que pula e segura a sombra no ar para ela n�o cair”. Acorda �s 3h e vai trabalhar em transporte por aplicativo at� as 6h30. Toma um caf� e pega o volante da ambul�ncia at� as 19h, voltando ao transporte por aplicativo e finalizando a jornada �s 22h. No fim de semana, quando tem folga, vende lingui�a, queijo e carne-seca, produtos que v�m de Montes Claros, no Norte de Minas, ou conduz passageiros em viagens pelo interior do estado.

Por que tanto trabalho? Sem titubear, Anderson, natural de Augusto de Lima, no Norte de Minas, responde que n�o perde oportunidade para ajudar a fam�lia. “Nada neste mundo cai do c�u. Precisamos juntar e guardar, pois nunca sabemos o que vem por a�. Eu me preocupo muito com minhas filhas. Minha mulher tamb�m trabalha muito, e costumo busc�-la no sal�o”.

Quem ouve as hist�rias de Anderson tem a impress�o de que ele n�o descansa. “Nos domingos, vou � igreja. E, dependendo da escala, trabalho uma semana e folgo na outra. Al�m disso, tenho uma hortinha em casa, no Bairro Guarani, na Regi�o Norte de BH, que cultivo em bacias. Tem cebolinha, salsinha e verduras. Esse � um grande descanso para o corpo e a cabe�a.”

Afonso Cappai de Castro
Afonso Cappai de Castro, de 77 anos, corredor de rua e escritor, com os netos: %u201DPara ter boa qualidade de vida, o ser humano precisa de alimenta��o, sono e movimenta��o, e sigo isso religiosamente%u201D

Sem tempo para ficar cansado

J� no Bairro Cidade Nova, na Regi�o Nordeste de Belo Horizonte, d� para entender perfeitamente o sentido da express�o “vida corrida” na conversa com Afonso Cappai de Castro, de 77 anos. Consultor, palestrante, escritor e corredor de rua apaixonado, ele tem n�o uma receita a dar, mas sim uma boa orienta��o para conciliar muitas atividades e dedica��o � fam�lia: “Disciplina, preparo, aten��o, paix�o e muito amor pelo que se faz”.

Casado h� 53 anos com Maria das Gra�as de Paula Castro, pai de H�lade, Andr�a e Renata e av� de Artur, Miguel e Giulia, Afonso encontrou na corrida, h� 43 anos, um ant�doto contra o estresse. Trabalhava havia quatro d�cadas numa empresa multinacional, quando adoeceu. Recorreu ao esporte, e, como era ruim de bola, tirou o futebol de campo e se dedicou � peteca, modalidade bem belo-horizontina.

“Quebrei o p� jogando peteca, esperei a recupera��o e comecei a correr. Felizmente, nunca tive uma tor��o, nada que me atrapalhasse. Para ter boa qualidade de vida, o ser humano precisa de alimenta��o, sono e movimenta��o, e sigo isso religiosamente”, explica.

Cheio de planos e energia, o belo-horizontino tem dois livros lan�ados (“Os sonhos valem a pena” e “Paix�o por correr”) e quer terminar, em breve, “Como corri 50 mil quil�metros”. A explica��o � a seguinte: em 43 anos, ele percorreu 49.949 quil�metros, dist�ncia superior � circunfer�ncia da Terra (40.075 quil�metros). A marca correspondente � “volta ao mundo” foi conquistada em 15 de novembro de 2018, numa meia-maratona na Linha do Equador, em Macap�, no Amap�.

Em 18 de setembro pr�ximo, Afonso Cappai pretende completar os 50 mil quil�metros. “Programei uma corrida de 18 quil�metros na orla da Lagoa da Pampulha para completar a meta. Uma corrida intimista, apenas para amigos e admiradores.” Ser�, portanto, o �ltimo cap�tulo para o terceiro livro e um passo decisivo na sua emocionante “folha corrida” esportiva, afirma Afonso, que, neste domingo, depois da corrida habitual, estar� reunido com a fam�lia em clima festivo.

Maratona como a dele � enfrentada, ainda que de formas diferentes, por um sem-n�mero de outros corredores, batalhadores, cuidadores, protetores... 

Cada um com sua forma de ser pai pra toda obra e todos eles merecedores das homenagens deste domingo: feliz Dia dos Pais!.


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