Ap�s tiroteio e morte, confira o que pode mudar na seguran�a na Savassi
Comerciantes da regi�o que testemunhou persegui��o, tiros e morte articulam com a PM refor�o na vigil�ncia. Sensa��o de inseguran�a divide opini�es
Opini�es divididas: enquanto o cabeleireiro Luiz Henrique Vaz v� presen�a policial marcante na �rea... (foto: Fotos: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
Depois de enfrentar uma das ocorr�ncias mais violentas dos �ltimos anos, quando persegui��o policial a um suspeito com um carro em fuga resultou em batidas em sequ�ncia, tiroteio e morte do fugitivo, comerciantes, moradores e frequentadores da Savassi, na Zona Sul de Belo Horizonte, t�m opini�es divididas quanto � inseguran�a na regi�o. Para alguns, a ocorr�ncia de segunda-feira (22/8) � resultado do crescimento da viol�ncia em uma das �reas comerciais mais nobres da capital. Outros veem o epis�dio como um evento isolado, que n�o espelha as condi��es do dia a dia. De toda forma, a comunidade local se mobiliza por refor�o na seguran�a de ruas e avenidas lotadas de lojas, bares, restaurantes e consumidores.
Tanto que reuni�o no in�cio do m�s entre representantes da C�mara de Dirigentes Lojistas (CDL-BH) e autoridades da �rea de seguran�a definiu um conjunto de medidas para fortalecer o policiamento e o monitoramento da regi�o. E, entre comerciantes, h� quem afirme ter testemunhado a a��o de policiamento velado na �rea – estrat�gia sobre a qual a Pol�cia Militar n�o se manifesta.
Em meio � mobiliza��o, comerciantes da regi�o t�m se queixado de que a Savassi, principalmente � noite, tem estado vazia e com pouco policiamento. � o caso de Bruno Golgher, que administra o Caf� com Letras, na Rua Ant�nio de Albuquerque. Ele avalia que a presen�a de policiais acaba coibindo a a��o de criminosos, mas que n�o � isso o que tem observado. “Estou percebendo que as ruas est�o muito desertas � noite, e isso favorece a viol�ncia. � na falta de gente e de policiamento que se v� a queda da seguran�a”, diz.
Diferentemente de Golgher, o cabeleireiro Luiz Henrique de Barros Vaz avalia que a sensa��o de seguran�a na �rea � satisfat�ria, e considera ser “marcante” a presen�a da Pol�cia Militar na Savassi. “Eu pessoalmente me sinto bastante seguro”, afirma ele, acreditando que as ocorr�ncias de crimes s�o casos isolados.
Na avalia��o do diretor da CDL-BH Alessandro Runcini, ao lado do Bairro Lourdes, tamb�m na Regi�o Centro-Sul, a Savassi � uma das �reas mais seguras da capital. Ele afirma que isso n�o significa que n�o haja na �rea ocorr�ncias como furtos e arrombamentos, mas sustenta que n�o tem havido registro de crimes violentos, como homic�dios ou roubos com emprego de viol�ncia. Por�m, entende que o maior problema tem sido outro: “O que mais apavora lojistas, moradores e frequentadores s�o as pessoas em situa��o de rua. Mesmo a maioria sendo tranquila, o que acontece � que alguns causam medo ou amea�am as pessoas. Mas esse n�o � um problema da Savassi, e sim de toda a regi�o Centro-Sul”.
Runcini informa que, no dia 2 deste m�s, a CDL-BH se reuniu com a Pol�cia Militar para tratar da seguran�a na Savassi. Do encontro saiu um acordo para aumentar a vigil�ncia na regi�o. De acordo com o dirigente da entidade, c�meras de vigil�ncia externa dos empreendimentos que participam da Rede de Comerciantes Protegidos ser�o sincronizadas com o monitoramento oficial da rede de seguran�a p�blica. “Tamb�m vamos elaborar junto � Pol�cia Militar e � Guarda Municipal campanha para fortalecer a seguran�a na regi�o, usando, por exemplo, folhetos e cartilhas explicativas”, afirma.
...a supervisora Maria Eduarda Alves relata furtos � loja e medo entre funcion�rios ao sa�rem do trabalho
P�nico e relato de policiamento velado
Os movimentos por refor�o da seguran�a na Savassi coincidem com a persegui��o policial que deixou moradores, comerciantes, frequentadores, pedestres e motoristas apavorados na tarde de segunda-feira, quando viaturas da Pol�cia Militar montaram cerco e perseguiram um suspeito. A opera��o culminou com tiroteio e com o fugitivo baleado em plena Avenida do Contorno, pr�ximo ao Hotel Ibis. Segundo a corpora��o, o homem reagiu � abordagem atirando enquanto fugia em um carro, batendo em v�rios outros ve�culos. O acusado, que segundo a PM era procurado sob suspeita de ter participado de diversos roubos na capital na �ltima semana, morreu, mas n�o houve registro de outros feridos.
A lojista Janaina Pinheiro, de 47 anos, que presenciou a opera��o, afirma que se sentiu mais segura ao perceber a atua��o de policiais � paisana. “No mundo em que vivemos, estamos constantemente inseguros. Gra�as a Deus, vi policiais � paisana, que eu n�o sabia que atuavam aqui na regi�o, e isso me fez ficar um pouco mais tranquila, porque eles ajudam caso aconte�a alguma coisa”, afirmou.
Arrombamento
Na �ltima semana, na noite da quinta-feira (18/8), os propriet�rios de uma loja de doces na Savassi sofreram uma tentativa de invas�o no estabelecimento, quando ladr�es tentaram furtar o motor do ar-condicionado pelo telhado. No in�cio de agosto, criminosos conseguiram entrar e levar tablets e celulares, segundo os comerciantes.
De acordo com a supervisora da loja Doce que seja Doce, Maria Eduarda Alves, os criminosos usam um im�vel abandonado que fica atr�s da loja, na Rua Rio Grande do Norte, para ter acesso ao telhado. Ela conta ainda que, diante das ocorr�ncias, a sa�da do trabalho tamb�m tem sido insegura. “Tentamos combinar de sair todo mundo junto, j� que pode haver algu�m na esquina, esperando para abordar a gente ou roubar a loja”, conta.
Procurada para se manifestar sobre a seguran�a na Savassi, a Pol�cia Militar informou que o policiamento na �rea ocorre 24 horas por dia, e confirmou que a��es espec�ficas para combater e prevenir crimes no local est�o sendo adotadas. A corpora��o n�o comentou, por�m, o relato sobre a presen�a de policiamento velado na �rea.