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Estado de Minas MINERADORA

Vale ir� tirar 50% dos rejeitos de barragem em Macacos at� fim do ano

Barragem B3/B4 deve sair do n�vel 3 de emerg�ncia, que representa risco iminente de rompimento. Al�m disso, o barramento pode ser descaracterizado at� 2025.


17/08/2022 10:15 - atualizado 17/08/2022 16:48

Barragem B4, da Vale
Barragem B4, da Vale (foto: Ed�sio Ferreira/EM/DA Press)

 

A esperan�a de retorno a suas casas e atividades est� mais perto dos habitantes de Macacos. A Vale calcula que 50% dos rejeitos retidos na Barragem B3/B4 devem ser removidos at� o fim do ano. Com isso, a expectativa � de que logo o barramento deixe o n�vel 3 de emerg�ncia, o mais cr�tico, que representa risco iminente de rompimento.

A tend�ncia � de que o barramento seja totalmente desmanchado (descaracterizado) at� 2025. Desde fevereiro de 2019, cerca de 200 fam�lias tiveram de deixar suas casas e atividades comerciais, sendo evacuadas e recebendo custeio de moradia da mineradora.

Caso a barragem consiga atingir o n�vel 2, deixa o estado de imin�ncia de ruptura e ingressa no conceito de estrutura sob obras de emerg�ncia ap�s interven��es anteriores n�o terem estabilizado a constru��o.Esse � o primeiro n�vel que demanda evacua��o. Ou seja, ainda que mais pr�ximo, n�o seria ainda o momento de a comunidade aprontar suas malas e retornar. No n�vel 1 de emerg�ncia a estrutura precisa de obras de emerg�ncia, mas n�o � preciso sair das �reas abaixo.

“At� agosto de 2023, esperamos desmanchar completamente o primeiro alteamento - constru��o para aumentar a capacidade do barramento. Isso vai retirar 20 metros de altura da barragem e aliviar a constru��o colaborando para a estabilidade e redu��o do n�vel de seguran�a. Vai, tamb�m, se refletir na sensa��o de seguran�a das pessoas que poder�o constatar visualmente a descaracteriza��o”, afirma o gerente de implanta��o das obras de descaracteriza��o da B3/B4, Marcel Pacheco.

 

O local de interven��es fica no alto da mina, 300 metros de altura acima de Macacos e da ECJ. Na primeira fase, foi desmanchada uma pilha de est�ril (PDE X), que � o material sem utilidade da minera��o e estava na cabeceira, onde a �gua que formou o barramento chegava para o dep�sito de rejeitos. As m�quinas retiraram uma grande quantidade de rejeitos de colora��o escura. As escava��es se d�o ao contr�rio do sentido da �gua que formou o barramento, para ajudar a drenar o conte�do da estrutura e tamb�m formar uma bacia para ac�mulo da �gua de chuva fora da �rea de trabalho. Os rejeitos removidos s�o depositados na cava 7, uma minera��o exaurida h� 20 anos e na vizinha cava da Mina da Mutuca.


Al�m da B3/B4, a Vale opera duas outras barragens em n�vel 3. S�o a Forquilha 3, em Ouro Preto, e a Sul Superior, em Bar�o de Cocais. Outra estrutura tamb�m em mesmo estado cr�tico � a Barragem da Mina Serra Azul, da ArcelorMittal, em Itatiaiu�u.

O barramento B3/B4 fica situado na Mina de Mar Azul, em Nova Lima, na Grande BH, tendo 60 metros de altura de maci�o e 3,4 milh�es de metros c�bicos de rejeitos de min�rio de ferro. � do tipo de alteamento a montante, o menos seguro e que era o m�todo das barragens rompidas de Marina (2015) e Brumadinho (2019).

Esse barramento � operado com maquin�rio controlado remotamente desde 2021. Uma grande barreira de conten��o de rejeitos (Estrutura de Conten��o a Jusante - ECJ) foi erguida a 8 quil�metros da barragem e a 800 metros das primeiras resid�ncias do povoado tur�stico de S�o Sebasti�o das �guas Claras, conhecido como Macacos. Esse barramento tem 33 metros de altura e 221 metros de comprimento e � mais uma garantia de que os rejeitos n�o atinjam a comunidade em caso de rompimento.

Descaracteriza��es por controle remoto

Nos primeiros meses, os controladores das obras de descaracteriza��o conduziam caminh�es, tratores, escavadeiras, motoniveladoras e outros ve�culos pesados a 1 quil�metro de dist�ncia, usando instrumentos que simulam os comandos das m�quinas em quatro containers climatizados e adaptados.

