
Instaurada em junho deste ano, a CPI investiga poss�veis irregularidades na compra, no armazenamento e na distribui��o dos alimentos destinados � Casa Lar, institui��o da Prefeitura de S�o Jo�o del-Rei que abriga crian�as e adolescentes em vulnerabilidade socioecon�mica de at� 17 anos.

A investiga��o foi paralisada no fim de sua segunda fase, ap�s a coleta de depoimentos de ex-moradoras e ex-funcion�rias, que confirmaram as den�ncias de alimentos estragados, inclusive carnes. Tamb�m foi denunciado que uma mesa com frutas foi montada para tirar fotos na institui��o, mas que as crian�as n�o puderam comer.
Sem depoimento
A secret�ria de Assist�ncia Social, Aline Gon�alves, chefe da pasta respons�vel pela Casa Lar, foi chamada para depor na CPI duas vezes e n�o compareceu. Ela conseguiu a liminar para suspender a comiss�o temporariamente.
Em entrevista coletiva em S�o Jo�o del-Rei no dia 1º de setembro, a secret�ria afirmou � imprensa que os depoimentos das ex-funcion�rias foram mentirosos, feitos por “pessoas ressentidas, por n�o fazerem mais parte da fam�lia da Assist�ncia Social”, e que a CPI era um ato pol�tico de “vereadores da oposi��o”.

"Ainda precisamos ouvir a secret�ria de Assist�ncia Social. A C�mara vai recorrer da suspens�o, mas agora est� nas m�os do presidente. Se ele n�o aceitar a briga vai ser interna, ele precisa respeitar o trabalho da CPI".
O presidente da C�mara de S�o Jo�o � Stefanio Pires (Uni�o Brasil), que j� foi chefe de governo e secret�rio em diversas pastas em gest�es anteriores do prefeito.
Na vistoria do almoxarifado da Secretaria de Assist�ncia Social tamb�m foram encontrados produtos como soda c�ustica, �leo de motor de carro e botinas em meio aos alimentos, como leite e feij�o, que tamb�m estavam vencidos. "N�o tinha nenhuma organiza��o, e a secretaria afirma que eles receberam muitas doa��es e n�o conferiram".

Ana Paula Cabral, ex-funcion�ria da Casa Lar, trabalhou na institui��o no ano passado como monitora. Ela foi ouvida na CPI e afirmou que tamb�m havia escassez de alimentos enquanto estava l� e que viu caixas de arroz e de macarr�o estragados, com bichos. No entanto, n�o sabia dos alimentos fora da validade. Procurada, a secret�ria de Assist�ncia Social ainda n�o respondeu � reportagem.
* Estagi�ria sob supervis�o do subeditor Thiago Prata