"Eu perdoaria ele porque o Deus que eu sigo n�o me deixa”. Apesar da indigna��o pelo assassinato do marido, essas s�o as palavras de Maria Regina de Jesus, de 50 anos, vi�va do reboqueiro Anderson C�ndido de Melo, assassinado por Rafael de Souza Hor�cio, delegado da Pol�cia Civil, ap�s uma discuss�o de tr�nsito na Avenida do Contorno, Regi�o Centro-Sul de Belo Horizonte, no �ltimo dia 26 de julho.

“Ele (Rafael) era para estar protegendo a gente, ele foi l� e matou um pai de fam�lia, � muita indigna��o isso”, desabafou Maria Regina.
Primeira audi�ncia sobre o caso
A primeira audi�ncia do processo contra o delegado da Pol�cia Civil (PC) Rafael de Souza Hor�cio, acusado de matar, com um tiro no pesco�o, o motorista de caminh�o de reboque Anderson C�ndido de Melo, ap�s uma discuss�o de tr�nsito, � realizada na manh� desta quarta-feira (9/11), no F�rum Lafayette, em BH. O crime aconteceu no �ltimo dia 26 de julho, na Avenida do Contorno, Regi�o Centro-Sul da capital.
Como esta � a primeira audi�ncia do caso, a tend�ncia � que testemunhas sejam ouvidas pelos pr�ximos dias. Ser�o ouvidas oito testemunhas de acusa��o e sete de defesa.
Familiares de Anderson estiveram na porta do F�rum levando faixas com pedidos de justi�a e camisas estampando a foto do motorista. O clima era de indigna��o.
Como esta � a primeira audi�ncia do caso, a tend�ncia � que testemunhas sejam ouvidas pelos pr�ximos dias. Ser�o ouvidas oito testemunhas de acusa��o e sete de defesa.
Familiares de Anderson estiveram na porta do F�rum levando faixas com pedidos de justi�a e camisas estampando a foto do motorista. O clima era de indigna��o.
Fam�lia tem sobrevivido de doa��es
Maria Regina afirmou que desde a morte do marido a fam�lia tem passado dificuldades e depende da ajuda de amigos para sobreviver. "Eu estou passando dificuldade, gente. Olhem por n�s, por favor, governo, olhe por mim. Por essa fam�lia".
A vi�va de Anderson questionou a demora da entrega do caminh�o e do celular da v�tima, ainda retidos com a pol�cia. "Por que, at� hoje, eles n�o resolveram essa situa��o? A gente precisa do nosso caminh�o para dar segmento no que ele deixou aqui na terra. O caminh�o est� l� no p�tio estragando e quem vai ter que arcar com isso � a gente. Eu n�o tenho dinheiro. Meu marido n�o era rico n�o, a gente � pobre", desabafou.
A vi�va afirmou tamb�m que a defesa de Rafael Hor�cio n�o procurou a fam�lia. "Ningu�m procurou a gente. � muita dificuldade o que estamos passando", contou.
De acordo com Maria Regina, se n�o fossem os amigos de Anderson, ela estaria passando fome.
Relembre o caso
No dia do crime, o delegado Rafael de Souza Hor�cio, que estava em uma viatura descaracterizada juntamente com outro policial, alegou que Anderson o “fechou” com seu caminh�o por duas vezes causando perigo para quem trafegava na via e que, posteriormente, teria jogado o ve�culo na dire��o do delegado, que havia descido do carro, e da viatura.
Rafael disse, ent�o, que ele e o outro policial presente exigiram que Anderson Melo descesse do ve�culo, mas que o motorista n�o acatou a ordem e acelerou na dire��o deles. O delegado ent�o sacou a arma e atirou contra o p�ra-brisa do caminh�o, acertando Anderson no pesco�o.
O motorista foi socorrido e passou por cirurgia, mas morreu no Hospital de Pronto-Socorro Jo�o XXIII.
Apesar da alega��o do delegado, a ju�za sumariante do 1º Tribunal do J�ri de BH, B�rbara Heliodora Quaresma Bomfim, destacou a “irracionalidade e viol�ncia do crime apurado” e do autor ser uma “autoridade p�blica”.
Al�m disso, Rafael de Souza Hor�cio conta com 16 registros por infra��es penais e administrativas na Corregedoria-Geral da Pol�cia Civil.
A Pol�cia Civil de Minas Gerais informou que durante o tempo em que estiver respondendo ao processo, o delegado est� afastado de suas atividades, mas permanece como servidor do estado.