Atualmente, pelo menos 40 controladores conduzem os equipamentos remotos a partir do Centro de Opera��es Remotas montado na Avenida Bar�o Homem de Melo, no Santa L�cia, em Belo Horizonte, a 15 quil�metros da B3/B4. O desenvolvimento da tecnologia remota e a implanta��o do centro demandou investimento de R$82 milh�es. A expectativa � de que, ao t�rmino do processo de lan�amento de cabeamento de fibra �tica das barragens em descaracteriza��o das outras minas, se possa tamb�m operar o maquin�rio delas a partir do centro, at� abril de 2023.

“Pudemos tirar os operadores de dentro da �rea de mina para um local mais seguro e integrado - trouxemos tecnologia e trouxemos fibra �tica para transmiss�o de dados exclusiva da barragem para o escrit�rio, permitindo velocidade e ter controle e consci�ncia de todos os controles e do terreno para os motoristas. Para que a opera��o n�o pare temos redund�ncia de cabos e at� o 5G poder� nos auxiliar”, afirma o gerente de implanta��o das obras de descaracteriza��o da B3/B4, Marcel Pacheco. De acordo com o gerente, a grande dist�ncia � uma das maiores dificuldades para trazer os cabeamentos de outras barragens, como Sul Superior, em Bar�o de Cocais que fica a 45 quil�metros por meio de ferrovias.

“A partir (do rompimento da Barragem B1 da Mina C�rrego do Feij�o) de Brumadinho (2019) a ind�stria mineradora passou a ser mais criteriosa e assim elevamos o n�vel de emerg�ncia das barragens e tomamos todas as atitudes preventivas. Aumentamos a quantidade de sondagens, ensaios de laborat�rio e t�cnicas de conhecimento das estruturas (muitas s�o da d�cada de 1970 e fora constru�das por outras mineradoras que n�o as acompanhavam) para que n�o ocorram erros nem inseguran�a”, afirma o gerente executivo do Programa de Descaracteriza��o de Barragens a Montante, Frank Pereira.

A Vale tinha 30 barragens a montante at� 2020, sendo que nove j� foram descaracterizadas, seis em Minas Gerais e tr�s no Par�. Restam 21, das quais mais tr�s devem ser eliminadas em 2022 (-40%). At� 2035, todas as barragens a montante da Vale devem ser eliminadas.

O planejamento da Vale prev� que n�o haja mais nenhuma barragem em n�vel 3 at� 2025. Iniciativa que poder� ser poss�vel pela redu��o do uso de barragens com a filtragem de processamento a seco - forma��o de pilhas - e utiliza��o de coprodu��o - reaproveitamento de materiais depositados, como a areia para atividades de constru��o e outras.

 

Areia e bloquetes para constru��o


Outros aproveitamentos para evitar a disposi��o de rejeitos em barragens tem sido testados e aperfei�oados pela Vale. Atualmente h� quatro usinas de filtragem em funcionamento em Minas Gerais. Boa parte do que � aproveitado sai na forma de areia para constru��o.

 

Uma dessas instala��es fica no complexo de Vargem Grande, entre Nova Lima e Itabirito, onde s�o processados rejeitos de Vargem Grande e da Mina do Pico. Os rejeitos s�o lan�ados por dutos que os transportam por 5 quil�metros e ingressam em um grande filtro com capacidade de 6 mil m3. A secagem se d� em instala��o anexa que utiliza m�quinas com esp�cies de bolsas onde o ar comprimido propicia a suc�o da �gua e ader�ncia do rejeito, que em seguida � lan�ado em correias que o levam para um empilhamento intermedi�rio, j� seco.

 

Segundo a Vale o reaproveitamento de �gua Tem sido de 90% a 92%, sobrando 30% do rejeito ultrafino e 70% s�lica (areia). A instala��o empregou 1.500 pessoas e a opera��o hoje tem 120 pessoas envolvidas.

 

Outra iniciativa sustent�vel que est� em fase de estudos e desenvolvimento � a f�brica de bloquetes para pavimenta��o e constru��o civil inteiramente operada por mulheres da regi�o.

 

Quando completamente implantado, a f�brica conseguir� utilizar 30 mil m3 de rejeitos para uma produ��o de 3,8 milh�es de blocos em um ano. Foram investidos R$ 26 milh�es em pesquisas em parceria com o CefeT-MG. Atualmente, s�o fabricados 4,3 mil blocos por dia e isso pode chegar a 10 mil. A utiliza��o por enquanto � no revestimento de pisos e trilhas internas.

 

Para a composi��o dos blocos s�o utilizados 37% arenoso, 35% de areia e os 28% restantes de cimento. O processo de cura leva 48 horas. 

 


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