
No in�cio de agosto a reportagem do EM ouviu os moradores, que protestavam contra a falta de informa��o sobre o que estava sendo feito no terreno. � �poca, m�quinas operavam a partir das 7h e s� paravam no fim do dia.
A opera��o levantava muita poeira, fazia barulho e tirava o sossego das casas. Segundo os moradores, ap�s reclama��es na Prefeitura de Belo Horizonte, o terreno passou por vistoria, e a obra foi embargada, ap�s o munic�pio constatar "grande movimenta��o de terra sem o devido licenciamento".

O mist�rio do que seria o terreno come�ava a ser solucionado quando novos caminh�es descarregaram os brinquedos.

Dono do terreno
Procurado pela reportagem, o dono do terreno alegou que a obra s� foi feita a pedido dos pr�prios moradores, que teriam denunciado o espa�o. "Disseram que nos per�odos de chuva estavam acontecendo enxurradas que levavam �gua para a BR. Por isso, colocamos a terra na inten��o de nivelar o terreno, evitando novas enxurradas. Tamb�m fizemos o talude para plantar a manta verde nos pr�ximos dias. O local � de explora��o comercial, e vamos utiliz�-lo com atividades permitidas pela lei", explica Elias Tergilene, propriet�rio do terreno.

De acordo com Tergilene, a obra estava licenciada pela PBH, assim como o funcionamento do parque de divers�es que foi instalado. "Estamos sem entender o que est� ocorrendo, estamos dentro da lei, cumprindo todas as normas. N�o fazer nada naquele terreno, numa regi�o daquela, acho pouco prov�vel. � um local caro, pagamos R$22 mil de IPTU mensalmente", disse.
Para os moradores do local, as autoriza��es de funcionamento e libera��o das obras foram tardias, e eles alegam n�o terem conhecimento das aprova��es da PBH. Agora, a principal preocupa��o gira em torno da possibilidade de deslizamento da terra com a chegada do per�odo chuvoso, pois eles afirmam que n�o houve compacta��o do material.
"Nosso receio � que aconte�a do mesmo jeito de 2020, que a enxurrada de lama saiu do Belvedere e foi parar l� no Mercado Central. Esperamos que a prefeitura e as autoridades tomem provid�ncia sobre isso, fiscalizem e arrumem uma solu��o", comenta Fernando Santana, coordenador do Movimento das Associa��es de Moradores de Belo Horizonte e morador da Rua Musas.

J� Tergilene, dono do empreendimento, afirma que o laudo foi feito antes da terra ser compactada e, portanto, n�o poderia ser utilizado no momento, visto que os ajustes foram realizados.

O Minist�rio P�blico se reuniu com ambas as partes nesta semana para propor um Termo de Ajuste de Conduta (TAC).
Em nota, a Prefeitura de BH confirmou a fiscaliza��o do terreno na �poca das obras e emitiu ordem de embargo. Al�m disso, tamb�m esclareceu que o empreendimento tem autoriza��o para funcionar como parque de divers�es.
Veja a nota na �ntegra:
"A Prefeitura de Belo Horizonte informa que, na �poca das obras, a equipe de fiscaliza��o foi ao local e observou grande movimenta��o de terra sem o devido licenciamento. Diante da situa��o, foi emitida ordem para a paralisa��o e embargo da obra, conforme determina a legisla��o. Em rela��o ao empreendimento, h� autoriza��o de Parque de Divers�es. A Prefeitura esclarece que mant�m di�logo constante com os moradores, propriet�rio e Minist�rio P�blico."