Os vizinhos que se cumprimentavam nas ruas j� n�o se veem; fi�is que louvaram juntos, agora fazem preces distantes; as visitas de fam�lia ficaram raras. Sete anos ap�s o rompimento da Barragem do Fund�o, em Mariana, que se completam hoje, as comunidades mais atingidas, de Bento Rodrigues, Paracatu de Baixo e Gesteira (Barra Longa), enfrentam uma di�spora dolorida, al�m de desgaste e adoecimento mental.
Segundo a C�ritas MG, a assessoria t�cnica dos atingidos, 85% das fam�lias cadastradas n�o vivem mais na comunidade de origem. Dessas, 947 fam�lias (74%) est�o espalhadas pelo munic�pio e mais de 100 vivem em outras cidades e estados. Entre os que est�o sem casa ou indeniza��o, muitos remetem suas esperan�as ao processo movido na Inglaterra contra a BHP Billiton, uma das controladoras da mineradora Samarco, respons�vel pelo reservat�rio que se rompeu.
Segundo a C�ritas MG, a assessoria t�cnica dos atingidos, 85% das fam�lias cadastradas n�o vivem mais na comunidade de origem. Dessas, 947 fam�lias (74%) est�o espalhadas pelo munic�pio e mais de 100 vivem em outras cidades e estados. Entre os que est�o sem casa ou indeniza��o, muitos remetem suas esperan�as ao processo movido na Inglaterra contra a BHP Billiton, uma das controladoras da mineradora Samarco, respons�vel pelo reservat�rio que se rompeu.

Sofrimento e conflito se sobrep�em � esperan�a como muitos dos efeitos do isolamento for�ado pela destrui��o de suas comunidades e recursos tradicionais. “Das pessoas atingidas cadastradas pela C�ritas, a partir da an�lise de 3 mil entrevistas, 73% declararam pelo menos um dano relativo � integridade ps�quica e 33% mencionaram algum dano � integridade f�sica”, pontua a coordenadora operacional da C�ritas, La�s Jabace Maia. S�o atingidos que precisam de medica��es para reduzir a ansiedade, para dormir ou para controle de doen�as card�acas.
A casa da agricultora Marinalva dos Santos Salgado, de 50 anos, foi uma das soterradas pelo desprendimento de 40 milh�es de metros c�bicos de rejeitos com o rompimento da Barragem do Fund�o, em 5 de novembro de 2015. Amigos e parentes est�o entre os 19 mortos pelo desastre. A lembran�a da vida simples em comunidade a faz variar entre a ansiedade para resgatar sua hist�ria e a preocupa��o.
“Quero voltar para a minha comunidade, a fam�lia morando perto. Estamos todos distantes em Mariana. No Novo Bento, pode ser um novo come�o. Mas n�o posso me mudar sozinha. Tenho filhos e netos, n�o d� para ficar l� entre oper�rios, sozinha. S� vamos nos mudar quando muitos vizinhos se mudarem”, disse a agricultora, que lamenta a perda dos afazeres do dia a dia, como o cultivo da horta .

As op��es dadas a cerca de 500 fam�lias at� o momento s�o os reassentamentos coletivos nas comunidades em constru��o de novo Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo, al�m de compra, reforma ou constru��o de habita��o em outro local, indeniza��o em dinheiro pelo im�vel ou repara��o da moradia atingida. Tudo a cargo da Funda��o Renova, criada em 2016 ap�s acordo do poder p�blico com a Samarco, operadora da barragem, al�m da Vale e da BHP Billiton, controladoras da empresa.
No �ltimo dia 19, 71 casas, quatro lotes estruturados e quatro equipamentos p�blicos no Novo Bento Rodrigues foram entregues pela Renova, que assinou termos de transporte, saneamento e servi�os com a prefeitura para o povoado. O atraso inicial ultrapassa tr�s anos e o judicialmente ajustado chega a dois anos para a entrega de 215 moradias, n�mero que atualmente caiu para 162 casas.
A C�ritas considera que muitos avan�os ainda s�o necess�rios. “A atual configura��o dos terrenos (provis�rios ou de reassentamentos) compromete as atividades produtivas de car�ter rural da comunidade. H� recusa de respons�veis em fornecimento de �gua bruta, fundamental para cria��es, pomar, horta, ro�a etc. A inclina��o dos terrenos e a pequena �rea n�o constru�da preocupam", informou a coordenadora do C�ritas, La�s Jabace Maia.